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Carla Castro08/12/11 12:50
São empregos de futuro, que deverão aumentar à medida que as empresas apostarem mais na sustentabilidade.
Criar emprego. Palavras mágicas nesta altura de crise e agravamento do desemprego. As boas notícias surgem numa nova área que está a emergir e a que o mundo empresarial vai dando cada vez mais atenção: a sustentabilidade. E são as próprias empresas a admiti-lo. "Temos criado novas oportunidades de emprego em áreas que a empresa tem assumido como fundamentais para o seu desenvolvimento sustentável", afirma Isabel Eliseu, HR Strategy Manager da Sociedade Central de Cervejas.
Mas que tipo de empregos são esses? "Algumas empresas já têm mesmo departamentos de sustentabilidade. Outras começam a incorporar as preocupações com o desenvolvimento sustentável nos outros departamentos, como o de marketing, por exemplo", afirma Marta Vian Santos, manager da consultora em desenvolvimento sustentável Sair da Casca.
A sustentabilidade "é parte integrante e está presente na nossa estratégia de desenvolvimento e no dia-a-dia dos negócios da empresa, o que conduz, naturalmente, à existência de vários postos de trabalho com ela relacionados", diz, por seu lado, Ana Sofia Clemente Silva, da Direcção de Sustentabilidade e Inovação da Galp Energia. A responsável da Galp acrescenta que, na medida do progressivo aprofundamento das actuações da empresa nesta área, "serão constituídas, no futuro, novas oportunidades de emprego".
Muitas empresas já procuram integrar a preocupação com estas questões da sustentabilidade nas suas políticas de recursos humanos e de formação, embora a maioria tenha ainda um caminho a percorrer nesse sentido. "É uma área que se vai desenvolver quando as empresas tiverem mais abertura. São empregos de futuro", acrescenta Marta Vian Santos, que é a responsável pela área de educação para a sustentabilidade da Sair da Casca. Para já, as grandes empresas são as que estão a abrir caminho e a integrar nas suas estratégias estas questões da sustentabilidade, que não têm só a ver com preocupações ambientais, mas com gestão eficiente dos recursos, responsabilidade social, gestão de talentos, etc.
GreenFest
A pensar em sensibilizar os jovens para as questões da sustentabilidade, o Greenfest - o principal fórum nacional sobre as questões da sustentabilidade - apresentou, este ano, um programa específico dedicado aos alunos dos ensinos secundário e superior. A Sair da Casca juntou responsáveis da área da sustentabilidade de algumas empresas e foi falar destes temas com alunos e professores. A mensagem teve a ver, essencialmente, com a empregabilidade. "Explicámos aos jovens que as empresas precisam de profissionais com formação nesta área, que conheçam os temas e falámos das profissões que estão a aparecer nas empresas que já integram as preocupações com as questões da sustentabilidade", adianta Marta Vian Santos.
Nesta iniciativa participaram a Central de Cervejas, Galp, a ADENE, BCSD, Brisa, Emac, Fundação Benfica, Hotel Tivoli, Nestlé, Santander Totta, Tratolixo, Turismo de Portugal e Universia.
Duas das empresas que se associaram ao Greenfest:
Central de Cervejas
"Temos criado novas oportunidades de emprego em áreas que a empresa tem assumido como fundamentais para o seu desenvolvimento sustentável", afirma Isabel Eliseu, HR Strategy Manager da Sociedade Central de Cervejas (SCC). A empresa dirigida por Alberto da Ponte assume-se como "cada vez mais sensível a estes temas", razão pela qual tem proporcionado experiências profissionais a pessoas com algumas limitações ou em situação desfavorecida. No âmbito do Greenfest, nas escolas e universidades a que se deslocou, Isabel Eliseu diz que teve conversas interativas sobre a sustentabilidade na SCC com os grupos de alunos, "porque não tinha uma apresentação específica, esta era orientada consoante os grupos que recebia, ou seja de que escola profissional vinham ou do interesse específico do grupo".
Galp Energia
Para a Galp Energia, as três dimensões da sustentabilidade (económica, ambiental e social) "estão presentes e são parte integrante na sua estratégia de desenvolvimento e no dia-a-dia dos negócios da empresa, o que conduz, naturalmente, à existência de vários postos de trabalho com elas relacionados", afirma Ana Sofia Clemente Silva, da Direcção de Sustentabilidade e Inovação. A mesma responsável admite que, na medida do progressivo aprofundamento das actuações nesta área, "serão constituídos, no futuro, novas oportunidades de emprego nestas áreas". Quanto à participação na iniciativa do Greenfesta junto de escolas e universidades, explica que o objectivo da Galp foi "demonstrar aos alunos participantes de que forma uma empresa do sector energético e do gás incorpora a sustentabilidade nas suas estratégias e actividades e quais os desafios inerentes ao equilíbrio de um desenvolvimento sustentável".