20/04/2013 - 23h15
Pequenas empresas embolsam R$ 100 mi com Copa de 2014
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Com os negócios feitos para atender a Copa do Mundo em 2014, micro e pequenas empresas do país garantiram R$ 100 milhões ao caixa de seus empreendimentos.
São ao menos 13 mil empresas de diversos setores, com 70 mil negócios firmados em encontros realizados pelo Sebrae nos 12 Estados com cidades-sedes que abrigarão os eventos esportivos.
Os empreendedores participaram de programa nacional criado pela entidade em 2009 para incentivar oportunidades geradas com os eventos e deixar as empresas a mais competitivas.
Até os jogos acontecerem, os empresários podem embolsar ao menos o dobro do valor já negociado, segundo estimam técnicos do setor.
O desafio agora para fornecedores e compradores é tornar esses negócios permanentes e fazer com que os investimentos realizados, a partir do calendário esportivo da Copa e da Olimpíada 2016, continuem gerando receita.
Levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, identificou 930 possibilidades de negócios em dez setores: agronegócio, construção civil, madeira e móveis, moda, serviços, comércio varejista, turismo, economia criativa (cultura e entretenimento), artesanato e tecnologia.
As informações do programa e os detalhes do estudo constam no site da entidade.
"O objetivo é preparar o empresário não somente para aproveitar as oportunidades da Copa mas principalmente para que sua empresa se torne mais apta a disputar o mercado em que atua no futuro", afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
NA FORMA
Fabricante de lajes pré-moldadas no Rio, a Trelicon é uma das empresas que aproveitaram o filão da Copa. Com contratos com o consórcio responsável pela reforma do estádio do Maracanã, incrementou seus negócios.
Após fornecer material para as novas rampas de acesso do local, criadas para facilitar o escoamento do público, foi procurada também para fabricar o produto para viadutos da Transcarioca.
Por meio de corredores expressos, a via em construção ligará o aeroporto Internacional Tom Jobim (zona Norte) à Barra da Tijuca (zona Oeste), região que abrigará diversas competições em 2016.
Donos de uma pequena fábrica, os irmãos Montoiro começaram há 13 anos com quatro funcionários. Hoje, 35 empregados trabalham em uma área três vezes maior.
"Construímos quase uma fábrica dentro da fábrica para atender as linhas de produção dessas obras", diz o engenheiro Carlos Munin Montoiro, sócio da Trelicon.
"Na ciranda do dia a dia, prestamos atenção em comprar bem e deixamos de olhar ao redor. Com a consultoria especializada, aprendemos a evitar perdas. Menos desperdício significa mais eficiência e mais investimento em contratação", diz o engenheiro.
Sem usar madeiras em seus painéis pré-fabricados, a empresa desenvolveu uma técnica que torna o produto mais sustentável.
LÁ FORA
Em Salvador (BA), a Engpiso, empresa que presta serviços de colocação de pisos de concreto em dois estádios que receberão jogos no Mundial -a Fonte Nova (Salvador) e a Arena Pernambuco (Recife)--, já investe até em novos mercados após incrementar os negócios com o calendário esportivo.
Os contratos foram firmados após visitas a obras na África do Sul para conhecer estádios do país. Segundo o setor de marketing, o empresário e engenheiro civil Raimundo Dórea prospecta oportunidades no Panamá. A empresa começou com 8 funcionários e já chegou a 42.
Estudos e pesquisas
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