04/05/2013 - 03h38
"Comecei a sentir vergonha de ser fumante", diz tradutor
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/05/1273238-comecei-a-sentir-vergonha-de-ser-fumante-diz-tradutor.shtml
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO
Faz dois meses que o tradutor Claudio Rondeico, 31, de São Paulo, abandonou o hábito de fumar que o acompanhava desde os 15 anos.
Ele já tinha tentado dar um basta uma vez no vício, há oito anos, mas sem sucesso.
"Acho que não estava tão decidido. E, na época, não tinha a vergonha que comecei a sentir nos últimos tempos."
Avener Prado/Folhapress |
Claudio Rondeico, 31, fumava desde os 15 anos e parou há dois meses |
"Antes a gente podia fumar livremente com outras pessoas por perto, mas, quando comecei a ter que me afastar para fumar e vi que a minha fumaça não era bem-vinda, passei a refletir sobre isso e vi que tinha um porquê. E, se fazia mal para os outros, fazia para mim também."
A preocupação com a namorada e o sobrinho recém-nascido pesou. "Não queria que sentissem o cheiro de cigarro em mim."
Claudio definiu uma data para largar o cigarro de vez: 28 de fevereiro. Entregou seu último maço de cigarros para a namorada e disse que tinha parado. Não usou medicamentos nem repositores de nicotina, como adesivos.
"No primeiro dia, cheguei a chorar, foi terrível", conta. Ele também teve dificuldades para se concentrar.
"Agora já me sinto fisicamente mais disposto, a qualidade do meu sono melhorou. Mas acho que não fiz mais do que a minha obrigação. Não nasci fumando, eu é que fui atrás do cigarro. Embora eu sinta vontade às vezes, é uma decisão sem volta. Dei um 'check' no item 'parar de fumar' da minha lista."
COM APOIO
Já a contadora Lilian Barbarelli, 42, parou de fumar em agosto de 2012 depois de assistir a uma palestra motivacional na empresa onde trabalha.
"O estresse estava me fazendo fumar mais e, às vezes, fumava tanto que até passava mal. Tinha consciência de que precisava parar, mas não tinha forças. Achava que era mais fácil morrer do que largar o cigarro", conta.
Lilian diz que assistiu à primeira palestra com muita resistência. Na segunda apresentação, diz, foi com o "espírito mais aberto".
"Você pensa que não consegue, que vai morrer se parar, mas é possível. Aprendi que não dependia do cigarro, que era mais forte do que aquela coisinha. Essa é a mágica. Quando você tem apoio, é mais fácil ir adiante."
Hoje, ela diz ter a sensação de que nunca fumou. "E tenho certeza de que vou viver muito mais."