segunda-feira, 27 de julho de 2020

Fritjof Capra: A pandemia vista de 2050

Autoria: por

 Fritjof Capra e Hazel Henderson / CSR Wire / Tradução Bruno Mattos - 13.07.2020 | Fritjof Capra| #Ciência ,  #Física


Imagem: Drew Beamer / Unsplash

Vamos supor que temos a possibilidade de despertar em 2050 e visualizar o mundo e suas transformações pós-pandemia, já bem definidas. O que temos a dizer sobre o que ocorria no passado, sobre as falhas e condições da humanidade, e quais mudanças seriam percebidas? Esta é a proposta do artigo escrito pelo físico Fritjof Capra e pela futurista Hazel Henderson, juntar indícios que temos com perspectivas imagináveis.

O Fronteiras do Pensamento 2020 debate a Reinvenção do humano, e o físico austríaco Fritjof Capra é um dos conferencistas que contemplarão o tema e as novas realidades da pandemia no mundo. Autor de best-sellers sobre as mudanças conceituais na ciência relacionadas às mudanças de visão de mundo e valores da sociedade, Capra é reconhecido mundialmente pela obra O Tao da Física. É, também, aclamado por seu trabalho na promoção da educação ecológica. 

>> O físico teórico austríaco Fritjof Capra é um dos grandes pensadores que debate a Reinvenção do humano no Fronteiras do Pensamento 2020. Garanta o seu acesso à plataforma digital.



Confira o artigo:

Imagine que estamos em 2050, olhando em retrospecto para a origem e a evolução da pandemia de coronavírus nas últimas três décadas. Extrapolando a partir de eventos recentes, oferecemos o seguinte cenário para essa visão desde o futuro.

Conforme adentramos a segunda metade do século XXI, finalmente somos capazes de interpretar os sentidos da origem e do impacto do coronavírus que atingiu o mundo em 2020 a partir de uma perspectiva evolucionária sistêmica. Hoje, em 2050, olhando em retrospecto para os últimos 30 anos de turbulência em nosso planeta natal, parece óbvio que a Terra assumiu a tarefa de ensinar uma lição à nossa família humana. O planeta nos mostrou a importância primordial de compreendermos nossa situação a partir de sistemas inteiros, identificados por alguns pensadores visionários já em meados do século XIX. Essa maior consciência humana revelou como o planeta funciona de fato, com sua biosfera viva extraindo poder sistemicamente do fluxo diário de fótons de nossa estrela mãe, o sol.

No fim das contas, essa consciência expandida ajudou a separar as limitações cognitivas e os pressupostos e ideologias equivocados por trás das crises do século XX. Falsas teorias sobre o progresso e o desenvolvimento humano, medido de forma míope a partir de preços e métricas baseadas apenas no dinheiro, como o PIB, culminaram em perdas sociais e ambientais cada vez maiores: poluição do ar, da água e da terra, destruição da diversidade biológica e perda de funções do ecossistema, todos exacerbados pelo aquecimento global, pela elevação do nível dos oceanos e por gigantescas alterações climáticas.

Essas políticas míopes também geraram colapso social, desigualdade, pobreza, doenças mentais e físicas, vícios, a perda de confiança nas instituições (incluindo a mídia, a academia e a própria ciência) e também uma redução da solidariedade comunitária. Elas também provocaram as pandemias do século XXI: SARS, MERS, AIDS, influenza e os muitos coronavírus surgidos em 2020. 

Durante as últimas décadas do século XX, a humanidade havia excedido a capacidade regenerativa da Terra. A família humana crescera até atingir os 7,6 bilhões de indivíduos em 2020 e dava continuidade à mesma obsessão por crescimento econômico, corporativo e tecnológico que havia dado início à crescente crise existencial que ameaçava a mera sobrevivência da humanidade. Ao alimentar esse crescimento excessivo com combustíveis fósseis, a humanidade aquecera a atmosfera a tal ponto que o consórcio de ciências climáticas da Organização das Nações UNIDAS (ONU), o IPCC, observou em sua atualização de 2020 que a humanidade dispunha de apenas mais dez anos para reverter essa situação de crise.

Já em 2000, todos os meios estavam disponíveis: possuíamos o conhecimento necessário e já havíamos desenvolvido tecnologias renováveis eficientes e sistemas econômicos cíclicos baseados nos princípios ecológicos da natureza. Em 2000, as sociedades patriarcais estavam perdendo o controle sobre as populações femininas em razão das forças da urbanização e da educação. As próprias mulheres haviam começado a assumir controle sobre seus corpos, e as taxas de fertilidade começaram a despencar antes mesmo da virada para o século XXI. Revoltas disseminadas contra o modelo econômico da globalização, imposto de cima para baixo, e suas elites masculinas dominantes levaram ao colapso da rota insustentável do desenvolvimento baseado em combustíveis fósseis, poderio nuclear, militarismo, lucro, ganância e lideranças egocêntricas.

Os orçamentos militares, que haviam suprimido os recursos de saúde e educação necessários para o desenvolvimento humano, foram redirecionados gradualmente de tanques e navios de batalha para guerras mais baratas e menos violentas calcadas na informação. No início do século XXI, a disputa internacional pelo poder estava mais voltada para a propaganda social, as tecnologias de persuasão, a infiltração e o controle global da Internet.

Em 2020, a pandemia do coronavírus disputava a prioridades nos estabelecimentos médicos com as vítimas das salas de emergência, fossem elas vítimas de ferimento por armas de fogo ou pacientes com outras condições que ameaçavam sua sobrevivência. Em 2019, um movimento de estudantes escolares em todo os Estados Unidos havia se aliado a profissionais da área médica para protestar contra a violência armamentista, vista por eles como uma crise de saúde pública. Não demorou para que surgissem leis mais estritas de controle de armas, acompanhadas pelo boicote dos fundos de pensão aos fabricantes de armamentos e o decorrente enfraquecimento dos lobbys armamentistas. Em muitos países, as armas foram recompradas dos proprietários pelo governo e destruídas, como já havia ocorrido na Austrália no século XX. Isso levou a uma grande queda das vendas globais de armamentos, fenômeno acompanhado por leis internacionais que exigiam licenças anuais e seguros de alto custo dos proprietários, enquanto a taxação global reduziu as dispendiosas corridas armamentistas vistas nos séculos anteriores. Hoje, os conflitos entre nações são em grande parte regidos por tratados internacionais e pela transparência. Em 2050, os conflitos raramente envolvem recursos militares – eles migraram para a propaganda de Internet, a espionagem e as guerras cibernéticas.

Em 2020, essas revoltas trouxeram à tona todos os problemas subjacentes às sociedades humanas: o racismo e a ignorância, passando por teorias conspiratórias, xenofobia e do “outro” enquanto bode expiatório, até chegar às diversas pré-disposições cognitivas, como o determinismo tecnológico, a cegueira de base teórica e um fatal e corriqueiro erro de compreensão que confundia dinheiro com riqueza. O dinheiro, como todos sabemos hoje, foi uma invenção útil: as moedas são simplesmente protocolos sociais (marcadores físicos ou virtuais de confiança) que operam em plataformas sociais com efeito em rede, cujos preços flutuam conforme o nível de uso e confiança de seus muitos usuários. Ainda assim, países e elites ao redor do mundo se deslumbraram com o dinheiro e as apostas no “cassino financeiro global”, estimulando ainda mais os sete pecados capitais em detrimento de valores tradicionais como cooperação, compartilhamento, ajuda mútua e a ética da reciprocidade.

Cientistas e ativistas ambientais haviam alertado para as terríveis consequências dessas sociedades não sustentáveis e esses sistemas de valor retrógrados durante décadas, mas até a pandemia de 2020 os líderes políticos e corporativos, bem como outras elites, haviam resistido com teimosia a esses alertas. Antes incapazes de romper com o estado ébrio derivado do poder político e do lucro financeiro, seus próprios cidadãos os forçaram a redirecionar o foco para o bem estar e a sobrevivência da humanidade e da comunidade da vida. As indústrias fósseis lutaram para manter subsídios e isenções tributárias em todos os países conforme o preço do petróleo e da gasolina despencavam, mas já não tinham a mesma capacidade para comprar favores políticos e apoio aos seus privilégios. Foi necessária a reação global de milhões de jovens, “ambientalistas raiz” e povos indígenas que entendiam os processos sistêmicos de nosso planeta Gaia – uma biosfera regulada e organizada de forma autônoma que, durante bilhões de anos, havia gerenciado toda a evolução planetária sem a interferência de seres humanos cognitivamente limitados.

Nos primeiros anos de nosso século XX, Gaia respondeu de forma inesperada, como já fizera tantas vezes durante a longa história da evolução. Os humanos derrubaram amplas áreas de florestas tropicais e se intrometeram de forma massiva em outros ecossistemas ao redor do mundo, fragmentando esses ecossistemas autorregulatórios e fraturando a rede da vida. Uma das muitas consequências dessas ações destrutivas foi que alguns vírus que até então viviam em simbiose com determinadas espécies animais “saltaram” dessas espécies para outras e, então, para o corpo dos humanos, onde eram muito tóxicos ou até mesmo mortais. Pessoas de muitos países e regiões, marginalizadas pela limitada globalização econômica voltada para o lucro, mitigavam sua fome comendo animais silvestres dessas regiões recém-expostas, matando macacos, gatos-do-mato, gambás, roedores e morcegos para utilizá-los como fontes adicionais de proteína. Essas espécies selvagens, portadoras de diversos vírus, também eram vendidas vivas em “mercados frescos”, expondo ainda mais as populações urbanas aos novos vírus.

Nos anos 1960, por exemplo, um vírus obscuro saltou de uma espécie rara de macacos utilizado na alimentação de humanos na África Ocidental. De lá ele se espalhou para os Estados Unidos, onde foi identificado como o vírus HIV e causou a epidemia de AIDS. Ao longo de quatro décadas, ela causou a morte de um número estimado em 39 milhões de pessoas ao redor do mundo, cerca de 0,5 por cento da população mundial. Quatro décadas mais tarde, o impacto do coronavírus foi rápido e dramático. Em 2020, o vírus pulou de uma espécie de morcegos para os humanos na China, de onde se espalhou rapidamente pelo mundo, deixando um número estimado em 50 milhões de mortos em uma única década e dizimando assim a população mundial.

Do privilegiado ponto de vista de 2050, podemos olhar em retrospecto para essa sequência de vírus: SARS, MERS e o impacto global das diversas mutações do coronavírus iniciadas em 2020. Essas pandemias acabaram sendo estabilizadas, em parte através da proibição estrita de “mercados vivos” em toda a China em 2020. Essa proibição foi replicada por outros países e mercados globais, dando fim ao comércio de animais silvestres e reduzindo vetores. Ao mesmo tempo, os sistemas públicos de saúde, cuidados preventivos e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos eficazes foram aprimorados.

As lições básicas para os seres humanos nesses trágicos 50 anos de crises globais auto infligidas – os martírios das pandemias, cidades inundadas, florestas queimadas, secas e outros desastres climáticos cada vez mais violentos – eram simples, muitas delas baseadas nas descobertas de Charles Darwin e de outros biólogos dos séculos XIX e XX:

  • - Nós humanos somos uma espécie com muito pouca variedade de DNA.
  • - Evoluímos ao lado de outras espécies da biosfera do planeta através da seleção natural, respondendo a mudanças e perturbações em nossos vários ambientes e habitats.
  • - Somos uma espécie global, que migrou do continente africano para todos os outros, competindo com outras espécies e levando várias delas à extinção.
  • - Nossa colonização planetária e nosso sucesso na Era do Antropoceno do século XXI deveu-se em grande parte à nossa capacidade de nos aproximarmos, cooperarmos, compartilharmos e evoluirmos em populações e organizações cada vez maiores.
  • - A humanidade cresceu a partir de grupos errantes de nômades e passou a viver em vilarejos agrícolas estáticos, depois em cidadezinhas, depois nas grandes metrópoles do século XX, onde vivia mais de 50% de nossa população. Até a crise climática e as pandemias dos primeiros anos do século XXI, todas as previsões apontavam para o crescimento dessas metrópoles e uma população humana de 10 bilhões nos dias hoje, em 2050.


Agora sabemos por que as populações humanas atingiram seu ápice de 7,6 bilhões em 2030, conforme previsto no cenário mais otimista do IPCC, bem como nas pesquisas urbanas globais realizadas por cientistas sociais que documentavam o declínio da fertilidade em Empty Planet (2019). Os “ambientalistas raiz” atualizados com novos conhecimentos, as multidões de estudantes escolares, os ecologistas ao redor do mundo e as mulheres empoderadas se uniram a investidores e empreendedores mais éticos e preocupados com a natureza para tornar os mercados mais locais. Milhões de consumidores passaram a ser atendidos por cooperativas de pequenas redes movidas a energia renovável. Somavam-se a elas os empreendimentos corporativos do mundo todo que, mesmo em 2012, empregavam mais pessoas do que todas as empresas de fins lucrativos somadas. Essas empresas já não utilizavam falsas métricas orientadas pelo dinheiro ou pelo PIB: a partir de 2015, passaram a orientar suas atividades segundo diretrizes da ONU, o conjunto de 17 metas de sustentabilidade e regeneração de todos os ecossistemas e da saúde humana.

Essas novas métricas e metas sociais focavam sempre na cooperação, no compartilhamento e em maneiras mais sábias de desenvolvimento humano, empregando recursos renováveis e maximizando a eficiência. A sustentabilidade de longo prazo, se distribuída de forma igualitária, beneficia todos os membros da família humana a partir de uma lógica de tolerância com as outras espécies de nossa biosfera. A concorrência e a criatividade florescem com boas ideias, tornando obsoletas aquelas de menor utilidade, e andam de mãos dadas com padrões éticos baseados na ciência, qualificando a informação em sociedades mais autossuficientes e conectadas em todos os níveis, do local ao global.

Quando o coronavírus surgiu em 2020, de início as primeiras respostas humanas foram caóticas e insuficientes, mas logo se tornaram mais coesas e mudaram drasticamente. O comércio global encolheu, limitando-se ao transporte de bens raros e migrando para o intercâmbio de informações. Ao invés de enviar bolos, balas e biscoitos de um ponto a outro do planeta, passamos a enviar suas receitas, bem como outras receitas para criar comidas e bebidas de base vegetal. A nível local, implementamos tecnologias ecológicas: fontes de energia solar, eólica e geotérmica, iluminação de LED, veículos, barcos e até mesmo aeronaves elétricos.

As reservas de combustível fóssil permaneceram em segurança debaixo do solo, pois o carbono passou a ser visto como um recurso precioso demais para ser queimado. O excesso de CO2 na atmosfera proveniente da queima de combustíveis fósseis foi capturado por bactérias orgânicas do solo, plantas de raízes profundas, bilhões de árvores recém plantadas e em um reequilíbrio geral dos sistemas alimentares humanos, até então amparados no agronegócio, nas indústrias bioquímicas, na publicidade e no comércio global de alguns poucos vegetais provenientes da monocultura. Essa hiperdependência de combustíveis fósseis, pesticidas, fertilizantes e antibióticos em dietas cuja base era a carne de animais criados em cativeiro dependia das reservas minguantes de água potável e se mostraram insustentáveis. Hoje, em 2050, nossa comida é produzida localmente, incluindo muitos vegetais nativos e selvagens, agricultura em água salgada e outras plantas alimentícias afeitas ao sal (halófitas), cujas proteínas inteiras são mais saudáveis para as dietas humanas. 

O turismo em massa – e as viagens em geral – passaram por uma retração radical, bem como o tráfego aéreo e o uso obsoleto de combustíveis fósseis. As comunidades ao redor do mundo se estabilizaram em centros populacionais de tamanho pequeno ou médio, que se tornaram bastante autossuficientes graças à produção local e regional de comida e energia. O uso de combustíveis fósseis praticamente desapareceu, pois mesmo em 2020 ele já não era capaz de competir com o desenvolvimento acelerado de fontes renováveis de energia e as correspondentes novas tecnologias, nem à reutilização de recursos, antes desperdiçados, por uma economia circular que temos hoje.

Devido ao risco de infecções em grandes aglomerações, os sweat shops, as grandes redes de lojas e os eventos esportivos ou de entretenimento em grandes arenas desapareceram gradualmente. Os políticos democráticos se tornaram mais racionais, pois os demagogos já não podiam reunir milhares de pessoas para ouvi-los em seus grandes comícios. Suas promessas vazias também foram refreadas pelas redes sociais após a quebra desses monopólios voltados para o lucro em 2025; hoje, em 2050, eles são regulados como utilidades públicas, servindo ao bem público em todos os países.

O cassino global dos mercados financeiros entrou em colapso, e as atividades econômicas se deslocaram do setor financeiro para as cooperativas de crédito e os bancos públicos, dando origem aos setores colaborativos que conhecemos hoje. A manufatura de bens e nossas economias baseadas em serviços resgataram as permutas, o voluntariado informal e as moedas locais, bem como diversas transações não monetárias surgidas no ápice da pandemia. Como consequência da grande descentralização e do crescimento de comunidades autossustentáveis, a economia de 2050 é menos extrativa e mais regenerativa, e os abismos de renda e a desigualdade dos modelos de exploração obcecados pelo lucro desapareceram em sua maioria.

Ao levar os mercados globais à bancarrota, a pandemia de 2020 enfim derrubou a ideologia do dinheiro e do fundamentalismos de mercado. As ferramentas dos bancos centrais já não funcionavam, então o “helicopter money’ e os pagamentos diretos em espécie para famílias necessitadas, dos quais o Brasil foi pioneiro, tornaram-se os únicos meios para manter o poder de compra e suavizar a transição econômica ordenada para sociedades sustentáveis. Isso levou os políticos europeus e estadunidenses a criar dinheiro novo. Essas políticas de estímulo substituíram a “austeridade” e foram logo investidas em todos os recursos renováveis de infraestrutura em seus respectivos planos de Green New Deal.

Quando o coronavírus se espalhou para animais domésticos, gado e outros ruminantes, ovelhas e cabras, alguns desses animais se tornaram portadores da doença sem demonstrarem qualquer sintoma. Consequentemente, a matança e o consumo dessas espécies despencou no mundo todo. As pastagens e a criação industrial de animais correspondia a quase 15% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa a cada ano. As grandes corporações multinacionais produtoras de carne foram apontadas por hábeis investidores como novo conjunto de “ativos ociosos”, na esteira das companhias de combustíveis fósseis. Algumas redirecionaram toda a sua estrutura para alimentos de base vegetal com diversos análogos de carne, peixe e queijo. Bifes se tornaram muito caros e raros, e as vacas passaram a ser propriedade das famílias, como a antiga tradição, em pequenas fazendas para produção de leite, queijo e carne, e também de ovos das galinhas.

Depois que vacinas caras e subsidiadas contra a pandemia foram desenvolvidas, as viagens globais passaram a ser permitidas somente com os atuais certificados de vacinação, usados, sobretudo, por comerciantes e pessoas ricas. Agora a maior parte da população mundial prefere os prazeres da comunidade, dos encontros e da comunicação virtual, bem como viagens locais com transporte público, carros elétricos e os veleiros movidos pelo vento e por luz solar que tanto amamos. Por consequência, a população do ar caiu drasticamente em todas as principais cidades do mundo.

Com o crescimento de comunidades autossustentáveis, despontaram em muitas cidades as assim chamadas “vilas urbanas” – bairros remodelados que combinam estruturas de alta densidade a amplas áreas verdes comuns. Essas áreas fomentam economias significativas de energia e um ambiente mais saudável, seguro e voltado para as necessidades da comunidade, com níveis muito reduzidos de poluição.

As cidades ecológicas de hoje incluem alimentos produzidos em edifícios com terraços solares, jardins vegetais e transporte público elétrico, pois os automóveis foram em grande parte banidos das ruas urbanas em 2030. As ruas foram reclamadas por pedestres, ciclistas e pessoas em pequenas motocicletas que perambulam por estabelecimentos comerciais de pequeno porte, galerias de profissionais autônomos e mercados onde é possível comprar direto do produtor. Os veículos elétricos solares para viagens intermunicipais costumam descarregar as baterias à noite para fornecer eletricidade para as casas de uso unifamiliar. Carregadores de uso livre para veículos solares estão disponíveis em todas as regiões, reduzindo o uso de eletricidade de base fóssil das obsoletas usinas centralizadas, muitas das quais faliram antes de 2030.

Após todas as mudanças profundas que nos trouxeram aqui, percebemos que agora nossas vidas são menos estressantes, mais saudáveis e mais satisfatórias. Hoje, nossas comunidades orientam seus planos para o futuro de longo prazo. Para garantir a sustentabilidade de nossos novos modos de vida, percebemos que era crucial recuperar os ecossistemas do mundo todo para que vírus perigosos para a vida humana permanecessem confinados em outras espécies, contra as quais são inofensivos. Para recuperar os ecossistemas a nível mundial, nossa migração global para uma agricultura orgânica e regenerativa prosperou, assim como os alimentos e bebidas de base vegetal, as comidas criadas em água salgada e os pratos com algas de que tanto gostamos. Os bilhões de árvores plantadas ao redor do mundo após 2020, assim como as melhorias da agricultura, levaram à recuperação gradual os ecossistemas.

Como consequência de todas essas mudanças, o clima global finalmente se estabilizou, e hoje as concentrações atmosféricas de CO2 estão de volta às 350 partes por milhão, um índice seguro. A elevação dos oceanos permanecerá assim por um século, e agora muitas cidades prosperam em locais mais seguros e elevados. Hoje as catástrofes climáticas são raras, embora muitos eventos climáticos continuem a perturbar nossas vidas, como já faziam em séculos anteriores. As muitas crises e pandemias globais, causadas por nossa antiga ignorância em relação aos processos planetários e ciclos viciosos teve consequências trágicas e de grande amplitude para os indivíduos e comunidades. Ainda assim, nós, humanos, aprendemos muitas lições dolorosas. Hoje, em 2050, ao olharmos em retrospecto, percebemos que a Terra é nossa maior professora, e suas terríveis lições podem ter salvado da extinção não só a humanidade, mas também muitas das comunidades vivas que compartilham o planeta conosco.

(Via CSRWire)

Fritjof Capra, Ph.D., físico e teórico de sistemas, é autor de diversos best-sellers internacionais, incluindo O Tao da Física (1975) e A Teia da Vida (1996). É coautor, ao lado de, Pier Luigi Luisi, do texto multidisciplinar A Visão Sistêmicas da Vida. Capra oferece um curso on-line baseado nesse livro.

Hazel Henderson, D.Sc.Hon., membro da Royal Society of Arts, futurista, analista de sistemas e de políticas científicas, é autora de “The Politics of the Solar Age” (1981, 1986) e outros livros que incluem “Mapping the Global Transition to the Solar Age” (2014). Henderson é CEO da Ethical Markets Media Certified B. Corporation, dos Estados Unidos, editor da Green Transition Scoreboard ® e também do livro e série de TV “Transforming Finance”, a serem lançados em breve. 


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Parques naturais para serem mostrados!

concurso fotográfico
WIKI LOVES
EARTH 2020
NO BRASIL
levando as belezas naturais do Brasil para o mundo livre



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BEM-VINDO AO WIKI LOVES EARTH NO BRASIL
WIKI LOVES EARTH (em português, Wiki ama a Terra) é um concurso fotográfico criado para incentivar pessoas do mundo todo a colaborem com suas fotos de áreas de proteção ambiental para a Wikimedia Commons, a nossa midiateca livre, do mesmo Movimento de voluntários que a Wikipédia. O concurso é organizado por voluntários da Wiki em parceria com a Fundação Wikimedia.
O propósito do concurso é incentivar a divulgação e o compartilhamento de fotografias de Unidades de Conservação sob licença aberta, de forma que possam ser admiradas e usufruídas por pessoas de todo o mundo!
O concurso ocorre em duas etapas. A etapa nacional será entre 1 de julho a 31 de julho de 2020. Um grupo de jurados especialistas em fotografia (vide lista abaixo) irá selecionar duas fotografias vencedoras, cujos autores serão premiados com a participação na Expedição De Volta ao Mato.
Na etapa internacional serão avaliadas 10 fotografias de cada um dos 32 países participantes e escolhidas as 3 melhores fotografias dentre elas. O primeiro colocado será premiado com uma bolsa para participar da Wikimania 2021, um encontro de voluntários das wikis do mundo todo que ocorrerá em Bancoque (Tailândia), ou voucher na Amazon do mesmo valor. Não é possível concorrer à segunda etapa, sem passar pela primeira.


COMO PARTICIPAR
  • Submeta fotografias inéditas de Unidades de Conservação brasileiras tiradas por você;
1- Consulte as Listas de Áreas protegidas, por estado brasileiro, nesta página
2- Selecione o Estado em que se encontra a área protegida
3- Encontre a área protegida e clique em “Enviar Foto"
ALERTA COVID-19: Não saia de casa! Incentivamos que você compartilhe fotografias tiradas antes da pandemia.
Por favor, fique em segurança e se mantenha saudável.
  • Respeite o regulamento do concurso;
  • Concorra às etapas nacional e internacional, sem limite para a quantidade de fotos por participante!


REGULAMENTO
  • Regra 1: Os participantes devem estar registrados na WIKIMEDIA COMMONS. O e-mail cadastrado deve estar ativo e atualizado para que os organizadores possam entrar em contato, caso a fotografia seja premiada;
 Criar uma conta
  • Regra 2: Todas as fotografias devem ser de autoria do participante. Elas podem ser enviadas individualmente ou durante uma sessão de upload em massa;
  • Regra 3: As fotografias devem ser enviadas durante o período de 1 de julho a 31 de julho de 2020. Embora as fotografias possam ter sido tiradas em qualquer momento, elas deverão ser carregadas dentro do prazo estipulado;
  • Regra 4: Todas as fotografias devem ser nomeadas de acordo com o seguinte modelo:
Nome do local_Nome do participante_(numeral da sequência de fotografias do mesmo local).
Exemplos:
  • Parque Estadual X_Fulano de tal_(01);
  • Parque Estadual X_Fulano de tal_(02);
  • Regra 5: Sugerimos que as fotografias apresentem coordenadas geográficas. Para os casos em que as câmeras fotográficas não adicionem a informação automaticamente, pode-se utilizar a coordenada central da Unidade de Conservação em que a fotografia foi tirada.
  • Regra 6: Todas as fotografias enviadas para o concurso serão automaticamente licenciadas sob a Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0 (CC-BY-SA 4.0). Leia mais sobre aqui
  • Vale ressaltar que a Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0 é uma licença livre. No Brasil, o direito moral sobre a obra é inalienável e a licença prevê que o seu uso deve ser feito mediante a citação do nome do fotógrafo;
  • Regra 7: Não serão aceitas fotografias:
    • cuja nomeação do arquivo não respeite as normas do Regulamento 4;
    • de terceiros, ou seja, que não sejam de autoria do participante que a está submetendo;
    • com marcas d'água ou assinaturas incorporadas, já que o nome do participante estará registrado nos metadados da fotografia;
    • abaixo de 2Mpix;
      • Vale ressaltar que fotos com corte severo do tamanho original ou propositadamente diminuídas pelo fotógrafo na hora da exportação (prática de scale down) dificilmente serão fotos vencedoras.
    • repetidas ou que já constem no banco de dados da WIKIMEDIA COMMONS, mesmo que seja de sua autoria;
    • de locais não pertencentes às Unidades de Conservação protegidas por lei (vide Lista de Unidades de Conservação abaixo);
    • que fujam ao tema, ou seja, não tenham sido tiradas em uma Unidade de Conservação ou que não abordem o tema proposto.
  • Regra 8: O resultado do concurso nacional será divulgado em 30 de agosto de 2020. Do internacional, entre outubro e novembro de 2020.
  • Regra 9: A premiação será fornecida apenas para residentes da República Federativa do Brasil maiores de 18 anos. Os 2 autores das duas fotos selecionadas pelo juri do concurso nacional terão direito a participar da Expedição De Volta ao Mato, o que inclui passagem aérea ou terrestre dentro do território nacional até o local de partida da expedição (cidade de São Paulo), transporte terrestre até a Unidade de Conservação, hospedagem e alimentação durante a expedição. Ao aceitar participar do concurso, os ganhadores se comprometem a:
  • informar com, no mínimo, dois meses de antecedência à data da expedição se terão disponibilidade para participar dela;
  • fornecer as informações necessárias (nome, documento, local de origem) quando contactado pelos organizadores, para a emissão de passagens aérea ou terrestres. A ausência de resposta pelo ganhador dentro do prazo estipulado será considerada como desistência;
  • respeitar aslimitações de custos durante a expedição;
Caso o(s) ganhador(es) não responda(m) e/ou não possa(m) comparecer à expedição, o prêmio será transferido automaticamente para o próximo colocado do concurso, o qual passará a ter os mesmos direitos e deveres descritos anteriormente.
Na eventual possibilidade de as Unidades de Conservação permanecerem fechadas no prazo de 1 ano a partir da divulgação do presente concurso, consequentemente impossibilitando a realização da expedição, os autores selecionados receberão um vale-presente (a ser definido pela organização do evento) no valor correspondente as passagens. Caso a expedição ocorra, os vencedores não poderão pedir o valor em vale-presente.


LISTAS
Região Norte
Região Nordeste
FOTOS ESPERADAS:

sexta-feira, 5 de junho de 2020

O Dia Mundial do Meio Ambiente, o Covid19 e o desmatamento da Amazônia...

Uma singela homenagem aos guerreiros ambientais do IBAMA que defendem o nosso meio ambiente, apesar de todas as dificuldades enfrentadas. Obrigado!

 

Ibama comemora Dia Mundial do Meio Ambiente com livro e debates

Publicado em 01/06/2020 15h10 Atualizado em 05/06/2020 15h11
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Brasília (DF) - De 1 a 5 de junho, o instituto promove a Semana do Meio Ambiente. Programação vai contar com vídeos diários sobre temas como saúde, comunidades tradicionais e educação ambiental para crianças
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), o Ibama vai promover, de segunda (1/6) a sexta-feira (5/6), a Semana do Meio Ambiente. Temas como saúde, comunidades tradicionais, fogo e educação ambiental para crianças serão abordados em vídeos com a participação de analistas ambientais e técnicos do Instituto, além de outros especialistas da área ambiental. Cada dia, um vídeo será postado na página do Ibama na internet. Acesse neste link.
Devido à pandemia de covid-19, a programação neste ano será apenas on-line. Além dos vídeos, também será publicado o livro Trajetórias, perspectivas e desafios da gestão ambiental pública, escrito por servidores do Instituto. A publicação traz artigos científicos sobre temas como governança ambiental, licenciamento ambiental, agrotóxicos, emergências ambientais (impactos na fauna) e recuperação e reparação ambiental da biodiversidade e florestas.
“Esse material traz informação especializada sobre diversas temáticas abordadas no Ibama, orientando e conduzindo a uma melhor utilização dos recursos naturais e sua proteção”, explica Jakeline Souza, coordenadora do Comitê Intersetorial Permanente de Educação Ambiental do Ibama (Cipea), que promove o evento em parceria com a Coordenação de Gestão da Informação Ambiental (Cogia). Para ela, investir tempo nos temas ambientais proporciona uma visão mais ampla das estratégias que podem ser usadas por cada cidadão na proteção ao meio ambiente e de que forma isso pode impactar a sociedade.

Dia Mundial do Meio Ambiente


Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado em 5 de junho, mesmo dia em que foi realizada a abertura do evento.


Abertura da Semana do Meio Ambiente 2020

01/06/2020
De 1 a 5 de junho, o instituto promove a Semana do Meio Ambiente. Programação vai contar com vídeos diários sobre temas como saúde, comunidades tradicionais e educação ambiental para crianças.
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), o Ibama vai promover, de segunda (1/6) a sexta-feira (5/6), a Semana do Meio Ambiente. Temas como saúde, comunidades tradicionais, fogo e educação ambiental para crianças serão abordados em vídeos com a participação de analistas ambientais e técnicos do Instituto, além de outros especialistas da área ambiental. Cada dia, um vídeo será postado na página do Ibama na internet.
O vídeo de hoje traz a roda de conversa de abertura, com os participantes abaixo:
Facilitadora:
-Jakeline Souza - coordenadora do Comitê Intersetorial Permanente de Educação Ambiental (Cipea) do Ibama
Participantes:
-Pedro Bignelli, coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do Ibama
-Rosana Ribeiro, coordenadora de Gestão da Informação Ambiental (Cogia) do Ibama
-Daniela Amorim, analista ambiental do Ibama
Vídeo:



O meio ambiente e a saúde

01/06/2020
No tema de hoje, “Meio ambiente e saúde”, será discutida a importância da conservação do meio ambiente e dos recursos naturais para garantia da sobrevivência das espécies, inclusive a humana, de forma sustentável e ética.
Ao abordar a relação direta entre as agressões à natureza e os reflexos na saúde humana, o objetivo é demonstrar a ligação entre atitudes irresponsáveis frente ao meio ambiente, com ênfase no trato com os animais silvestres e a pandemia da COVID-19 enfrentada na atualidade, vírus que muito provavelmente habitava um animal silvestre e chegou até os humanos, assim como o vírus HIV e diversos outros agentes patológicos provenientes de animais.
Também será comentado o trabalho desenvolvido pelo Ibama na prevenção destas ocorrências, seja no controle dos desmatamentos, na fiscalização que visa barrar o tráfico, o consumo e a posse ilegal de animais, até o cadastro e controle do uso de substâncias potencialmente poluidoras, o licenciamento ambiental e todas as ações de educação ambiental promovidas pelos núcleos do Ibama em todas as regiões do país.
No vídeo de hoje, a roda de conversa contará com os participantes abaixo:
-João Marcelo, médico-veterinário do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
-Rosana Ribeiro, coordenadora de Gestão da Informação Ambiental (Cogia) do Ibama
-Fabiano Pessoa, analista ambiental do Ibama
-Airton De Grande, analista ambiental do Ibama
-Isis Akemi, analista ambiental do Ibama
-Thaís Fernandes, analista ambiental do Ibama
-Daniel Vilela, analista Ambiental do Ibama
Vídeo:



Meio ambiente e comunidades tradicionais - Depoimentos das ações

02/06/2020
No tema de hoje, “Meio ambiente e comunidades tradicionais”, o vídeo mostra depoimentos que abordam o trabalho da Educação Ambiental do Ibama em interface com as comunidades tradicionais, explicando a importância do trabalho do Instituto. Os participantes comentarão os resultados que a Educação Ambiental pode render a as boas práticas socioambientais em geral. Participam do vídeo servidores do Ibama que atuam na área de educação ambiental e também parceiros das comunidades tradicionais que fazem este trabalho dentro de suas comunidades.
O vídeo conta com depoimentos dos participantes abaixo:
- Eduardo Fiorentini Votta, analista ambiental no Ibama/BA
- Maria José Colaço Rocha, analista ambiental no Ibama/CE
- Rômulo George de Sales e Silveira, analista ambiental no Ibama/CE
- Ana Rosa Marques, analista ambiental no Ibama/MA
Parceiros em educação ambiental de Comunidades Tradicionais:
- Alan Machado, pescador presidente da Colônia de Pesca de Caravelas/BA
- Katyre Bayxu, brigadista indígena pataxó de brigada do Prevfogo/Ibama em Porto Seguro/BA
- Roberto Carmino do Santos, brigadista indígena pataxó de brigada do Prevfogo/Ibama em Porto Seguro/BA
- Alda Maria Figueiredo: pescadora e presidente da Colônia de Pesca de Xique Xique/BA
- Vera Lúcia Oliveira: pescadora e liderança comunitária da Ilha do Miradouro, em Xique Xique/BA
- Leonardo Cordeiro de Sousa, pescador, atualmente coordenador de pesca e recursos hídricos, pela Seagro (Secretaria de Agropecuária, Pesca e Recursos Hídricos da prefeitura de Paraipaba/CE)
-Lindomar Alcântara, educador e monitor ambiental, servidor público municipal em Paracuru/CE
- Rivanda, liderança pesqueira de Fortim/CE
- Ademar Braga Amorim, colaborador eventual e orientador em Manejo Integrado de SAFs e Viveiros de mudas nativas no Maranhão
- Celiana Cypcwjy Krikati, chefe da Brigada Indígena KriKati, da Aldeia São José, Terra Indígena Krikati, município de Montes Altos/MA
- Cristo Reis Ferreira da Silva Guajajara, chefe da Brigada Especializada com sede em Grajaú/MA, indígena da aldeia Ponta D'água, Terra Indígena Araribóia
- Domingos Mariano, Comunidade Quilombola São Bento do Juvenal, Peritoró (MA)
- Maria Ribeiro Povoas (Kinha), Associação de Saúde da Periferia do Maranhão (ASP/MA), em Peritoró/MA
- Samuel Lima Guajajara, Chefe de Brigada Prevfogo/Ibama , indígena da Aldeia Juçaral, Terra Indígena Araribóia, Sul do Maranhão
Vídeo:


Meio ambiente e crianças

03/06/2020
No tema de hoje, “Meio ambiente e crianças”, a equipe de Educação Ambiental do Ibama, em parceria com o Serviço Social do Comercial (Sesc) de Sergipe, Colégio Amadeus, em Aracaju (SE), e outros convidados traz a temática ambiental em linguagem acessível para as crianças.
Aline Pinto, professora de ciências do Sesc, apresenta oficinas de origami; na sequência, as professoras Adriana Feitosa e Daniela Tamires, do Colégio Amadeus, fazem contação com ilustração sobre a cartilha Lei de Crimes Ambientais para Crianças; logo após, a mestre em educação Giselle Frufrek traz uma experiência sensorial com uso de música; Tio Dalberto, professor de filosofia ,vem na sequência com a apresentação "Bio em busca dos R’s perdidos ", usando de fantoches como personagens; o vídeo finaliza com a escritora Renata Bonfim falando sobre o tema "Crianças, guardiãs da natureza".
Demais participantes:
- Maria Helena, analista ambiental do Ibama em Sergipe
- Manoel Araújo, analista ambiental do Ibama na Coordenação de Gestão da Informação Ambiental (Cogia) do Instituto
Vídeo:




Meio ambiente e o fogo

04/06/2020
O vídeo de hoje apresenta as estratégias do Ibama adotadas no âmbito do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo) como enfrentamento das queimadas, principalmente durante o período da seca.
Participam da discussão o chefe nacional do Prevfogo, Gabriel Constantino, e técnicos e analistas do Ibama que atuam em núcleos de Educação Ambiental do Instituto em todo o país.
Facilitadora:
- Thaís Michele Fernandes, analista ambiental na superintendência do Ibama no Paraná
Participantes:
- Gabriel Constantino, chefe nacional do Prevfogo
- Ricardo Augusto de Souza, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação Ambiental (NCEA) do Prevfogo
- Nicélio Acácio, analista Ambiental na sede do Prevfogo
- Marcos Antônio Teles, técnico administrativo do NCEA/Prevfogo
- Ana Rosa Marques, analista ambiental na superintendência do Ibama no Maranhão
- Eduardo Votta, analista ambiental na superintendência do Ibama na Bahia
- Katherine de Oliveira, analista ambiental na superintendência do Ibama no Pará
Alexandre de Matos, analista ambiental do Prevfogo em Mato Grosso do Sul
Jocelita Giordani, analista ambiental da Unidade Téccnica do Ibama em Alta Floresta/MT
Bruna Stefanny Sangel, técnica administrativa na superintendência do Ibama no Amapá
Maria Isolda, técnica administrativa na superintendência do Ibama no Piauí
Vídeo:


Roda de conversa sobre artigos científicos e publicação de livro

05/06/2020
No último vídeo da Semana do Meio Ambiente do Ibama, realizada em razão do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta sexta-feira (05/06), analistas ambientais do Instituto discutem artigos científicos da série "Trajetórias, perspectivas e desafios da gestão ambiental pública do Ibama". Os autores dos artigos são os próprios analistas, que realizaram o debate com o objetivo de promover o aprofundamento e a divulgação dos conhecimentos sobre questões essenciais da área ambiental e da atuação do Ibama, além de dar suporte à tomada de decisões e à definição de políticas e metas para o setor.
Vídeo:


Os artigos debatidos no vídeo resultaram na publicação do livro nº 2 da série de Gestão da Informação Ambiental com o tema "Trajetórias, perspectivas e desafios da gestão ambiental pública", do Ibama.
Facilitadora:
-Rosana de Souza Ribeiro Freitas, coordenadora de Gestão da Informação Ambiental do Ibama
Participantes:
- Tomas Bredariol, analista ambiental do Ibama
- Francisco Carneiro, analista ambiental do Ibama
- Tiara Carvalho, analista ambiental do Ibama
- Aline Borges, analista ambiental do Ibama
- Janaina Carneiro, analista ambiental do Ibama
Acesse:

sábado, 4 de abril de 2020

Hoje, os moradores de rua não têm opção: Morrer de fome ou pelo Coronavírus. Você pode fazer a diferença! Ajude a entidade da sua cidade!


Leitores e seguidores,

Tudo indica que o governo não tem como ajudar todos eles. 
Falta comida, máscaras, álcool em gel, sabonete, etc.  para os moradores de rua da nossa cidade.
Mas nós podemos! 
Faça a sua doação para a entidade da sua escolha na sua cidade e vamos minimizar o sofrimento deles.
Eles também têm direito à vida!



Moradores de rua enganam estômago com água e esperam horas no sol por comida

Doações à população de rua desapareceram e serviços de alimentação não são suficientes


Autores: Artur Rodrigues e Lalo de Almeida

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/04/moradores-de-rua-enganam-estomago-com-agua-e-esperam-horas-no-sol-por-comida.shtml



Fila de moradores de rua para receber uma marmita de comida em uma tenda montada pelos padres franciscanos no Largo Francisco



SÃO PAULO
Usando uma máscara e com uma Bíblia na mão, Marinaldo Fiuza de Santana, 38, observa a fila dos famintos se formar no Largo São Francisco, no centro de São Paulo.
“Você vai ver onde essa fila vai daqui a pouco, rapaz”, diz o homem, sentado na esquina onde costuma passar o dia todo, à reportagem. Algumas dezenas se multiplicam para centenas, no tipo de aglomeração que os especialistas consideram arriscada para a contaminação por coronavírus.
Embora alguns usem máscaras doadas, a preocupação ali é mais imediata: matar a fome. Essa pode ser a única refeição do dia para aqueles, que, em anos vivendo na rua, dizem nunca ter visto tamanha escassez de comida.
Folha inicia neste sábado uma série sobre a fome nos tempos de coronavírus. O primeiro capítulo mostra a situação dos moradores de rua, impossibilitados de fazer quarentena. No entanto, com a cidade parada e sem reservas, eles foram os primeiros atingidos por ela.
Dependendo de doações, coleta de materiais recicláveis ou venda de balas, viram a renda e os alimentos desaparecerem subitamente. Agora, gritam por socorro nas ruas da cidade e levantam caixas de papelão com frases como “estou comendo lixo”.
“Eu mesmo passei muita fome aqui, só bebendo água”, diz Marinaldo, um baiano que veio parar na metrópole porque que “se for para sofrer, que seja em São Paulo”. “Teve dia com umas 200 pessoas nesta situação.”


O morador de rua Marinaldo Santana, 38, aguarda comida lendo a Bíblia na calçada; ele diz que passou dias só bebendo água
O morador de rua Marinaldo Santana, 38, aguarda comida lendo a Bíblia na calçada; ele diz que houve dias em que só bebeu água - Lalo de Almeida/ Folhapress
A fila em frente à Faculdade de Direito da USP já dá voltas. “Pessoal, não vão embora, logo vão chegar mais 150 quentinhas”, avisa o frei Diego Melo, do Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade).
Os franciscanos administram um serviço conveniado com a prefeitura próximo dali, o Chá do Padre, que atende 700 pessoas por dia. No entanto, segundo o frei, a demanda triplicou.
“Com a questão do coronavírus, ONGs, coletivos, instituições, pastorais que entregavam quentinha pela região central passaram a não vir mais por medo do contato. E aí essa população ficou totalmente desassistida e vulnerável”, diz.
O estande no largo foi uma tentativa de garantir que os doadores habituais e outros entregassem apenas o material, para que fosse preparado na igreja e servido ali mesmo na rua. Muitas vezes não é suficiente, e alguns chegam de manhã para conseguir a comida depois das 13h, debaixo de sol forte.
No domingo (29), conta o frei, não chegou nenhuma doação. “Nós fomos tentando enganar com pão, lanche, mas não chegou refeição”, diz.
A falta de comida gera uma peregrinação até os poucos lugares que oferecem um prato, sempre lotados. Cadeirante, Ivandete Silva Marques, 52, usa ciclovias para se deslocar da região da Luz, onde dorme nas ruas, até a Sé para conseguir comida. É a única refeição que terá no dia.
“Eu como esse prato aqui. Guardo a fruta e o suco para comer de noite”, diz. Ela tem uma série de problemas de saúde, como osteoporose e artrite, que são agravados pela fome.
“[Sem alimentação adequada], essa população terá deficiência nutricional e ficará mais suscetível não só ao coronavírus como a outras doenças”, diz Rosana Perim, gerente de nutrição do hospital HCor. Segundo ela, as condições de higiene precária e doenças pré-existentes podem agravar mais ainda a situação dos moradores de rua.
De acordo censo municipal de São Paulo, a população de rua na cidade chegou a 24.344 pessoas em 2019 —um salto de 53% em quatro anos. Em 2015, as pessoas nessa situação somavam 15,9 mil. Do total registrado, 2.210 estão no grupo de maior risco, acima dos 60 anos.
“O censo oficial fala de 24 mil, mas nós sabemos que são mais de 30 mil. Pelo próprio censo da prefeitura, mais de 50% não estão em acolhimento”, diz o padre Julio Lancelloti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, da Igreja Católica.
Padre Julio afirma que, devido à doença, há grande tensão entre essa população. “Eles estão com medo. O medo, a insegurança, aumentam a fome”, diz.
O medo não é só do vírus e da fome, mas dos outros. Embora os primeiros casos de coronavírus tenham sido detectados na população de alta renda, os moradores de rua passaram a ser vistos também como ameaça e possíveis vetores da doença.
Além disso, circulam boatos de que, com fome, os moradores de rua estariam fazendo arrastões pela cidade. Apesar de não haver qualquer evidência de ambos os pontos, é o suficiente para que eles sejam alvos de agressão.
Padre Julio afirma ainda que os serviços públicos que oferecem comida diminuíram as porções, ao mesmo tempo que passaram a atender mais pessoas. Para exemplificar, o padre mandou à Folha fotos de uma refeição do Bom Prato, do governo estadual, e uma da Pastoral de Rua, na qual a segunda é bem mais generosa.
Como muitas vezes a refeição que recebem é a única que vão conseguir no dia, as pessoas em situação de rua, algumas vezes, não chegam a ficar saciadas em nenhum período do dia.
O governo João Doria afirmou à Folha que lançou o serviço Bom Prato Express, com a distribuição ampliada das refeições em embalagens descartáveis com talheres. “Todas as 59 unidades do Estado oferecem as três refeições —café da manhã, almoço e jantar—, com o atendimento todos os dias da semana, inclusive feriados, garantindo a alimentação principalmente dos moradores de rua. A medida aumenta em 1,2 milhão o número de refeições servidas por mês, e será mantida até 1º de junho”, afirma o governo.
Já a gestão municipal de Bruno Covas (PSDB) anunciou a criação de seis serviços de acolhimento aos moradores de rua, incluindo um voltado aos diagnosticados com a Covid-19. Além disso, afirma que lançou um edital para credenciar restaurantes para distribuir comida aos moradores de rua, em um projeto chamado Rede Cozinha Cidadã.
Enquanto os locais não são montados, os pontos voltados a oferecer alimento a moradores de rua passam a receber cada vez mais pessoas que perderam a renda durante a quarentena; gente que não está na rua, mas com um pé nela.
O chapeiro Fabiano Augusto, 39, por exemplo, ficou desempregado em fevereiro. “Normalmente, ninguém fica desempregado nessa área. Mas agora está tudo fechado”, diz ele, que também esperava por almoço gratuito na quarta. “Eu acordo muito triste por ser alguém que serve alimento e hoje não ter.”

PARA DOAÇÕES

O Sefras aceita doações de mantimentos no largo São Francisco. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 11 97739-0146 ou no site da entidade.
Consulte outras entidades que estão nesta luta. Contribua:

https://catracalivre.com.br/cidadania/veja-como-ajudar-os-moradores-de-rua-de-sao-paulo/

https://saopaulosao.com.br/nossas-acoes/4587-conhe%C3%A7a-ongs-que-ajudam-os-moradores-de-rua-de-s%C3%A3o-paulo-e-saiba-como-participar.html

https://medium.com/minhasampa/12-iniciativas-que-cuidam-de-pessoas-em-situa%C3%A7%C3%A3o-de-rua-e-voc%C3%AA-precisa-conhecer-4e849982b07b