terça-feira, 20 de setembro de 2011

Multa por risco de explosão? Por que não se interdita preventivamente?


19/09/2011 - 16h20

Cetesb aplica multa diária de R$ 17.450 ao shopping Center Norte



A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou nesta segunda-feira que aplicou multa diária de R$ 17.450 ao shopping Center Norte, na zona norte de São Paulo, por não cumprir as exigências para evitar o risco de explosão no local.


A multa é aplicada a partir desta segunda-feira e pode valer por até 30 dias corridos, caso o shopping não atenda às determinações da Cetesb.
Na sexta-feira (16), a Cetesb informou que o shopping entrou para a lista de áreas contaminadas críticas do órgão. Segundo a Cetesb, foi encontrado gás metano no terreno, que serviu como depósito de lixo na década de 1980, antes da construção do shopping. Com isso, o estabelecimento foi autuado.
Para afastar o risco de explosão, a Cetesb diz que o shopping deveria "implantar sistema emergencial de drenos de extração de gases", o que não foi cumprido, segundo o órgão.
Além disso, o Center Norte deve "complementar a investigação detalhada e avaliação de risco nas áreas do Center Norte, Lar Center e supermercado Carrefour e implementar os Planos de Monitoramento, de Comunicação e Gerenciamento do Risco e Contingência", diz a Cetesb.
Em nota, o shopping Center Norte afirmou que já atendeu a algumas das exigências da Cetesb e que, em reunião ocorrida nesta segunda-feira, ficou definido que "iniciadas as obras de remediação, somadas às medidas de avaliação já adotadas, a aplicação de multa diária estará suspensa".
O Center Norte afirma ainda que "já instalou sistema de remediação, que se encontra atualmente em operação e tem se mostrado efetivo no controle de intrusão do metano". Segundo o shopping, outros sistemas similares estão sendo instalados.
O Center Norte diz também que, de acordo com seu monitoramento, não há gás metano no interior do shopping.

Editoria de Arte/Folhapress






Shopping Center Norte tem até domingo para conter vazamentos

Hipótese de interdição não está descartada pelo governo caso medidas não sejam acatadas

19 de setembro de 2011 | 19h 21



Diego Zanchetta e Felipe Frazão - O Estado de S. Paulo
Expira no dia 25, domingo, o prazo para o Shopping Center Norte apresentar à Prefeitura de São Paulo um laudo técnico que ateste a contenção do gás metano que vazou para a área de suas lojas, segundo a Cetesb. Neste momento o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e um grupo de secretários e técnicos do governo municipal estão reunidos para decidir qual medida de intervenção será tomada caso o empreendimento não implemente um sistema de ventilação e de drenagem do gás até o final de semana.
Prefeitura de SP quer instalação de sistema de ventilação e de drenagem do gás até o fim de semana - Ernesto Rodrigues/AE
Ernesto Rodrigues/AE
Prefeitura de SP quer instalação de sistema de ventilação e de drenagem do gás até o fim de semana
Não está descartada uma eventual interdição no espaço por onde passam 800 mil pessoas aos finais de semana - incluindo Lar Center, Expo Center Norte e Novotel. A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e a pasta de Controle Urbano solicitaram ao shopping, no final de agosto, um relatório com medições de gases. Se o documento não for apresentado até domingo, o primeiro passo do governo é a aplicação de multa. A segunda pode ser a lacração do shopping.
Nesta segunda-feira, 19, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) também começou a aplicar multa diária de R$ 17.450 ao Shopping Center Norte. Na sexta-feira o empreendimento, construído sobre um antigo lixão da Vila Maria, na zona norte, foi classificado como "área contaminada crítica". Segundo o órgão estadual, existe o risco de explosão na área onde estão as 311 lojas do espaço.
O shopping não atendeu exigência da Cetesb para implementar um sistema emergencial de drenagem dos gases localizados no subsolo. A medida é considera fundamental para afastar o risco de explosão. Nos dias 17, 21 e 22 de julho técnicos da companhia detectaram gás metano na área das lojas, em índice que superou 5% da composição do ar - ou seja, com risco de inflamabilidade. O órgão pediu então medidas urgentes ao shopping, como a ventilação de espaços fechados - caso das galerias de telefonia e de esgoto e dos depósitos das lojas.
Passados mais de dois meses, nenhuma medida foi tomada pelo shopping, segundo a Cetesb. "Existe o risco de explosão, se houver uma faísca", afirmou na sexta-feira Geraldo do Amaral Filho, diretor de controle e licenciamento ambiental do órgão. O gás metano teria vazado para as lojas por meio de trincas no piso do shopping e de tubulações das galerias de telefonia e de esgoto, ainda de acordo com a Cetesb.
Acionada pela Cetesb, a Prefeitura informou ontem que também já havia exigido um plano de contenção de gases ao shopping no dia 25 de agosto. O prazo para o empreendimento apresentar o documento expira no domingo.
Kassab (PSD) também deve publicar na terça-feira portaria para constituir um grupo de trabalho que ficará responsável por acompanhar o processo de descontaminação da área.