10/3/2012 - 13:04 - ( Nacional ) 
 Priscilla 
Mazenotti
Priscilla 
Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Mais de 60% das capitais brasileiras proíbem uso de sacolas plásticas em supermercados
10/03/2012 - 
11h28 
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais de 60% das capitais brasileiras – 17 das 27 capitais - 
aprovaram leis que proíbem ou que regulam o uso de sacolas plásticas em 
supermercados e outros estabelecimentos comerciais. Em pelo menos três capitais 
– Manaus, Fortaleza e Curitiba – há projetos tramitando na Câmara Municipal 
sobre o assunto. Entretanto, aprovar a lei não significa colocá-la em prática. 
Em diversas cidades há ações na Justiça para suspender a aplicação da norma.
Em Recife, a Justiça considerou inconstitucional a lei que obriga o 
fornecimento, por parte dos comerciantes, de sacolas oxi-biodegradáveis (que 
contém um aditivo que causa degradação mais rápida). O argumento é que o 
município não pode legislar sobre matéria de meio ambiente. Essa competência, 
segundo a Constituição, cabe à União, aos estados e ao Distrito Federal.
O município de Recife recorreu da decisão. Se o pedido de recurso for acatado 
pelo Tribunal de Justiça local, a matéria seguirá para decisão do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Enquanto isso, a ação fica suspensa.
Na maior cidade do país, São Paulo, a Justiça também considerou a lei 
inconstitucional. Entretanto, foi assinado um acordo com a Associação Paulista 
de Supermercados para que, até 3 de abril, os estabelecimentos forneçam caixas 
de papelão gratuitamente ou sacolas biodegradáveis por R$ 0,19 e 
ecobags por R$ 1,80. A partir de 4 de abril, os consumidores deverão 
transportar suas compras em sacolas próprias.
O ideal, segundo o presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos 
(Plastivida), Miguel Bahiense, é o uso racional das sacolas plásticas. Ele 
destacou que estudos mostram que sacolas plásticas têm melhor desempenho, 
inclusive no acondicionamento de lixo, do que outras embalagens.
“Num aterro sanitário 0,2% é sacola plástica, 65% são material orgânico. A 
saída é ter incineração, reciclagem energética. Dizer que as sacolas abarrotam 
os aterros sanitários é uma mentira deslavada”, disse. “É preciso ter sacolas 
resistentes e que seu uso envolva preservação ambiental e uso consciente”, 
completou.
Para a fundadora da Fundação Verde (Funverde), Ana Domingues, a solução é 
acabar as sacolas plásticas e educar o consumidor a usar engradados ou sacolas 
retornáveis. Caixa de papelão, segundo ela, deve ser a última opção. “Já passou 
da hora de banir as sacolas. Não tem lógica usar um segundo pra fabricar um 
produto, usar por meia hora e demorar 500 anos para tirar do meio ambiente”, 
comentou.
Abandonar a sacola plástica tem sido a decisão de muitos consumidores, mesmo 
antes de leis regularem o assunto. A dona de casa Maria do Carmo Santos, por 
exemplo, diz que as sacolas retornáveis oferecem maior resistência, durabilidade 
e segurança para as suas compras. “Eu já abandonei o uso das sacolinhas de 
plástico há muito tempo. Elas poluem demais e sujam nossa casa. Eu até faço 
coleção dessas sacolas ecológicas que são lindas, práticas e duram muito mais do 
que as de plástico”, disse.
A dona de casa Graciana Maria de Jesus tem a mesma opinião. Para ela, as 
sacolas plásticas oferecidas no mercado não são de boa qualidade. “Essas 
sacolinhas de mercado não valem nada! Além de a gente passar raiva, porque 
rasgam com facilidade e nem para colocar no lixo servem. Comprei essa bolsa 
(ecobag) que dá pra colocar mais produtos e para carregar é bem 
melhor”, disse.
Edição: Fernando Fraga
 
