terça-feira, 31 de maio de 2011

Itaquerão sai mesmo do papel? Torcida nós temos.

31/05/2011 - 06h51

Obra do Itaquerão atrai curiosos, mídia e operários







Fora, cerca de 50 pessoas em busca de emprego, carrinho de cachorro-quente, vendedores de café e um ou outro curioso. Dentro, 20 trabalhadores, um número maior de jornalistas, dois tratores, duas escavadeiras e três caminhões parados.
Após sucessivos atrasos, a construção do estádio do Corinthians em Itaquera, sede paulista da Copa-2014 e candidata ao jogo de abertura, começou ontem com mais movimentação no entorno do que no canteiro de obras.

Na primeira fase do processo, que deve durar entre dois e três meses, será feita a terraplenagem do terreno.
Cerca de 30 funcionários estiveram no Itaquerão: 20 no canteiro de obras e dez medindo a área e realizando trabalhos de topografia.
As máquinas cavaram, empurraram e empilharam terra --os caminhões para a retirada do excesso de solo só devem funcionar hoje.
Segundo a Odebrecht, parceira do Corinthians na construção, o número de operários deve triplicar na próxima semana e chegar a até 200 em 90 dias. A estimativa da empreiteira é a de que a obra tenha 2.000 funcionários no seu momento de pico.
Alguns devem ser recrutados no próprio estádio. Pelo menos foi isso que a construtora prometeu para o grupo de pessoas que vai diariamente ao Itaquerão pedir emprego. Mas a seleção só deve começar em três meses.
Até lá, o clube e a empresa esperam ter solucionado as dúvidas sobre o estádio.
O Corinthians não concorda com o custo superior a R$ 1 bilhão previsto pela Odebrecht. O clube paulista tenta cortar os gastos para a casa dos R$ 650 milhões, valor que conseguiu levantar com empréstimo do BNDES e com Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento da Prefeitura de São Paulo.
O vice de marketing Luis Paulo Rosenberg já saiu em busca de orçamentos mais baratos, o que não está em linha com o que pensa o presidente Andres Sanchez.
Devido ao desentendimento entre o clube e a Odebrecht, o contrato ainda não foi assinado. O acordo que permitiu o início das obras vale para a primeira fase e foi firmado para evitar mais atrasos que possam inviabilizar o Itaquerão no Mundial.
Após tirar São Paulo da Copa das Confederações e escolher o Rio como sede do centro internacional de mídia, a Fifa acena com a possibilidade de sacar da cidade a abertura por "questão de tempo" e cogita até tirá-la da Copa.
Com o início das obras, a Odebrecht promete entregar o estádio até o fim de 2013. Ou seja, seis meses antes do início do Mundial do Brasil.
Colaboraram APU GOMES, de São Paulo, MARIANA MAZIERO, colaboração para a Folha