sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

EPS (isopor): Térmicos, eficientes e sustentáveis


Térmicos, eficientes e sustentáveis

Isolantes feitos de material reciclado ou reaproveitado são boas opções ecológicas


Cássia Kuriyama, da PrimaPagina
Especial para o Portal Terra

Divulgação: André Eisenlohr
O arquiteto André Eisenlohr usou pedaços de isopor coletados em caçambas e lojas para fazer o isolamento térmico e acústico do chalé que projetou
O arquiteto André Eisenlohr usou pedaços de isopor coletados em caçambas e lojas para fazer o isolamento térmico e acústico do chalé que projetou
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  • O arquiteto André Eisenlohr usou pedaços de isopor coletados em caçambas e lojas para fazer o isolamento térmico e acústico do chalé que projetou
  • Os pedaços de isopor foram distribuídos entre as placas de madeira
  • Gonçalo Soares, do escritório de arquitetura Ecohabitar, autor do projeto, sugere como alternativa ecológica telhas conhecidas como telhas sanduíche, que têm isopor como isolante em vez de lã de vidro
  • Soares explica que o isopor é eficiente, mas alguns clientes imaginam que as telhas possam deixar a construção parecida a um galpão. “Mas você pode fazer um telhado oculto com um pequeno muro que é continuação da parede”
  • A lã feita de fios de garrafas PET recicladas pode substituir a lã de vidro e a lã de rocha em paredes, forros, pisos e até dutos de ar condicionado
  • A lã de garrafa PET é reciclada e reciclável. “As garrafas são recolhidas em diversas cooperativas do Brasil, e parte do material já chega na forma de fios” conta Valmir Alves, gerente da área industrial da Trisoft, fabricante do material
  • O telhado verde é uma cobertura vegetal aplicada sobre lajes e telhas. Eficiente isolante térmico e acústico, traz outros benefícios, como a proteção da laje e a melhora do microclima local
Isolantes térmicos aplicados em paredes, pisos e lajes ajudam a manter as construções em uma temperatura agradável o ano inteiro, sem o uso do ar condicionado ou aquecedor. A energia que seria gasta nos aparelhos é economizada, favorecendo o seu bolso e a natureza. Mas é possível preservar ainda mais o meio ambiente com isolantes ecológicos, que são naturais ou recicláveis.
O isopor reaproveitado é uma das alternativas. Por ser volumoso e ter valor baixo no mercado, poucas cooperativas o reciclam. E por isso reaproveitá-lo é uma boa solução ao seu descarte comum.
Na construção de um chalé feito de placas de madeira pínus, o arquiteto André Eisenlohr usou o isopor coletado em caçambas e lojas para fazer o isolamento térmico e acústico. “Quando fui montar as paredes, fui recortando e encaixando os pedaços, como se fosse Lego. A vantagem é que você não está comprando isopor, criando uma demanda, e está reaproveitando um material que seria descartado”, explica Eisenlohr.
Gonçalo Soares, do escritório de arquitetura Ecohabitar, sugere o uso de telhas metálicas conhecidas como telhas sanduíche, que em vez de lã de vidro têm isopor como isolante. “As telhas possuem várias espessuras e o recheio do sanduíche, o isopor, é muito eficiente”, diz Soares.
A lã de vidro é um dos isolantes mais usados nas construções. Mas é um material que deve ser manipulado com equipamentos de proteção, pois o contato com esse tipo de lã é prejudicial à saúde.
As telhas sanduíche são vendidas em placas feitas sob encomenda, cortadas do tamanho necessário para a obra, o que diminui a geração de resíduos e torna a instalação mais rápida.
Outro material alternativo à lã de vidro é a feita de garrafas PET recicladas. Valmir Alves, gerente da área industrial da Trisoft, fabricante do material, explica que o processo de fabricação não consume água nem resinas, e o material pode ser mais uma vez reciclado quando descartado.
Soares ainda indica as placas de cortiça como isolantes, mas com uma ressalva. “Elas são completamente naturais, recicláveis e muito eficientes. Não são tóxicas, nem dão problemas de instalação. Porém têm um alto custo.”
A cobertura vegetal sobre lajes e telhas, o telhado verde, é outro isolante eficiente e sustentável. O jardim aplicado sobre a última superfície da edificação ainda protege a laje de trincas e rachaduras, tende a melhorar a umidade relativa do ar, atrai animais, e ajuda a diminuir o impacto das chuvas nas cidades, pois retém parte da água que iria direto para galerias pluviais.
Mas atenção: ao buscar novos produtos, é sempre importante informar-se sobre a sua eficiência. “De preferência, o material deve ser aprovado pelo Inmetro. Se for ineficiente, gera desconfiança e acaba aumentando a rejeição por esse tipo de produto ecológico”, diz Soares.


Cássia Kuriyama, da PrimaPagina
Especial para o Portal Terra