15/10/2011 - 05h31
Lixo hospitalar dos EUA é vendido no Nordeste
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/991146-lixo-hospitalar-dos-eua-e-vendido-no-nordeste.shtml
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (PE)
Lençóis com nomes de hospitais dos EUA --iguais aos apreendidos pela Receita Federal no porto de Suape e classificados como lixo hospitalar-- são vendidos por quilo em uma das principais vias de Santa Cruz do Capibaribe, cidade de 87,5 mil habitantes de Pernambuco, relata o repórter Fábio Guibu em reportagem publicada na Folha (disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Receita aciona Procuradoria contra lixo hospitalar em PE
Fiscalização encontra mais um contêiner de lixo hospitalar em PE
Contêiner com lixo hospitalar é apreendido em porto de PE
A Folha comprou nove peças (4 kg) na loja Império do Forro de Bolso. Parte delas tinha manchas e referências e unidades de saúde dos EUA, como Baltimore Washington Center ou Medline Industries Inc.
Amontoados no chão, os lençóis e fronhas eram vendidos a R$ 10 o quilo.
Funcionários alegaram problemas no sistema para não fornecer nota fiscal ou recibo e, depois da ligação por celular, fecharam a loja.
Tecidos de hospital só podem ser reaproveitados após rigorosa desinfecção.
A Receita não confirmou o nome do importador de lixo hospitalar.
Lençol de lixo hospitalar dos EUA é revendido no BrasilReceita aciona Procuradoria contra lixo hospitalar em PE
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Contêiner com lixo hospitalar é apreendido em porto de PE
A Folha comprou nove peças (4 kg) na loja Império do Forro de Bolso. Parte delas tinha manchas e referências e unidades de saúde dos EUA, como Baltimore Washington Center ou Medline Industries Inc.
Amontoados no chão, os lençóis e fronhas eram vendidos a R$ 10 o quilo.
Funcionários alegaram problemas no sistema para não fornecer nota fiscal ou recibo e, depois da ligação por celular, fecharam a loja.
Tecidos de hospital só podem ser reaproveitados após rigorosa desinfecção.
A Receita não confirmou o nome do importador de lixo hospitalar.
Loja em Pernambuco oferece material com nomes de instituições americanas
Roupa de cama é semelhante à que foi encontrada em dois contêineres onde havia também seringa usada
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1510201101.htm
Divulgação |
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (PE)
Lençóis com nomes de hospitais dos EUA, semelhantes aos encontrados nesta semana pela Receita Federal no porto de Suape e classificados como lixo hospitalar, são vendidos por quilo em Santa Cruz do Capibaribe, a 205 km de Recife, em Pernambuco.
A Receita apreendeu dois contêineres, na terça e na quinta, com 46 toneladas de resíduos hospitalares vindos dos EUA que eram descritos em documentos como "tecido de algodão com defeito".
Nos compartimentos, no entanto, foram encontrados lençóis manchados de sangue e seringas entre outros.
O material é proibido de entrar no país e oferece risco à saúde. Especialistas dizem que lençóis só podem ser reaproveitados após rigoroso processo de esterilização.
Neste ano, a mesma importadora já havia trazido para Pernambuco outros seis carregamentos, que não foram retidos na fiscalização.
SALDÃO NO AGRESTE
A Folha esteve ontem na cidade do agreste pernambucano para onde seriam levados os detritos importados apreendidos. Lá, comprou na loja de tecidos e retalhos Império do Forro de Bolso, sem se identificar, nove lençóis.
Três peças têm nomes de hospitais ou entidades americanas impressos no tecido. Uma tem a mesma origem de parte do material apreendido no porto, o Hospital Central Services Cooperative.
No total, a Folha comprou 4,1 kg de lençóis, a R$ 10 o quilo. Funcionários da loja alegaram "problemas no sistema" para não entregar nota fiscal nem recibo. Depois de conversarem ao celular, eles fecharam o local.
A loja fica em uma das principais avenidas de Santa Cruz do Capibaribe, cidade com 87,5 mil habitantes em 2010, segundo o IBGE. Os lençóis e fronhas estavam amontoados no chão. Tecidos para fazer forros de bolso eram vendidos, a R$ 8,75 o quilo.
Várias peças das roupas de cama tinham manchas.
Um dos lençóis comprados pela Folha traz a inscrição "Baltimore Washington Medical Center University of Mariland Medical System".
Outro tem inscrição dizendo que não pode ser vendida: "Property - not for sale".
Entre os lençóis sem inscrição, quatro têm etiquetas do fabricante. Dois deles são da americana Medline Industries Inc.. Há lençóis fabricados em outros países.
Após verificar a mercadoria, às 11h20, a Folha voltou à loja, mas ela continuava fechada. À tarde, ninguém atendeu ao telefone. A Receita diz que visitará a cidade, mas não especificou a data.
A Receita apreendeu dois contêineres, na terça e na quinta, com 46 toneladas de resíduos hospitalares vindos dos EUA que eram descritos em documentos como "tecido de algodão com defeito".
Nos compartimentos, no entanto, foram encontrados lençóis manchados de sangue e seringas entre outros.
O material é proibido de entrar no país e oferece risco à saúde. Especialistas dizem que lençóis só podem ser reaproveitados após rigoroso processo de esterilização.
Neste ano, a mesma importadora já havia trazido para Pernambuco outros seis carregamentos, que não foram retidos na fiscalização.
SALDÃO NO AGRESTE
A Folha esteve ontem na cidade do agreste pernambucano para onde seriam levados os detritos importados apreendidos. Lá, comprou na loja de tecidos e retalhos Império do Forro de Bolso, sem se identificar, nove lençóis.
Três peças têm nomes de hospitais ou entidades americanas impressos no tecido. Uma tem a mesma origem de parte do material apreendido no porto, o Hospital Central Services Cooperative.
No total, a Folha comprou 4,1 kg de lençóis, a R$ 10 o quilo. Funcionários da loja alegaram "problemas no sistema" para não entregar nota fiscal nem recibo. Depois de conversarem ao celular, eles fecharam o local.
A loja fica em uma das principais avenidas de Santa Cruz do Capibaribe, cidade com 87,5 mil habitantes em 2010, segundo o IBGE. Os lençóis e fronhas estavam amontoados no chão. Tecidos para fazer forros de bolso eram vendidos, a R$ 8,75 o quilo.
Várias peças das roupas de cama tinham manchas.
Um dos lençóis comprados pela Folha traz a inscrição "Baltimore Washington Medical Center University of Mariland Medical System".
Outro tem inscrição dizendo que não pode ser vendida: "Property - not for sale".
Entre os lençóis sem inscrição, quatro têm etiquetas do fabricante. Dois deles são da americana Medline Industries Inc.. Há lençóis fabricados em outros países.
Após verificar a mercadoria, às 11h20, a Folha voltou à loja, mas ela continuava fechada. À tarde, ninguém atendeu ao telefone. A Receita diz que visitará a cidade, mas não especificou a data.