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Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais  flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais  amores".
Hino Nacional Brasileiro - segunda parte   fonte:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm     
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10 destaques ambientais do Brasil
02/05/2011
fonte: http://pensareco.blogspot.com/2011/05/10-destaques-ambientais-do-brasil.html
Apresentado como uma das fortes economias emergentes, o Brasil já é uma potência ambiental no cenário internacional. Porém, persiste uma absurda e injustificada vitimização do país e de sua agricultura no tema ambiental, cultivada aqui e no exterior.
Dez destaques  ambientais relevantes ilustram com fatos e números a posição excepcional do  Brasil.
1 – O Brasil  tem a maior área protegida do mundo
O Brasil é o país com mais  áreas protegidas em todo o mundo: 2,4 milhões de quilômetros quadrados, 28% do  seu território. Em segundo lugar vem a China, com 1,6 milhões de quilômetros  quadrados de áreas protegidas, 17% de seu território. Em terceiro lugar está a  Rússia, o maior país do mundo, com 1,4 milhões de quilômetros quadrados, cerca  de 8% do seu território. Em quarto lugar vem os Estados Unidos da América, com  1,2 milhões, 12% de seu território e em quinto a Austrália, com 730 mil, 9% de  sua extensão. A média mundial de áreas protegidas é 12,2%, segundo a IUCN  (International  Union for Conservation of Nature).
Muitas das áreas protegidas  destes países estão em desertos, montanhas íngremes, regiões polares, etc. No  Brasil, as áreas protegidas ocupam, em geral, terras com grande potencial de  uso, de onde decorre parte da dificuldade de preservação.
Na maioria dos países –  sobretudo os industrializados – os Parques Nacionais admitem presença de  agricultura, pecuária, vilarejos, turismo, etc. No Brasil, as Unidades de  Conservação de Proteção Integral (443 mil quilômetros quadrados), na imensa  maioria, não admitem nem visitantes. A ONU considera o país como líder na  criação de áreas protegidas: dos mais de 700 mil quilômetros quadrados de áreas  protegidas criadas nos últimos sete anos em todo o mundo, 75% foi no Brasil!  (www.brasil.gov.br/cop10/). As áreas protegidas já  cobrem 54% da floresta amazônica brasileira.
2 – O Brasil é  um dos países que mais conservou suas florestas
Os desmatamentos erradicaram  mais de 75% da área florestal do planeta e restam hoje menos de 15,5 milhões de  quilômetros quadrados. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas  do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora 3,4%. A  Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais (23,6%), hoje possui 5,5%  e segue desmatando. No sentido inverso, a América do Sul, que detinha 18,2% das  florestas, agora detém 41,4%, e o grande responsável por este remanescente é o  Brasil que preserva ainda 69% de sua vegetação natural. O Brasil possuía 9,8%  das florestas originais do planeta e, no prazo de dois séculos, devido aos  desmatamentos realizados em todo o mundo, passou a deter 28,3%!
Se o desmatamento mundial  prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – poderá  ser responsável, no futuro, por quase metade das florestas primárias do planeta.  Ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura  florestal, o país é severamente criticado pelos campeões históricos do  desmatamento (www.desmatamento.cnpm.embrapa.br/).
3 – O Brasil é  o único país a exigir que agricultores mantenham de 20% a 80% de suas  propriedades com floresta nativa intocada
O Código  Florestal  brasileiro estabelece que de 20% a 80% da propriedade rural, em função do bioma  onde se localiza, deve ser mantido com a cobertura vegetal nativa a título de  Reserva Legal (Art. 1 § 2 – III). Essa “área localizada no interior de uma  propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente” é considerada  “necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e  reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao  abrigo e proteção de fauna e flora nativas”(www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm).
A Lei também proíbe o uso de  áreas consideradas de preservação permanente (APPs) associadas à hidrografia e  ao relevo. No Censo do IBGE de 2006, os agricultores mantinham em suas  propriedades 858 mil quilômetros quadrados de florestas (10% do território  nacional), dos quais destinavam mais de 500 mil quilômetros quadrados à Reserva  Legal e APPs. Para cumprir a Lei, esse número deverá crescer e o total de áreas  legalmente protegidas do Brasil ultrapassará 60% do território nacional, um caso  único em todo o planeta.
4 – O Brasil é  líder no uso de energia renovável
O país tem uma das matrizes  energéticas mais limpas do mundo. Segundo os dados do Balanço Energético  Nacional (BEN) de 2010 – Ano Base 2009, 47,3% da energia brasileira provém de  fontes renováveis (cana-de-açúcar, hidrelétricas, lenha e carvão e outros  renováveis) contra uma média mundial de 18,6%. A média do uso de energia  renovável pelos países da OCDE é de apenas 7,2% (http://ben.epe.gov.br/).
5 – A  agricultura brasileira produz quase um terço da energia do  Brasil
Além de ser grande produtora  de alimentos e fibras, a agricultura garante 30,5% da matriz energética do  Brasil, o equivalente de 68,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo  (TEP). A cana-de-açúcar (etanol, cogeração de energia elétrica e outros) garante  18,3% da energia do Brasil e há anos ultrapassou a contribuição das  hidrelétricas (15,2%). As florestas energéticas (lenha e carvão) garantem 10,3%  da matriz.
Graças ao seu desenvolvimento  tecnológico, a agricultura consome apenas 4,5% de energia fóssil na matriz ou  algo equivalente a 9,1M de TEP para produzir toda essa agroenergia (http://ben.epe.gov.br/). Só a técnica do plantio  direto – que eliminou a aração em mais de 266 mil quilômetros quadrados de  produção de grãos – reduziu em 40% o consumo de diesel (www.febrapdp.org.br/).
6 – O Brasil  pouco contribui para o efeito estufa pela emissão de  CO2
O mundo emitiu 31,5 bilhões de  toneladas de CO2 de origem fóssil em 2008. A China respondeu por 21% das  emissões mundiais (6,5 bilhões de toneladas), seguida pelos Estados Unidos  (19%), Rússia (5,5%), Índia (4,8%) e Japão (3,9%). Estes cinco países somam  53,4% das emissões planetárias. A China aumentou sua emissão em um bilhão de  toneladas de 2005 a 2008!
O Brasil, com 428 milhões de  toneladas anuais, ficou em 17º lugar (1,4%), bem atrás de Alemanha, Canadá,  Inglaterra, Irã, Itália, África do Sul, Austrália, México, Indonésia e outros,  segundo dados da Energy Information Administration (http://tonto.eia.doe.gov/).
7 – O Brasil  está entre os que menos emitem CO2 por  habitante/ano
A Austrália e os Estados  Unidos são líderes na emissão de CO2 por habitante por ano: 20,3 e 19,9  toneladas! Só perdem para alguns países produtores de petróleo como Catar (74 t)  ou Emirados Árabes (43 t). Em seguida vêm o Canadá (17,9 t), a Holanda (17 t), a  Estônia (16 t), a Bélgica (14,9 t) e a Rússia (11,7t). Com 17 t, a Holanda é uma  das campeãs europeias das emissões por habitante.
Cada brasileiro emite 2,1  toneladas de CO2 por ano, dez vezes menos do que australianos e  norte-americanos, quatro vezes menos do que os europeus e metade da média  mundial. Neste ranking, ocupamos a posição de 86º no mundo (http://tonto.eia.doe.gov).
8 – O Brasil é  líder mundial em economia de baixo carbono
O quociente entre o total de  CO2 emitido e o Produto Interno Bruto (PIB) dá uma medida da eficiência  energética e ambiental das economias nacionais na geração de riquezas. Dada a  variação da cotação do dólar entre países, o PIB foi calculado em função do  poder de compra das moedas nacionais, o Purchasing Power Parities  (PPP).
Os  campeões de emissões de CO2 para gerar riquezas (os menos eficientes) são Coreia  do Sul (1,45), África do Sul (1,38), Cuba (1,34) e Ucrânia (1,2). O Brasil, com  um quociente de 0,24, é mais eficiente do que uma centena de países no mundo:  ocupa a posição de 104º.
9 – O Brasil  reduziu em 80% o desmatamento da Amazônia
Entre agosto de 2009 e julho  de 2010, a Amazônia perdeu 6,45 mil quilômetros quadrados de floresta, o menor  patamar em 22 anos. É a menor taxa anual de desmate registrada pelo Instituto  Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início do levantamento, em 1988  (www.obt.inpe.br/prodes/). Com a taxa de anual de seis  mil quilômetros quadrados, o Brasil se aproxima da meta de reduzir o  desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. Pelo cronograma, assumido em  compromisso internacional, o país chegaria a uma taxa anual de 3,5 mil  quilômetros quadrados de desmate. O governo cogita antecipar a meta para 2016  (www.casacivil.gov.br/.arquivos/pasta.2010-08-02.3288787907/ppcdam_Parte3.pdf).
10 – O Brasil  é campeão de reciclagem
O Brasil lidera mundialmente,  pelo sétimo ano consecutivo, a reciclagem de latas  de alumínio, com um percentual de 96,5% do total comercializado no  mercado interno, em 2007. Foram recicladas 160,6 mil toneladas de sucata de  latas, o que corresponde a 11,9 bilhões de unidades ou 1,4 milhão por hora.  Trata-se do maior resultado registrado pelo índice, desde 1990. O segundo  colocado no ranking é o Japão, com 92,7% de reciclagem (que, lá, é obrigatória  por Lei) (www.cempre.org.br/).
Em 2009, o Brasil foi o 9º  produtor mundial de papel com quase dez milhões de toneladas. Cerca de 50% do  papel consumido no Brasil é reciclado. Mais de 80% do volume de papel ondulado  consumido em 2009 (65% das aparas) foi reciclado, contra 68,2% em 1992. O índice  só não é maior porque o Brasil aumentou muito suas exportações de produtos  industrializados. Carne, frango, frutas, calçados e móveis entre outros,  embalados em papelão ondulado, geraram reciclagem no exterior. A reciclagem de  papeis de escritório (revistas, folhetos, papeis de carta, papel branco, etc.)  ultrapassa 40%. Essa reciclagem reduz o consumo de  energia e  água, e induz a um menor corte de árvores (www.bracelpa.org.br/).
EUA lideram a perda de  florestas no mundo
Em artigo de 2010, nos  Proceedings da National Academy of Sciences sobre o desmatamento, os Estados  Unidos aparecem como quem mais desmatou suas florestas em todo o mundo, entre  2000 e 2005: 6% de suas florestas. O Canadá ficou em segundo lugar, com 5,2% e o  Brasil em terceiro com 3,6%. Em termos absolutos, o Brasil ficou em primeiro com  a perda de 165 mil quilômetros quadrados de florestas, seguido de perto pelo  Canadá, com 160 mil quilômetros quadrados. Os Estados Unidos ficaram em terceiro  com 120 mil quilômetros quadrados, segundo os dados do Colégio de Ciências  Ambientais e Florestais da Universidade de Nova York (www.pnas.org/content/early/2010/04/07/0912668107).
O excepcional desempenho  energético e ambiental do Brasil e de sua agricultura não é uma licença para  agir de forma irresponsável, mas em matéria de sustentabilidade existe uma injustificável  vitimização do país.
*  Evaristo Eduardo de Miranda é doutor em Ecologia, pesquisador  da Embrapa, assessor da Presidência da República.
** Publicado originalmente no site da revista  Eco21.
Fonte: Envolverde

 
