27/03/2012-08h33
CLAUDIO ANGELO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Sem força para adiar a votação da reforma do Código Florestal para depois da conferência Rio +20, em junho, o governo aceita tratar já o tema na Câmara, mas para isso costura um acordo.
A ideia é liberar a votação do texto do relator, Paulo Piau (PMDB-MG), deixando à presidente Dilma Rousseff a tarefa de vetar os pontos considerados mais danosos ao meio ambiente.
Os ruralistas ameaçam não votar a Lei Geral da Copa enquanto o código não for analisado, o que tem gerado uma paralisia na Câmara.
O objetivo inicial do governo era protelar a votação para tentar reunir maioria em favor do texto aprovado no Senado. O Planalto argumenta que o relatório dos senadores representa mais um consenso entre ruralistas e ambientalistas.
A bancada do agronegócio, porém, diz que o texto do Senado prejudica os pequenos agricultores. Quer, por exemplo, ser desobrigada de cumprir percentuais de recuperação de florestas em margens de rio e é contra formulações gerais do texto que, segundo eles, dão caráter excessivamente ambiental ao código.
Das cerca de 30 alterações ao texto do Senado, o governo aceita quatro, segundo a Folha apurou, entre elas retirar essas formulações.
Outra mudança seria a supressão da necessidade de manter pelo menos 20 metros quadrados de área verde, por pessoa, no avanço da urbanização sobre essas áreas.
A votação pode ocorrer no dia 10. No dia seguinte, vence o decreto que suspende as multas a desmatadores.
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) negou que haja acordo, mas disse que o governo não vê dificuldade em prorrogar a suspensão de multas.