05/03/2012 - 08h47
Após acidentes, ciclistas marcam para amanhã protesto nacional
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
DE SÃO PAULO
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
Cicloativistas de todo o país preparam para amanhã uma manifestação em várias capitais a favor do uso da bicicleta como meio de transporte. Os eventos estão sendo programados para serem simultâneos, a partir das 19h.
Cicloativistas enfrentam disputa com Prefeitura de Porto Alegre
Cidade de São Paulo registra uma morte de ciclista por semana
Ciclista morre atropelado por ônibus em rodovia de Brasília
Ciclista morre atropelada por ônibus na avenida Paulista, em SP
"São Paulo perdeu mais uma ciclista", reflete leitora
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"São Paulo perdeu mais uma ciclista", reflete leitora
Os protestos, de acordo com os integrantes dos movimentos Bicicletada e Massa Crítica, é uma resposta às mortes de três ciclistas ocorridas na sexta-feira passada.
Além da morte da bióloga Juliana Dias, 33, na avenida Paulista, após ser atingida por um ônibus, mais duas pessoas morreram, em Brasília e Marituba, na região metropolitana de Belém.
Todos os casos envolveram bicicletas e veículos de grande porte, sendo ônibus ou caminhão. O movimento que convoca a manifestação costuma fazer suas "bicicletadas" nas noites de sexta-feira em várias cidades.
Os protestos de amanhã, em nível nacional, foram convocados pela primeira vez.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Ciclistas andam em ciclofaixa da zona norte de SP; protesto nacional é marcado para amanhã após acidentes |
Em São Paulo, o evento ocorrerá na praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação.
Durante o dia de ontem, nas ciclofaixas de lazer paulistanas, o acidente com a bióloga Juliana repercutia.
"O grande problema é a falta de respeito por parte dos motoristas de coletivo", afirmou Carlos Caldas, 56.
Há 16 anos ele usa a bicicleta como meio transporte. Durante cinco, ele trabalhou como "bikeboy" entregando medicamentos. "Rodava uns 120 km por dia", disse.
Para o advogado Marco Scalamandré, 46, que também usa a bicicleta uma vez por semana para trabalhar, inclusive na Paulista, falta treinamento aos motoristas.
"Muitas vezes, nem sabem ao certo o que estão fazendo. Ônibus é grande. É preciso que tenham consciência".
Moacyr Lopes Junior - 02.mar.12/Folhapress | ||
Manifestantes protestaram na avenida Paulista após uma ciclista morrer atropelada no local |
Dados oficiais da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de 2010 corroboram a preocupação dos ciclistas ouvidos pela reportagem.
Dos 49 ciclistas que morreram em São Paulo em 2010, 33 perderam sua vida após colisão com outro veículo. De todas as mortes, 48 eram do sexo masculino e apenas uma era mulher. A idade média das vítimas fatais é 38 anos.
O conflito entre bicicletas e outros veículos teve um capítulo famoso há praticamente um ano, em Porto Alegre.
No dia 25 de fevereiro de 2011, o funcionário do Banco Central Ricardo Neis avançou com seu Golf sobre ciclistas do movimento que convocou os protestos para amanhã. Ao todo, 17 deles ficaram feridos.
As bicicletadas gaúchas que ocorrem às sextas ainda causam polêmica, pois elas não seguem um trajeto fixo, o que complica o trânsito.