quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Crianças plantam mudas de árvores e aprendem lições sobre a mata atlântica

03/08/2013 - 00h01

Crianças plantam mudas de árvores e aprendem lições sobre a mata atlântica



TASSIA MORETZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No papel de irmão mais velho (e experiente), Matheus Pastre Ramos, 5, ajuda Mariana, 3, no plantio de uma árvore. Ele conta que já semeou uma amoreira na chácara da avó no interior de São Paulo.
"As árvores fazem a gente viver e respirar", explica Matheus, integrante de um grupo de 64 crianças que botou o pé e a mão na terra em uma atividade da Fundação SOS Mata Atlântica em Itu (a 101 km de de São Paulo).
A caminhada pela área de mata atlântica, também prevista no roteiro, foi a parte preferida de Karina Yumie Ishida, 5.
"Eu vi a minhoca na terra e não quis tirar ela de lá porque ela faz a flor crescer", diz a menina, que se contentou em recolher pedrinhas pelo caminho.

Dia de campo na mata altântica


Marcelo Ferrelli/Divulgação






Os irmãos Matheus e Mariana fizeram o plantio de muda juntos no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica-Brasil Kirin, em Itu
Para a educadora Kelly Demarchi, esse tipo de experiência é "uma forma de lembrar as crianças do quanto necessitamos da natureza para viver". E a participação dos pais, segundo ela, é fundamental.
"Ter os pais por perto fortalece a relação dentro de casa. Criam-se vínculos entre o adulto e a criança no interesse pela natureza", explica Kelly.
Ela sugere que as famílias procurem estabelecer laços também no ambiente urbano, como adotar um bosque perto de casa para momentos de lazer ou procurar o rio que abastece a cidade para investigar como ele é tratado.
"Vale interagir com a natureza subindo em árvores, brincando de pega-pega e esconde-esconde."
Segundo Kelly, essas iniciativas são uma forma de "desconectar um pouco da tecnologia", de celulares e computadores, já tão comuns às crianças.
Para Suzana Machado Padua, presidente do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), o contato da criança com a natureza ajuda a estimular seus sentidos e o senso de convivência:
"Somos uma espécie em um ambiente que é rico e intenso, em que um indivíduo depende do outro".

Filipe Rocha/Editoria de Arte