domingo, 13 de maio de 2012

O “Veta, Dilma” da Camila pode custar R$ 130 bilhões por ano. “Pensa, Dilma!”

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-%E2%80%9Cveta-dilma%E2%80%9D-da-camila-pode-custar-r-130-bilhoes-por-ano-%E2%80%9Cpensa-dilma%E2%80%9D/


12/05/2012
às 6:43

Por Reinaldo Azevedo

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da CNA, publica hoje um artigo na Folha que é de leitura obrigatória. E mais deveriam se sentir obrigados a lê-lo os que aderiram ao tal “Veta, Dilma” (sim, queridos, até Camila Pitanga poderia fazê-lo) e os ecologistas. Ocorre que essa turma rejeita o debate. Não quer ganhar consciências. Está em busca de inocentes de bom coração. Se Dilma fizer o que pedem, haverá uma diminuição da área plantada no país de 33 milhões de hectares. Não serão prejudicados apenas pequenos e médios produtores. Será pior para o país. Seguem trechos do artigo.
(…)
Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país? Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental. Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor. Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.
O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão. A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.
Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?
Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.
(…)
É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.






Um Código Florestal para o Brasil



http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/42380-um-codigo-florestal-para-o-brasil.shtml


São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Mercado


Kátia Abreu


O novo código deve garantir que o Brasil continue produzindo alimentos melhores e mais baratos

FEIJÃO E arroz interessam a todos, assim como água limpa e ar puro (Rolf Kuntz, 8/5/2012, no site "Observatório da Imprensa"). Mas esses dois lados não recebem o mesmo peso nas avaliações dos formadores de opinião. Predomina o enfoque da preservação ambiental em detrimento da produção de alimentos.
A proteção do ambiente é, hoje, uma preocupação de todos os seres humanos e vemos com alívio que governos, empresas e consumidores estão mais conscientes de que os recursos da Terra devem ser explorados de modo sustentável.
No Brasil rural não é diferente -basta observar os índices cada vez menores de desmatamento e o desenvolvimento de técnicas avançadas como a agricultura de baixo carbono.
No entanto, também é importante que os países produzam mais alimentos para um mundo desigual, em que atualmente 900 milhões de pessoas passam fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Lamentavelmente, essa triste realidade não é considerada pela utopia ambientalista, que tenta separar o inseparável, como se possível fosse discutir ambiente sem considerar o econômico e o social.
Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país?
Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental.
Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.
O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão.
A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.
Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?
Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.
Exigem maior produção em menor área, mas condenam sistematicamente as plantas transgênicas, o uso de fertilizantes químicos e de defensivos contra pragas e doenças, pregando a volta dos velhos métodos tradicionais herdados de nossos avós.
É fundamental que o novo Código Florestal garanta segurança para que o país continue produzindo o melhor e mais barato alimento do planeta.
É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.


KÁTIA ABREU, 50, senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), escreve aos sábados, a cada 14 dias, neste espaço.






São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Folha Corrida




http://www1.folha.uol.com.br/fsp/corrida/42424-rapidas.shtml


Lançado movimento 'Não veta, Dilma'
Em reação à campanha contra a sanção do novo Código Florestal, surgiu na internet o movimento "Não veta, Dilma", com perfil no Twitter e site. A campanha anônima, mas que tem sido atribuída a ruralistas, alega que o preço da comida vai subir sem o código.







São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Poder


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/42395-dilma-cumprimenta-grupo-que-pede-veto-ao-codigo-florestal.shtml


FOCO
Dilma cumprimenta grupo que pede veto ao Código Florestal

Alex de Jesus/"O Tempo"/Parceiro Folhapress
A presidente Dilma Rousseff acena para manifestantes durante solenidade em Betim
A presidente Dilma Rousseff acena para manifestantes durante solenidade em Betim

PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A BETIM (MG)


A presidente Dilma Rousseff se desviou ontem do esquema de segurança preparado para ela durante evento em Betim (MG) e foi até a rua para cumprimentar ambientalistas e manifestantes que pediam o "Veta, Dilma".
Cerca de 90 pessoas estavam do outro lado da rua gritando "Dilma pode vetar, o Brasil vai te apoiar", quando a presidente surpreendeu os manifestantes e se aproximou para cumprimentá-los.
O gesto da presidente sinaliza que ela pode vetar partes do novo Código Florestal aprovado pelo Congresso.
Setores da sociedade afirmam que o texto do novo código deixa desprotegidas as florestas e matas brasileiras.
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) já disse que a presidente deverá vetar partes do texto, especialmente o que se refere à anistia dada a desmatadores.
Ontem o deputado estadual Durval Angelo (PT-MG), que estava ao lado da presidente no encontro com os manifestantes, disse ter comentado com ela que o movimento "Veta, Dilma" está crescendo na região metropolitana de BH e que ela lhe respondeu que haverá vetos, mas não especificou quais.
Entre os manifestantes estavam ambientalistas independentes e outros ligados à Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente), Apua (associação de preservação ambiental de Betim) e estudantes de biologia da PUC.
Os estudantes Raul Lansky, 19, e Gabriel da Luz, 21, organizadores do "Veta, Dilma BH" nas redes sociais, se disseram surpresos com a aproximação da presidente, que estendeu a mão a cerca de 20 manifestantes. "Ela não falou nada, apenas sorriu e estendeu a mão", disse Lansky.
Após os cumprimentos, Dilma entrou no carro da comitiva e deixou o local.
A presidente foi a Betim (região metropolitana de BH) para inaugurar uma creche e entregar 1.160 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida.



"Veta, Dilma"

São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2012Poder

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/41600-dilma-estuda-vetar-texto-integral-de-lei-florestal.shtml


Dilma estuda vetar texto integral de lei florestal


Planalto faria medida provisória para regulamentar recuperação de florestas

Repercussão negativa no Brasil e no exterior preocupa a presidente, que tem de atrair chefes de Estados à Rio+20

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff estuda vetar na íntegra o Código Florestal aprovado pela Câmara e regulamentar por medida provisória a recuperação de florestas em beira de rio de modo a beneficiar agricultores familiares.
O texto do deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), aprovado no último dia 25, foi protocolado ontem no Planalto. Dilma tem até o dia 25 para se manifestar sobre ele.
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) inicialmente pediria à presidente que vetasse só as chamadas disposições transitórias, nas quais, segundo o governo, ficou configurada a anistia a quem desmatou ilegalmente.
Dilma, porém, considerou que trechos importantes do texto aprovado pelo Senado foram suprimidos, o que tornaria pouco efetivo vetar só trechos do projeto de Piau.
Há uma tendência no governo de baixar uma medida provisória com a chamada "escadinha", ou seja, um escalonamento das faixas de recuperação de florestas de acordo com o tamanho da propriedade.
Organizações de pequenos agricultores não estão satisfeitas com a previsão de que os minifúndios tenham de recuperar 15 metros de suas áreas de preservação permanente -querem que seja uma área menor.
O governo está de olho também nos dividendos eleitorais da rejeição ao texto de Piau. A campanha "Veta Tudo, Dilma" virou uma febre na internet semana passada.
O veto teria ainda a função de mandar um recado ao PMDB, que desafiou o Planalto ao aprovar um texto considerado desequilibrado em favor dos ruralistas.
A repercussão internacional negativa da reforma do código tem preocupado Dilma, que precisa atrair o maior número possível de chefes de Estado à Rio+20, em junho. (CLAUDIO ANGELO, NATUZA NERY, KELLY MATOS E VALDO CRUZ)