5/04/2012 - 08h30
Parque Trianon chega aos 120 anos como refúgio do almoço
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Araribá-rosa, camboatá, tapiá-guaçu, angico-do-morro, jerivá, chincha, tamboril, cedro, canelinha, bico-de-pato e guapuruvu. Essas e outras árvores nativas da mata atlântica permanecem intocadas e crescendo sob cuidados no parque Trianon, 120 anos após sua criação. A data é comemorada neste mês.
É graças a essas espécies e aos bosques e sub-bosques centenários que o clima dentro do parque fica mais fresco, muito diferente do sentido no entorno da Paulista.
"Dá um contraste quando entro aqui: parece que saí de São Paulo", diz o publicitário Gabriel Lucas, 24, que estava no local acompanhado de cinco colegas de trabalho.
Era a hora do almoço, e todos os bancos estavam ocupados quando a Folha falou com os cinco. O que mais se via naquele momento eram engravatados e desengravatados, em grupo ou solitários, quase todos usando a pequena floresta como uma breve "fuga" do local de trabalho.
"Almoço em cinco minutos e venho direto para cá arejar a mente", conta a abastecedora Taís Silva, 29.
Há os que levam a marmita para comer lá mesmo, em clima de piquenique. Como a psicóloga Nana Foster, 25, que estava com quatro amigos num banco. Ela diz ter achado o parque "elitizado" e estranhou nunca ter visto moradores de rua lá dentro.
Mas, um pouco adiante, estava Josevaldo dos Santos, 54, que fica até as 18h nos bancos do Trianon. Quando o parque fecha, ele migra para o vizinho Mário Covas e, dali, para as praças próximas.
Daigo Oliva/Folhapress | ||
Frequentadoras praticam exercício físico no parque Tenente Siqueira Campos, o parque Trianon, na av. Paulista |
QUEM PASSA POR LÁ
O parque tem frequentadores de todas as idades e classes sociais, justamente por ser usado como local de passagem na avenida que mais atrai turistas na cidade.
Pela manhã, o público cativo é formado pelos que praticam cooper, ioga e tai chi chuan, por usuários de academias, pelos que levam cães para passear e por crianças brincando nos parquinhos.
Durante todo o dia, alunos das escolas próximas exercem no parque o direito de "adolescentar", com beijos e cigarros nas sombras.
Proibido é andar de bicicleta ou skate, deitar nos bancos (há quatro vigias bem alertas contra a prática) e entrar nos bosques, como dita o regulamento à mostra na entrada.