Grupo pede que 2ª etapa do Protocolo de Quioto seja definida até a COP 18
Brasil, África do Sul, Índia e China divulgam documento conjunto para a Conferência da ONU
21 de setembro de 2012 | 16h 58
Agência Brasil
Brasília – Reunidos em Brasília, os representantes do Basic (Brasil, África
do Sul, Índia e China) defenderam nesta sexta-feira, 21, que é fundamental a 18ª
Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18) avançar na elaboração da
segunda etapa do Protocolo de Quioto – que estabelece as metas de redução de
emissões de gás de efeito estufa para os países desenvolvidos.
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Eraldo Peres/AP
Representantes do Basic se reuniram em
Brasília
A COP18 ocorrerá entre novembro e dezembro, em Doha, no Catar, e terá a
participação de representantes de 190 países. O objetivo do Basic é garantir
meios para que parcerias políticas integrem todos os países na busca por
soluções comuns para o fim dos efeitos das mudanças climáticas no mundo, como os
acidentes naturais (terremotos e maremotos, entre outros) e a elevação do nível
do mar.
Em um texto de seis páginas e 17 parágrafos, as autoridades divulgaram uma
declaração conjunta reiterando que é essencial reafirmar os compromissos
definidos como metas na busca de soluções para os problemas causados pelas
mudanças climáticas no planeta. O documento será apresentado durante a
COP18.
Técnicos, especialistas e negociadores analisam minuciosamente as propostas
encaminhadas por cada delegação. Há cinco anos, o Basic busca acordo para
elaborar um documento comum a ser apresentado nas várias conferências realizadas
ao longo deste período.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, coordenaram a reunião que ocorreu na manhã desta
sexta-feira, da qual participaram também representantes da Argentina, da
Argélia, de Barbados e do Catar.
"Isso é um trabalho do esforço do Basic e do G77 [grupo de países em
desenvolvimento] de buscarmos caminhos que possam unir politicamente o mundo na
questão do clima", disse Izabella Teixeira.
O vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China,
Xie Zenhua, reiterou que todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento –
devem buscar aumentar suas metas para a redução de gases de efeito estufa. "Os
países desenvolvidos devem discutir como aumentar a redução e a intensidade",
alertou.
A preocupação das autoridades brasileiras é que os atuais termos vigentes do
Protocolo de Quioto expiram no final deste ano. Por isso, os países em
desenvolvimento pedem, na declaração, que as negociações sobre as metas sejam
definidas com rapidez. A ideia é que novos compromissos sejam adotados e
chancelados para que passem a valer a partir de janeiro de 2013.
Para a ministra, essas medidas podem assegurar "caminhos mais objetivos para
a negociação da Plataforma Durban". A plataforma foi proposta na última
Conferência de Clima (COP17), em Durban, África, em dezembro de 2011. O objetivo
é alinhavar um acordo global fixando compromissos dos países para a redução de
emissões de gases. A plataforma deve substituir, a partir de 2020, o que ficou
definido pelo Protocolo de Quioto.
Apesar da descrença de especialistas, o governo brasileiro espera que as
negociações avancem na COP18. "Entendemos que as ambições que estão presentes na
mesa dos países desenvolvidos estão muito aquém daquilo que a ciência e o
desafio político da negociação nos impõem no diálogo em Doha e pós-Doha", disse
Izabella Teixeira.