Discussão sobre pecuária sustentável deve ter  embasamento científico, diz CNA 
18 de maio de  2011 - 15:17h 
Fonte: http://www.sonoticias.com.br/agronoticias/mostra.php?id=43305
Autor: CNA 
O  presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da  Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, defendeu, nesta  terça-feira (17-5), à noite, que as discussões sobre a sustentabilidade na  pecuária, que conciliem produção e preservação ambiental, sejam feitas sempre  com embasamento técnico-científico. “Esta é uma das premissas da CNA. Aceitamos  discutir qualquer assunto, mas sempre com base na ciência e para isso temos  buscado parcerias com diversas entidades de pesquisa”, enfatizou. Nogueira  participou da abertura da Primeira Reunião Global sobre Pecuária Sustentável,  que acontece até a próxima sexta-feira (20/5), na sede da CNA, em Brasília. O  evento é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  (Mapa), Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e  Banco Mundial, com o objetivo de discutir uma agenda sustentável para a  pecuária.
Nogueira destacou que o produtor rural tem feito sua parte para  contribuir com a mitigação dos impactos das mudanças climáticas na atividade.  Segundo ele, isso foi feito a partir da adoção de boas práticas na pecuária por  meio de ações como a integração lavoura-pecuária-floresta, o manejo de  pastagens, recuperação de pastagens degradadas, além do uso de tecnologias que  gerem aumento de produtividade sem ampliar áreas para pastagens, proporcionando  maior eficiência na produção. “Muitos trabalhos científicos comprovam que a  pecuária tem causado menos impacto ambiental do que os ambientalistas afirmam”,  ressaltou. “O lado ambiental é uma das nossas preocupações, diante do fantástico  desenvolvimento do setor produtivo nos últimos anos. Mas estamos aptos a essas  exigências, com o uso de novas tecnologias, que vão agregar valor e gerar mais  renda para o pecuarista para que nossa posição seja respeitada lá fora”,  afirmou.
Para o diretor de Produção e Saúde Animal da FAO, Samuel Jutzi,  a pecuária deve se basear em três pilares. Além da sustentabilidade, devem ser  levados em conta o desenvolvimento econômico e a saúde pública. Com o aumento do  consumo de carne no mundo, reflexo da melhoria de renda da população,  principalmente da parcela mais pobre, o setor produtivo deve estar preparado  para garantir segurança alimentar. “O amplo crescimento da pecuária requer mais  investimentos em pesquisas e outras ações que devem ser acompanhadas de perto”,  destacou. Já o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do  Mapa, Erick Chandoha, que representou o ministro Wagner Rossi, destacou o  aumento de 151% da produtividade da pecuária em 40 anos, e uma economia de área  de mais de 70 milhões de hectares, se for levado em conta que a quantidade de  animais por hectare, no mesmo período, passou de menos de 0,5 cabeça/hectare  para 1,2 cabeça/hectare.
Também participaram da solenidade de abertura da  reunião a diretora do Ministério de Assuntos Econômicos, Inovação e Agricultura  da Holanda, Alida Oppers, o diretor executivo de Transferência de Tecnologia da  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Waldyr Stumpf, o  representante do Banco Mundial, Jimmy Smith, e o representante da FAO no Brasil,  Hélder Mutéia.
Aumento da população e melhoria de renda exigirão maior  demanda por alimentos
Duas palestras antecederam a abertura do evento na  CNA. A primeira exposição foi feita pelo chefe da Análise do Setor Pecuário e  Ramificação Política da FAO, Henning Steinfield. Segundo ele, até 2050, a  população mundial deve chegar a 9,3 bilhões de habitantes. Este crescimento virá  acompanhado de maior ascensão social e econômica, o que ampliará a demanda por  alimentos em 70%, principalmente por proteína animal. Um dos desafios para  responder a esta demanda, acrescentou Steinfield, é aumentar a eficiência  tecnológica na produção para evitar impactos ambientais. “Serão necessários  incentivos para o sucesso ambiental e para novas práticas pelo produtor”,  afirmou.
O outro palestrante foi o economista Mauro Lopes, do Centro de  Economia Agrícola da Fundação Getúlio Vargas (CEA/FGV), que destacou a expansão  do setor agropecuário de 3,5% ao ano na última década, devido ao aumento de  competitividade. Dados apresentados por ele na exposição apontam também um  aumento de 116% na renda da população brasileira desde o início do Plano Real,  com destaque para a classe C, representada por 96 milhões de pessoas e que hoje  detém 46% do poder de compra dos brasileiros. “Esta parcela da população está  comprando cada vez mais carne e exige cada vez mais um produto de maior  qualidade”, disse o economista. Desta forma, ressaltou, a pesquisa será  fundamental para que a pecuária assegure a qualidade que tanto o mercado interno  quanto os países compradores dos produtores brasileiros de origem animal  passarão a querer nos próximos anos. “A bola agora está no campo da ciência”,  concluiu. 
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Embrapa inicia pesquisa em rede para conhecer impactos da pecuária no efeito estufa
Fonte: http://www.cppse.embrapa.br/embrapa-inicia-pesquisa-em-rede-para-conhecer-impactos-da-pecu%C3%A1ria-no-efeito-estufa
A pesquisa é extremamente  relevante para o país, considerando que o agronegócio nacional responde por  25,4% do PIB brasileiro e somente a pecuária equivale a 7,5% do PIB, de acordo  com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) de 2008.  
A produção pecuária brasileira,  além de atender ao mercado interno, contribui para a estabilização econômica e  social do país. O Brasil se consolidou nas últimas décadas como o detentor do  maior rebanho comercial do mundo e se destaca no cenário mundial com as  exportações de carne. A Embrapa está investindo cerca de R$ 6 milhões nesta  pesquisa, mas há previsão de mais captações externas.
“A partir da adoção de sistemas  integrados e melhores técnicas de manejo, é possível reduzir a emissão desses  gases”, explica Patrícia Perondi Anchão Oliveira, líder do projeto. Para que  essas técnicas façam parte das políticas governamentais voltadas ao setor, é  preciso determinar o nível das emissões dos sistemas tradicionais e o potencial  de mitigação (redução de emissões e remoção de GEE da atmosfera) dos sistemas  bem manejados, em âmbito nacional. 
A Rede Pecus está estudando a  dinâmica desses gases em sistemas de produção, em busca de uma pecuária  sustentável, pautada pelos aspectos econômico, social e ambiental.
A rede é composta por várias unidades da Embrapa, universidades e outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, com apoio de agências de fomento à pesquisa e da iniciativa privada. A liderança do projeto está sob a responsabilidade da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A rede é composta por várias unidades da Embrapa, universidades e outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, com apoio de agências de fomento à pesquisa e da iniciativa privada. A liderança do projeto está sob a responsabilidade da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Os projetos de pesquisa da Rede Pecus avaliam o balanço entre as emissões de GEE e os sumidouros (“sequestro”) de carbono dos vários sistemas de produção da pecuária, inseridos nos principais biomas brasileiros.
Segundo Patrícia, os resultados do projeto devem atender à demanda atual de várias redes de pesquisa e dos Inventários de Emissão e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa em diversas escalas de abordagem. Os principais resultados esperados pela rede de pesquisa são estimar a contribuição dos diferentes sistemas de produção brasileiros na dinâmica dos GEE e indicar sistemas de produção mais competitivos e sustentáveis.
Ana Maio
Jornalista - Mtb 21.928
Jornalista - Mtb 21.928
 
