segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

457 anos: São Paulo materializa as expectativas. Passeio gratuito de trólebus pelo centro histórico no dia 25.

457 anos: São Paulo materializa as expectativas


Comemorações dos 457 anos da cidade, na próxima terça-feira, 25, têm passeio gratuito de trólebus pelo centro histórico


Autor: Erick Tedesco



Fonte: http://www.tribunatp.com.br/modules/news/article.php?storyid=8236#
 
 
 
Dos jesuítas às tribos urbanas contemporâneas, como punks, clubbers e emos, São Paulo é há 457 anos – a serem completados no próximo dia 25 de janeiro – povoada por distintas culturas. Enquanto os religiosos catequizavam os índios que habitavam o planalto de Piratininga, introduzindo o cristianismo à força por palavras, atualmente os grupos sociais falam em ideologias e gostam de debates no intuito de promover melhorias à vivência na cidade. É quase meio século de história da terceira maior metrópole do mundo.



Apesar da mudança de hábitos promovida no cotidiano dos nativos americanos, os jesuítas estavam certos ao descreverem a atual São Paulo como “uma terra mui sadia, fresca e de boas águas” e “ares frios e temperados como os de Espanha”. Os títulos que engrandecem a capital justificam, mesmo que séculos depois, aqueles dizeres: o Centro Cultural e do Entretenimento, a cidade mais rica da América do Sul, Capital Mundial da Gastronomia, entre outros.



São Paulo é, ainda, a materialização da expectativa desejada por pessoas que para lá se mudam em busca de novas chances de emprego, por exemplo. É como se existisse uma aura em volta das fronteiras que delimitam a cidade, capaz de despertar a vontade de respirar novos ares. Uma caminhada pela avenida Paulista aos fins de semana, uma “esticada” à rua Augusta e depois ao Bexiga, tradicional bairro italiano. Talvez visitar o histórico bairro Ipiranga – e andar pelo Museu Paulista – e a pomposa esquina entre a São João e a avenida Ipiranga, para depois se embrenhar no “centrão velho” e ir ao Mercado Municipal.



De tantas arquiteturas e paisagens, São Paulo guarda, em muitos cantos, resquícios da história que a pavimentou. Mas, principalmente no centro antigo, a prefeitura, pelo sexto ano, oferece o Passeio de Trólebus na terça-feira, 25, dia do aniversário da cidade. O atrativo é gratuito e parte do Pateo do Collegio, ponto onde tudo começou. O trajeto é: rua Boa Vista, rua Líbero Badaró, viaduto do Chá, avenida São João, avenida Ipiranga, praça da República, avenida São Luiz, avenida Xavier de Toledo, viaduto do Chá, rua Líbero Badaró, largo São Francisco e praça da Sé.



São Paulo foi pioneira no uso do trólebus no Brasil. Inaugurou sua primeira linha em abril de 1949, fazendo o percurso Aclimação-Praça João Mendes. O sistema é um patrimônio da cidade e este percurso histórico e ecológico constitui também uma homenagem aos 62 anos da existência e funcionamento na capital. De acordo com a São Paulo Turismo, empresa de turismo e eventos da capital, o trólebus é um veículo limpo, de baixo ruído, silencioso, confortável (sem trancos), com velocidade adequada para o tráfego urbano e, sobretudo, não emite gases prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.



No entanto, a programação de comemoração referente aos 457 anos da cidade ainda engloba shows musicais, teatro e exposições. “SP ao Cubo – 457 anos de São Paulo” é o nome do ambiente montado no centro, próximo às avenidas São João e Ipiranga, que terá a apresentação de artistas paulistanos que homenagearão a cidade tocando e cantando canções que falam de São Paulo. Maria Gadu interpreta “Sampa”, de Caetano Veloso, o Titã Paulo Miklos canta “Ronda”, de Paulo Vanzolini, o eterno RPM Paulo Ricardo coloca a voz em “Punk da Periferia”, composição de Gilberto Gil, e a jovem Mallu Magalhães cantará “Envelheço na Cidade”, um dos muitos clássicos da banda Ira!.



Ainda no âmbito musical, mas com o auxílio do ator José Rubens Chachá na parte cênica, o teatro Cultura Artística-Itaim abriga “Rapaziada de São Paulo”, evento onde músicos experientes executarão, no piano, partituras das décadas de 10 e 20 encontradas em antiquários. São valsas do início do século 20 que abordam a Belle Époque vivida naquele tempo tanto pela cidade como também pela cena musical, que começara a ter uma característica própria.



O espetáculo terá mudança de cenário e além das canções da “Rapaziada de São Paulo”, o músico erudito André Mehmari também participará tocando um repertório com músicas que exaltam São Paulo, passando por compositores clássicos como Adoniram Barbosa, Vadico, entre muitos outros.



Quanto às opções em artes visuais, a empresa Multispectral Mapas Digitais, por meio de fotografias aéreas tiradas em 1958 e em 2008, apresenta um olhar especial sobre a cidade nos últimos 53 anos no site http://www.geoportal.com.br/ . Já o artista plástico Lobo Pop Art criou obras que ilustram a capital paulista no http://www.lobopopart.com.br/ . Nos quadros, o artista segue o estilo Pop Art utilizando traços vibrantes e cores alegres retratando os principais cartões-postais de São Paulo, como o MASP, a Ponte Estaiada, entre outros.

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Comparação 1958-2008: Mais árvores no centro da cidade após 50 anos?

Fonte: http://www.geoportal.com.br/
 
 
Rua Direita (Pça da Sé) e arredores em 1958




  Rua Direita (Pça da Sé) e arredores em 2008: mais árvores
Fonte:



Rua Direita (Pça da Sé) e arredores em 2011








Animal Silvestre Símbolo de São Paulo










A cidade de São Paulo já tem um animal silvestre símbolo: a onça suçuarana (Puma concolor capricorniensis), também conhecida como onça parda. Ela foi escolhida por 16.689 votos, em um total de 84.140.








FAUNA SILVESTRE OBSERVADA PELA DIVISÃO DE FAUNA EM 2010 REGISTRA 700 ESPÉCIES





A listagem é ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes, sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental. O Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo é realizado pela Divisão de Fauna da Secretaria desde 1993.



Dentre os novos registros estão aves florestais com habitat restrito (furnarídeos, tamnofilídeos, tiranídeos e traupídeos), aves de ambientes aquáticos e brejos (saracuras, maçaricos, patos silvestres e o flamingo-chileno), e uma espécie de campo e áreas abertas, o inhambu-chororó. Entre as espécies ameaçadas de extinção destacamos o apuim-de-costas-pretas Touit melanonotus, a sabiá-cica Triclaria malachitacea, a maria-leque Onychorhynchus swainsoni, o pixoxó Sporophila frontalis e a cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris, espécies registradas na APA Capivari-Monos, uma das áreas municipais de maior importância para a conservação da ornitofauna paulistana.



As regiões estudadas englobam 81 áreas dentro do Município de São Paulo, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, Parques Municipais e Estaduais, Parques Lineares e outras Áreas Verdes de interesse. Foram computadas 700 espécies, uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul, condição em que justamente o oposto é o mais esperado. As espécies estão distribuídas em três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.



Dentre os invertebrados estão presentes 137 espécies. Os vertebrados estão representados por 563 espécies; 23 peixes, 45 anfíbios, 40 répteis, 372 aves e 83 mamíferos. Cento e vinte sete espécies de vertebrados são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, são encontrados somente neste bioma. Este número corresponde a 22% do total de vertebrados.



Considerando as espécies ameaçadas no Estado de São Paulo (Decreto Estadual n° 53.494 de 2008), 30 espécies da fauna da cidade estão ameaçadas de extinção, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Das 23 espécies de peixes, 17 (74%) são nativas e seis (26%) são espécies exóticas introduzidas no Brasil. No grupo dos anfíbios ocorrem 45 espécies, destas 27 (60%) são endêmicas da Mata Atlântica, e uma exótica introduzida.



Foram adicionadas 85 espécies novas ao grupo das aves, o mais estudado em São Paulo, totalizando 372 espécies no município. Destas, 24,5% são endêmicas da Mata Atlântica, 11% constam em algum nível de ameaça das listas estadual, nacional e global e três são exóticas.



Trinta espécies são rapinantes (gaviões, falcões e corujas), exímios predadores de topo da cadeia trófica, 19 são beija-flores e 25 são saíras e sanhaçus, que figuram entre as aves mais coloridas e belas do neotrópico. A família dos papa-moscas (tiranídeos) possui o maior número de representantes, com 51 espécies. Algumas aves são migratórias, visitantes dos hemisférios norte ou sul, como o falcão-peregrino, a águia-pescadora, os maçaricos (Tringa spp.) e o verão (Pyrocephalus rubinus).



Entre os mamíferos estão presentes 12 espécies de marsupiais, conhecidos popularmente como gambás e cuícas, uma preguiça, três tatus, cinco macacos nativos e dois introduzidos, 32 morcegos, quatro felinos, entre eles a onça-parda e a jaguatirica, um cachorro-do-mato, três espécies de mustelídeos (irara, furão e lontra), duas espécies de procionídeos, conhecidos como mão-pelada e quati, uma anta, um porco-do-mato, um veado, um coelho, um esquilo, dois ratos exóticos e seis silvestres, um ouriço, um preá, uma paca, uma capivara e um ratão-do-banhado. Dentre as novas espécies observadas, destacamos o primeiro registro para o município do muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro, Brachyteles arachnoides, o maior e um dos mais ameaçados primatas das Américas, que empresta seu nome à APA Capivari-Monos. Este importante registro, juntamente com os do sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, e o sauá, Callicebus nigrifrons, aumenta a relevância da APA Capivari-Monos como área para a conservação da biodiversidade.





SÃO PAULO E A BIODIVERSIDADE



A Prefeitura de São Paulo participa desde 2007 do projeto denominado Ação Local pela Sustentabilidade (LAB na sigla em inglês para Local Action for Biodiversity), projeto liderado pelo ICLEI (Governo Locais pela Sustentabilidade) Seção África do Sul, que tem por objetivo coordenar os esforços das cidades para a proteção da biodiversidade.



Dentre outras importantes atividades as cidades participantes prepararam seus respectivos Relatórios de Biodiversidade, com diagnóstico de situação e iniciativas desenvolvidas neste campo.



Por ocasião das Conferências da ONU para a biodiversidade em Curitiba, Bonn e Nagoya, foram organizadas conferências paralelas das cidades que contaram com ativa participação de São Paulo, ocasiões em que as experiências e programas da cidade foram apresentados e submetidos à apreciação das demais organizações presentes.



A 10a. Conferência de Biodiversidade da ONU reconheceu o esforço e a necessidade de participação ativa das cidades no plano mundial de proteção da biodiversidade, adotando resolução proposta pelo Encontro das Cidades pela Biodiversidade, que ocorreu em Nagoya no mês de outubro, simultaneamente à Conferência das Partes.



No momento está em desenvolvimento por SVMA a proposta de "Programa Municipal de Proteção da Biodiversidade", que será compartilhado em seguida com as demais secretarias e organizações interessadas no assunto.



A escolha do animal silvestre símbolo da cidade é parte das atividades promovidas em 2010, definido pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional da Biodiversidade.



A Secretaria do Verde lançou este ano a segunda edição do Guia dos Parques Municipais de São Paulo, contendo informações sobre estas áreas protegidas que abrigam nossa fauna silvestre. Foi realizada a quinta edição do Concurso de Fotografia Árvores da Cidade de São Paulo, realizado anualmente em parceria com a Secretaria do Verde e a Porto Seguro. As 100 melhores fotos selecionadas nos cinco anos de concurso foram transformadas no livro Árvores da Cidade de São Paulo: 100 fotos em cinco anos de concurso.



Também está sendo lançada hoje a cartilha Bugio na Mata – a natureza agradece, material educativo e de divulgação do projeto Manejo e Conservação do Bugio na Região Metropolitana de São Paulo: aprimorando o programa de reintrodução¸ trabalho da Divisão de Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.



Em 2010 a Secretaria do Verde também promoveu a exposição A Cidade de São Paulo e o ano da Biodiversidade, retratando de forma ligeira, através de painéis fotográficos, as ações e projetos realizados pela Secretaria para preservar nossa biodiversidade. Foi criado em 2010 o selo Cidade de São Paulo no Ano da Biodiversidade.



A terceira edição do Seminário de Áreas Verdes, promovido pela Secretaria, teve como tema este ano Biodiversidade e Sustentabilidade: experiências, planos e ações. O objetivo do seminário é promover a troca de experiências entre os diversos agentes que atuam em ambientes naturais preservados ou implantados.







PROTEGENDO A BIODIVERSIDADE PAULISTANA



A Divisão de Fauna, localizada no Parque Ibirapuera, presta atendimento à fauna silvestre do Município de São Paulo e também da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O serviço foi criado oficialmente pela Lei No 11.426 de 18/10/93 (São Paulo, 1993), a mesma que criou a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) neste mesmo ano. Em 1996, sua estrutura foi ampliada com a implantação dos Centros de Triagem (CETAS) e de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), ambos no Parque Anhanguera — Lei No 12.055 de 09/05/1996 (São Paulo, 1996) —, regulamentada pelo decreto 37.653 de 25/09/98). Atualmente, a Divisão conta com 40 técnicos de nível superior (veterinários e biólogos), 20 servidores de apoio e 12 funcionários operacionais de empresa terceirizada (auxiliares de limpeza e tratadores).



As principais atribuições da Divisão de Fauna são: assistência médico-veterinária, clínica e cirúrgica, com suporte laboratorial; manejo dos animais do acervo municipal; vigilância ambiental e epidemiológica nos Parques Municipais; reabilitação da fauna com vistas à vida livre; destinação dos animais silvestres recebidos, para soltura ou cativeiro; levantamento faunístico em Parques Municipais e áreas verdes significativas (São Paulo, 1998), que subsidiam estudos sobre a biodiversidade; anilhamento da avifauna para monitoramento das solturas; gerenciamento de dados sobre a fauna recebida; produção de mapas georreferenciados; elaboração de pareceres para fins de EIA/RIMA, como no caso do Rodoanel Mário Covas, trechos Oeste e Sul; desenvolvimento de campanhas informativas; visitas técnicas monitoradas, cursos e publicações; atendimento e orientação sobre ocorrências com a fauna.



A Divisão recebe em média 250 animais silvestres por mês, com pico nos meses de setembro, outubro e novembro, quando o número de animais chega a dez por dia. Entre 1992 e 31 de outubro de 2010, foram cadastrados 41.827 animais silvestres, dos quais 17.542 foram soltos em áreas de procedência ou ocorrência, ou seja, cerca de 48% dos animais atendidos tiveram como destino a volta ao seu ambiente natural.



Entre os projetos em andamento, destacam-se o Projeto Manejo e Conservação de Bugio Alouatta guariba clamitans na Região Metropolitana de São Paulo: aprimorando o programa de reintrodução; Levantamento de Grandes e Médios Mamíferos no Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Curucutu; Projeto de Monitoramento de Aves no Município de São Paulo e Região Metropolitana.



Em dezembro de 2009 a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente publicou a portaria de nº 154 com a finalidade de regulamentar as ações destinadas ao controle de espécies vegetais exóticas invasoras, que podem produzir danos à biodiversidade local. A portaria estabelece que qualquer interessado em erradicar espécies invasoras pode apresentar um plano de manejo, baseado em um estudo ambiental, demonstrando as etapas de controle e erradicação das espécies invasoras. Após a execução do plano, ocorre a recuperação ambiental da área impactada, visando restabelecer as funções ecossistêmicas naturais perdidas com a invasão.

O Programa de Arborização Municipal também tem priorizado a biodiversidade ao definir espécies predominantemente nativas nos plantios. O Programa tem ampliado o plantio nas diversas regiões da cidade. De 2005 a 2009 foram plantadas novas 767.532 novas árvores.







Criação de unidades de conservação





A Secretaria do Verde tem investido na transformação de grandes áreas de maciços vegetais em unidades de conservação de proteção integral. Já foram criados os parques naturais Cratera de Colônia (extremo-sul, dentro da Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos) e Fazenda do Carmo, na zona leste.



Outros quatro parques naturais estão em implantação na região sul, na área da APA Capivari-Monos, como compensação pela implantação do trecho sul do Rodoanel: Jaceguava, Bororé, Varginha e Itaim. Estão em processo de criação também o Parque Natural Nascentes do Aricanduva (2.500.000,00 m²), cuja área está em processo de aquisição, e o Parque Natural do Iguatemi (303.372 m²) cuja área é da CDHU, ambos na zona leste, além do Parque Nascentes do Ribeirão Colônia (676.143,46 m²) que fica em uma área comprada pela SABESP, localizado na região sul, e será gerida através de parceria das Secretarias Municipais do Verde e de Esportes.



Além disso, o Programa 100 Parques para São Paulo tem reservado áreas e implantado parques, entre tradicionais e lineares, proporcionando local para fauna e flora se desenvolverem de maneira protegida. Em 2005 havia 34 parques municipais e hoje já são 73, alguns destes em fase de contração de manutenção e segurança. Em 2012 serão 100 parques.



Na borda da Cantareira, zona norte, estão em desapropriação dez milhões de m² para implantação de novos parques. São parques lineares e tradicionais, com a finalidade de criar zonas de amortecimento e proteção do Parque Estadual da Serra da Cantareira.



As Áreas de Proteção Ambiental Capivari-Monos (criada em 2001) e Bororé-Colônia (criada em 2006) são um tipo de unidade de conservação em que as terras podem ser públicas ou privadas e não acontecem desapropriações para sua criação. São gerenciadas por Conselhos Gestores que têm como atribuição a proposição de programas, projetos, planos e ações que garantam a proteção de seus recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Sua criação já é um grande passo no sentido de promover a proteção dos recursos naturais em seu território. A Secretaria do Verde vem avançando no sentido de adquirir áreas em seus territórios para torná-las de proteção integral, garantindo o habitat para a fauna e a flora manterem sua biodiversidade.







Onça parda é o animal símbolo da cidade de São Paulo

Dezembro 23, 2010




De junho a setembro de 2010 os paulistanos participaram da votação online e ajudaram a escolher o animal silvestre símbolo. Os concorrentes, 15 candidatos (escolhidos por técnicos da Divisão de Fauna com a colaboração de professores e pesquisadores do Museu de Zoologia/USP, do Instituto de Biociências/USP, do Instituto Butantã e das ONGs Save-Brasil e Centro de Estudos Ornitológicos), começaram com uma disputa concentrada entre aves, mas a onça suçuarana, também conhecida como onça parda, ocupava, semana a semana, a quarta posição. Nas últimas quatro semanas de votação ela começou a subir no ranking e abocanhou a eleição.



A onça parda é o maior felino registrado atualmente em São Paulo e o segundo maior do Brasil. Foi encontrada em duas áreas da zona sul: Fazenda Capivari e Parque Estadual da Serra do Mar/Núcleo Curucutu. Trata-se do felino com maior distribuição no continente americano, ocorrendo do Norte do Canadá ao Sul da Argentina e Chile (Terra do Fogo). No Brasil, ocupa todos os tipos de biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Campos Sulinos. Possui grande capacidade de adaptação aos diferentes ambientes e climas.



A suçuarana mede entre 86 cm e 154 cm de cabeça e corpo, e a cauda mede 63cm a 96 cm. Seu peso varia de 29kg a 120 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas. Possui coloração uniforme parda. Tem hábitos solitários, terrestres e noturnos. Alimenta-se principalmente de mamíferos de médio porte, como quatis, catetos, tatus e capivaras, e pode consumir também vertebrados de pequeno porte. Nas áreas rurais, aproxima-se de habitações humanas e alimenta-se de animais de criação. Essa proximidade faz com que seja alvo de perseguição e contribui para a redução de sua população. A espécie é considerada vulnerável no Estado de São Paulo.



As ações e projetos da Prefeitura de São Paulo voltadas à proteção da biodiversidade serão identificadas com a figura estilizada da onça parda, que será também utilizada em atividades de educação ambiental. Foi também desenvolvido um personagem, a Suçu, para trabalhar a questão da biodiversidade junto às escolas.



Animais Silvestres na Capital



A listagem é ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes, sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental. O Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo é realizado pela Divisão de Fauna da Secretaria desde 1993.



Dentre os novos registros estão aves florestais com habitat restrito (furnarídeos, tamnofilídeos, tiranídeos e traupídeos), aves de ambientes aquáticos e brejos (saracuras, maçaricos, patos silvestres e o flamingo-chileno), e uma espécie de campo e áreas abertas, o inhambu-chororó. Entre as espécies ameaçadas de extinção destacamos o apuim-de-costas-pretas Touit melanonotus, a sabiá-cica Triclaria malachitacea, a maria-leque Onychorhynchus swainsoni, o pixoxó Sporophila frontalis e a cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris, espécies registradas na APA Capivari-Monos, uma das áreas municipais de maior importância para a conservação da ornitofauna paulistana.



As regiões estudadas englobam 81 áreas dentro do Município de São Paulo, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, Parques Municipais e Estaduais, Parques Lineares e outras Áreas Verdes de interesse. Foram computadas 700 espécies, uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul, condição em que justamente o oposto é o mais esperado. As espécies estão distribuídas em três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.



Dentre os invertebrados estão presentes 137 espécies. Os vertebrados estão representados por 563 espécies; 23 peixes, 45 anfíbios, 40 répteis, 372 aves e 83 mamíferos. Cento e vinte sete espécies de vertebrados são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, são encontrados somente neste bioma. Este número corresponde a 22% do total de vertebrados.



Considerando a s espécies ameaçadas no Estado de São Paulo (Decreto Estadual n° 53.494 de 2008), 30 espécies da fauna da cidade estão ameaçadas de extinção, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Das 23 espécies de peixes, 17 (74%) são nativas e seis (26%) são espécies exóticas introduzidas no Brasil. No grupo dos anfíbios ocorrem 45 espécies, destas 27 (60%) são endêmicas da Mata Atlântica, e uma exótica introduzida.



Foram adicionadas 85 espécies novas ao grupo das aves, o mais estudado em São Paulo, totalizando 372 espécies no município. Destas, 24,5% são endêmicas da Mata Atlântica, 11% constam em algum nível de ameaça das listas estadual, nacional e global e três são exóticas.



Trinta espécies são rapinantes (gaviões, falcões e corujas), exímios predadores de topo da cadeia trófica, 19 são beija-flores e 25 são saíras e sanhaçus, que figuram entre as aves mais coloridas e belas do neotrópico. A família dos papa-moscas (tiranídeos) possui o maior número de representantes, com 51 espécies. Algumas aves são migratórias, visitantes dos hemisférios norte ou sul, como o falcão-peregrino, a águia-pescadora, os maçaricos (Tringa spp.) e o verão (Pyrocephalus rubinus).



Entre os mamíferos estão presentes 12 espécies de marsupiais, conhecidos popularmente como gambás e cuícas, uma preguiça, três tatus, cinco macacos nativos e dois introduzidos, 32 morcegos, quatro felinos, entre eles a onça-parda e a jaguatirica, um cachorro-do-mato, três espécies de mustelídeos (irara, furão e lontra), duas espécies de procionídeos, conhecidos como mão-pelada e quati, uma anta, um porco-do-mato, um veado, um coelho, um esquilo, dois ratos exóticos e seis silvestres, um ouriço, um preá, uma paca, uma capivara e um ratão-do-banhado. Dentre as novas espécies observadas, destacamos o primeiro registro para o município do muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro, Brachyteles arachnoides, o maior e um dos mais ameaçados primatas das Américas, que empresta seu nome à APA Capivari-Monos. Este importante registro, juntamente com os do sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, e o sauá, Callicebus nigrifrons, aumenta a relevância da APA Capivari-Monos como área para a conservação da biodiversidade.



São Paulo e a Biodiversidade



A Prefeitura de São Paulo participa desde 2007 do projeto denominado Ação Local pela Sustentabilidade (LAB na sigla em inglês para Local Action for Biodiversity), projeto liderado pelo ICLEI (Governo Locais pela Sustentabilidade) Seção África do Sul, que tem por objetivo coordenar os esforços das cidades para a proteção da biodiversidade.



Dentre outras importantes atividades as cidades participantes prepararam seus respectivos Relatórios de Biodiversidade, com diagnóstico de situação e iniciativas desenvolvidas neste campo.



Por ocasião das Conferências da ONU para a biodiversidade em Curitiba, Bonn e Nagoya, foram organizadas conferências paralelas das cidades que contaram com ativa participação de São Paulo, ocasiões em que as experiências e programas da cidade foram apresentados e submetidos à apreciação das demais organizações presentes.



A 10ª Conferência de Biodiversidade da ONU reconheceu o esforço e a necessidade de participação ativa das cidades no plano mundial de proteção da biodiversidade, adotando resolução proposta pelo Encontro das Cidades pela Biodiversidade, que ocorreu em Nagoya no mês de outubro, simultaneamente à Conferência das Partes.



A escolha do animal silvestre símbolo da cidade é parte das atividades promovidas em 2010, definido pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional da Biodiversidade.



A Secretaria do Verde lançou este ano a segunda edição do Guia dos Parques Municipais de São Paulo, contendo informações sobre estas áreas protegidas que abrigam nossa fauna silvestre. Foi realizada a quinta edição do Concurso de Fotografia Árvores da Cidade de São Paulo, realizado anualmente em parceria com a Secretaria do Verde e a Porto Seguro. As 100 melhores fotos selecionadas nos cinco anos de concurso foram transformadas no livro Árvores da Cidade de São Paulo: 100 fotos em cinco anos de concurso.



Em 2010 a Secretaria do Verde também promoveu a exposição A Cidade de São Paulo e o ano da Biodiversidade, retratando de forma ligeira, através de painéis fotográficos, as ações e projetos realizados pela Secretaria para preservar nossa biodiversidade. Foi criado em 2010 o selo Cidade de São Paulo no Ano da Biodiversidade.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de São Paulo