sexta-feira, 4 de março de 2011

Reduzir a conta de luz também é sustentável

Reduzir a conta de luz também é sustentável

03/03/2011 - Artigo



Fontes: Brasil Econômico e http://www.abrace.org.br/port/noticias/ler.asp?id=19966



Autor: Ângela Cardoso



O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou no mês passado o estudo Sustentabilidade: a vantagem competitiva de quem a incorpora, no qual pesquisadores classificam dois tipos de empresa: aquelas que assimilaram práticas sustentáveis à sua agenda e aquelas que, embora apoiem as causas da sustentabilidade, ainda estão mais focadas em redução de custo, eficiência material e mitigação de riscos.





O estudo identifica práticas das empresas que incorporaram e praticam conceitos e já começam a definir o que é uma gestão sustentável: agilidade, mesmo quando não se dispõe das informações necessárias; autenticidade e transparência com os colaboradores e fornecedores. Além disso, entre as preocupações das companhias está a necessidade de combater o desperdício de energia a partir do aumento da eficiência dos processos produtivos.





Essa preocupação das corporações globais tem sido pouco percebida entre as empresas brasileiras quando tratam da sustentabilidade. Apesar do alto custo do insumo, não há uma preocupação tão grande com o tema. Uma hipótese para isso é o fato de a matriz elétrica brasileira ser uma das mais limpas do mundo, com mais de 80% da eletricidade produzida em hidrelétricas. Isso faria com que as empresas nacionais já consideras sem suas opções sustentáveis quando se fala de energia.





Vale lembrar também que essa postura pode ser associada a um elemento cultural. Para muitas empresas brasileiras, sustentabilidade ainda é um conceito ligado muito mais à questão ambiental, sem considerar as demais vertentes que compõem o conceito, a questão social e a econômica. Além de ignorar o impacto econômico do custo da energia nas operações das empresas, esse raciocínio desconsidera o fato de que todas as formas de geração de energia causam impactos ambientais.





Evidentemente que uma térmica a carvão, que produz diversos poluentes devido à queima do combustível, terá impactos mais significativos no ambiente do que uma hidrelétrica, principalmente tendo em vista as emissões de gás carbônico das térmicas nesses tempos de aquecimento global. Contudo, mesmo as hidrelétricas têm impactos significativos, devido ao alagamento de áreas e outras modificações no ambiente em que estão localizadas.





Além disso, é preciso entender que o desperdício que resulta em um consumo excessivo e desnecessário contribui para a necessidade de expansão contínua do parque gerador. O aproveitamento inclui longas linhas de transmissão para que a energia chegue até os centros de carga, que também impacta o ambiente. Por fim, o parque gerador brasileiro também exige a complementaridade com térmicas, que, mesmo não sendo a carvão, contribuem para o famigerado efeito estufa.





Isso mostra que, embora as empresas brasileiras tenham um diferencial em relação às dos outros países, ações em favor da redução do desperdício merecem espaço. Podem não significar tanto em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa, mas contribuem para a redução do impacto ambiental de suas operações. Além disso, auxiliam a diminuir a conta de luz, ao mesmo tempo que buscam a sustentabilidade no que se refere à questão econômica.





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