05/04/2012 - 08h00
Consumidor reclama no primeiro dia sem sacolinha plástica
TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1072002-consumidor-reclama-no-primeiro-dia-sem-sacolinha-plastica.shtml
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1072002-consumidor-reclama-no-primeiro-dia-sem-sacolinha-plastica.shtml
Os consumidores que foram às compras ontem levaram suas embalagens retornáveis de casa, mas muitos ainda reclamam do fim das sacolinhas plásticas descartáveis nos supermercados.
Em 14 supermercados visitados pela Folha nas regiões central, sul e oeste da capital e no ABC paulista, os clientes que esqueceram a sacola usaram caixas de papelão ou compraram uma "ecobag" na hora.
Os supermercados reforçaram o estoque de caixas e os atendentes estavam bem mais treinados para tirar dúvidas dos clientes do que no dia 25 de março, quando o setor deixou de distribuir as sacolas.
Depois um acordo com o MP do Estado de SP e o Procon-SP, prorrogaram por mais 60 dias a distribuição. Esse prazo terminou ontem, e as sacolinhas não serão mais distribuídas no Estado de SP.
Muitos consumidores ainda criticaram a mudança que entrou ontem em vigor em São Paulo.
"Minha filha é farmacêutica e somos totalmente contra o uso de caixas. Não é adequado, nem higiênico. Mas se esqueço a sacola vou fazer o que? Carregar na mão", afirmou a dona de casa Elisabete Billia, 48, que fazia compras para a Páscoa no Carrefour da avenida do Estado.
No local, sacolas reutilizáveis eram vendidas por R$ 0,49 a versão mais barata e por R$ 2,90, as mais sofisticadas.
O aposentado Mauro Zilvetti, 62, esqueceu a ecobag em casa e teve de comprar uma sacola a R$ 0,59 no Pão de Açúcar do avenida Angélica (Higienópolis, centro). "Sinceramente, não concordo. Mas vou respeitar", disse.
"Não tem o que reclamar. É questão de costume", disse Luzinette Lima, 41, que levou ao Záffari dez ecobags que ganhou da rede no Dia do Consumidor.
No Extra de São Caetano do Sul, o estudante Elber Dias Almeida, 32, esperava uma kombi para levar as compras para casa em sacolas trazidas de casa e adquiridas no mercado. "Pelo lucro que os supermercados têm, eles deveriam oferecer de graça as sacolas biodegradáveis, antes vendidas por R$ 0,19".
Já o pizzaiolo Deison Trindade Santos, 25, não se importou em trazer cinco sacolas de casa para, mesmo de táxi, carregar suas compras do Walmart, do Pacaembu.
"Acho até mais prático para carregar e guardar as compras quando uso as minhas sacolas. Ainda tive de comprar duas de R$ 0,49 porque acabei fazendo a compra do mês aqui no Walmart."
Na rede Joanin, do ABC, clientes diziam que, a iniciativa dos supermercados de banir a sacolinha, é positiva, mas deveria estar aliada à outras ações.
"Por que se faz uma campanha contra a sacolinha e não fazem outras pelo PET, pelo lixo? É hipocrisia. Quem não tem educação vai continuar jogando lixo na rua, com ou sem sacolinha", diz Silvio Pontes, 44 anos, supervisor de produção.
Segundo o presidente da Apas, João Galassi, o consumidor está mais preparado e consciente para mudar seu hábito. "Muitos levaram de casa e quem não levou se adaptou com as alternativas oferecidas", disse.
O Procon-SP informou ontem que não recebeu reclamações de consumidores ontem, dia em que o setor retomou a não distribuição de sacolinhas gratuitas.
TELEFONE PARA DÚVIDAS
A APAS criou um canal direto com os consumidores que poderão tirar suas dúvidas até o dia 2 de maio sobre a campanha "vamos tirar o planeta do sufoco", que prevê como uma das ações a não distribuição de sacolinhas.
O serviço funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, por meio do número 0800-580 5000.