Usina | 09/07/2013 07:41
Radiação de água em Fukushima sobe 90 vezes em apenas 3 dias
O aumento dos níveis de césio pode ser resultado da mistura do barro contaminado após o acidente nuclear de 2011 com a água subterrânea proveniente das montanhas
Funcionário mede radiação na usina de Fukushima, no Japão, administrada pela Tepco
Tóquio - Amostras de água subterrânea recolhidas na usina nuclear de Fukushima, no Japão, têm um nível de césio radioativo até 90 vezes maior do que as analisadas há apenas três dias, informou nesta segunda-feira a operadora da central.
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A Tokyo Electric Power (Tepco) disse que coletou amostras de água em um ponto de controle situado entre os reatores e o Oceano Pacífico com 9.000 becquereles por litro de césio-134 e 18.000 becquereles por litro de césio-137, dois materiais altamente radioativos.
O dado representa quase 90 vezes mais que os 99 becquereles por litro de césio-134 e os 210 becquereles por litro de césio-137 detectados nas amostras extraídas pelos operários da central em 5 de julho.
"Continuamos combatendo este problema com os meios que dispomos, enquanto intensificamos a aplicação de medidas de prevenção, como uma maior proteção da margem do mar e acompanhamento das análises das perfurações em zonas adicionais", explicou s operadora.
No momento, a principal preocupação no trabalho para desmantelar a central é a acúmulo, no subsolo das instalações que abrigam os reatores nucleares, de água contaminada, líquido que aumenta diariamente pelo vazamento de água subterrânea proveniente das zonas contíguas.
Por enquanto se desconhece as causas do aumento substancial dos níveis de contaminação, mas um porta-voz da companhia indicou hoje a possibilidade de que seja o resultado da mistura do barro contaminado com césio após o acidente nuclear de 2011 com a água subterrânea proveniente das montanhas.
A Tepco não confirmou se essas substâncias radioativas estão vazando para o mar e anunciou que extrairá novas amostras de água marinha.
Após o acidente nuclear de Fukushima, em 2011, o pior desde Chernobyl, em 1986, cerca de 3.500 trabalhadores lutam diariamente na central japonesa para concluir a crise atômica, um trabalho que poderá se prolongar durante os próximos 30 ou 40 anos.