quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Na Marginal do Tietê, 4 mil árvores foram mortas, danificadas ou roubadas


Na Marginal do Tietê, 4 mil árvores foram mortas, danificadas ou roubadas

Número representa 1 em cada 10 plantas da via; governo estadual vai contratar empresa para plantar novas mudas a partir de fevereiro

07 de janeiro de 2013 | 2h 08

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,na-marginal-do-tiete-4-mil-arvores--foram-mortas-danificadas-ou-roubadas-,981237,0.htm

TIAGO DANTAS - O Estado de S.Paulo
Das cerca de 40 mil árvores que ornamentam a Marginal do Tietê, 4 mil foram mortas, danificadas ou roubadas. Uma em cada dez árvores terá de ser replantada - o serviço será feito neste ano. As informações são do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão responsável pelo projeto paisagístico da via, inaugurado em 2007. Também serão repostos 15 mil arbustos ao longo do rio.
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O replantio será feito por uma empresa terceirizada que deverá ser contratada em fevereiro para fazer a manutenção da área verde. A licitação, por meio de pregão eletrônico, foi lançada em 27 de dezembro. O contrato anterior durou cinco anos e terminou no mês passado. Em média, 3 mil árvores e 6 mil arbustos foram substituídos por ano - menos do que o previsto para 2013.
A localização das plantas, entre as pistas expressas e o leito do rio, é uma das explicações para o grande número de mortes, segundo o chefe de gabinete do Daee, Giuliano Savioli Deliberador. "A situação ali não é naturalmente favorável para as árvores. A camada de terra é pouco espessa e muito rasa. As plantas não podem ter raízes muito profundas para buscar alimento no subsolo. Ali embaixo, o que mais tem é concreto."
O solo também impede que árvores de grande porte sejam plantadas em alguns pontos da via. Os exemplares escolhidos pelo Daee, quando o projeto paisagístico foi desenhado, não passavam de 5 metros de altura. Plantas mais altas e mais antigas podem ser vistas nas laterais das pistas locais e nos acessos às pontes, onde há mais espaço.
Seca. Outro problema, de acordo com Deliberador, é que as plantas precisam ser regadas manualmente com frequência. "Elas vivem um estresse hídrico. Ali venta muito, o que desidrata as árvores. É muito difícil equilibrar isso. A manutenção tem de ser feita cuidadosamente e o tempo todo."
Em alguns pontos da Marginal, é possível encontrar árvores aparentemente secas. Na altura da Ponte da Vila Guilherme, na pista sentido Rodovia Castelo Branco, há algumas mudas ainda pequenas e escoradas com bambus. Mais para a frente, perto da Ponte da Freguesia do Ó, algumas das plantas estão totalmente sem folhas.
Em outros trechos da via, a paisagem é completamente diferente. Perto do Estádio do Canindé, na pista sentido Rodovia Ayrton Senna, a vegetação é mais vistosa: há plantas com folhas roxas e outras com flores amarelas. O mesmo acontece no acesso à Rodovia Presidente Dutra.
Integração. Para o chefe de gabinete do Daee, o projeto paisagístico da Marginal do Tietê foi feito com a intenção de integrar o rio à cidade. A avenida tem cerca de 350 mil metros quadrados de área verde, entre a Penha e o Cebolão. Foram plantadas aroeiras, quaresmeiras, paus-brasil, palmeiras, jatobás, ipês, cerejeiras e chorões, além de 70 espécies diferentes de arbustos.
Além da reposição das plantas danificadas, o contrato de manutenção do jardim prevê a poda de 24 mil árvores e arbustos, corte de grama, adubação, controle de pragas e espécies invasoras, além da limpeza das vias de acesso e do sistema de drenagem.
Nos últimos cinco anos, a poda e a reposição das árvores eram feitas por 140 funcionários. Por ano, foram retirados cerca de 5 mil toneladas de detritos - de lixo descartados por motoristas a entulho de construção. O material retirado é enviado para aterros sanitários.