sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Parque Estadual Villa-Lobos: O governo do Estado vai monitorar a contaminação do subsolo e na água subterrânea


Estado avalia contaminação no Villa-Lobos

São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 2012Cotidiano

Análise preliminar feita pela Cetesb em 2007 apontou problemas na água e no subsolo; não há risco para o usuário
Erguido sobre área que serviu de depósito para material retirado do rio Pinheiros, local tem lixo e gás metano no solo

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO


Com atraso de cinco anos, o governo do Estado vai monitorar a contaminação do subsolo e na água subterrânea do parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo.
Desde 2007, uma investigação preliminar feita pela Cetesb, por ordem do Ministério Público, mostrou que a água subterrânea, acumulada a mais de 3 metros de profundidade, não pode ser consumida pelo ser humano.
Outro foco de preocupação é o subsolo do Villa-Lobos. Em pelo menos um ponto do parque -nos prédios da administração- há emissão de gás metano até a superfície.
Os técnicos, na época, recomendaram que fossem feitas novas medições para se ter certeza de que não haveria risco de acúmulo de gases em áreas fechadas do parque.
Os novos estudos devem começar no primeiro trimestre, diz o governo do Estado, responsável pelo parque.
A emissão de vapores constatada pelas medições preliminares é parte do problema. A terra em si também está contaminada em vários pontos ao longo do parque.

LODO
As análises das amostras do subsolo revelaram a presença de substâncias oriundas do lodo do rio Pinheiros, que podem ser nocivas à saúde humana, dependendo do grau de exposição.
Esse foi outro motivo que levou os técnicos que assinaram os laudos em 2007 a pedirem uma investigação mais detalhada de toda a região.
O Villa-Lobos está construído sobre uma área usada no passado como depósito de material dragado do rio Pinheiros. Lixo e muito entulho também estão lá embaixo, mostram as sondagens.
Se o parque Villa-Lobos fosse construído atualmente, não poderia abrir ao público. A Cetesb exige de áreas públicas e privadas estudos preliminares e detalhados, além de um plano de intervenção. Só assim a área pode ganhar o aval ambiental.
Especialistas ouvidos pela Folha, que preferiram não se identificar (eles trabalham em empresas importantes do setor), concordam totalmente em pelo menos um ponto.
A contaminação detectada no terreno do parque, apesar de precisar ser monitorada, não oferece nenhum tipo de risco aos usuários que frequentam o local.
Eles dizem, porém, que este tipo de avaliação já deveria ter sido feita. Só com os novos estudos, afirmam técnicos em descontaminação, será possível ter absoluta certeza de que a área está totalmente livre de riscos ambientais.