Meio Ambiente - 17/11/2012 16h57
Atualizado em 17/11/2012 17h00
Uma truta tinha 11.400 becquerel de césio por quilo, mais de 100 vezes o limite estabelecido no Japão
Agência EFE
Japão - Um estudo do Ministério do Meio Ambiente japonês revelou a presença de peixes com altos níveis de césio radioativo em rios e açudes de Fukushima, província que abriga a acidentada usina nuclear de mesmo nome, informou neste sábado a agência "Kyodo".
O exemplar com o maior nível de material contaminante foi uma truta que tinha 11.400 becquerel de césio por quilo, mais de 100 vezes o limite estabelecido no Japão.
A truta foi capturada no rio Niida, na cidade de Minamisoma, situada 20 quilômetros ao norte da usina de Fukushima Daiichi, o que faz dessa região uma das mais afetadas pela crise nuclear.
A detecção, no ano passado, de arroz e carne de boi contaminados após o acidente nuclear desencadeado pelo tsunami de 2011 fez com que o Governo reduzisse em abril de 500 para 100 becquerel por quilo o limite para frutas, verduras, cereais, pescados, mariscos e carne.
Também foi reduzido de 200 para 50 becquerel de césio por quilo o limite para leite e alimentos destinados a crianças e de 200 para 10 em relação à água.
Trata-se da segunda análise deste tipo feito pelo Ministério do Meio Ambiente, quase um ano depois da primeira.
"Como no estudo anterior, a concentração (de césio radioativo) tendeu a ser mais alta nos rios e lagos do que no mar. Queremos captar o alcance da contaminação mediante a realização contínua destes testes", explicou um representante do Ministério à agência "Kyodo".
O acidente na central de Fukushima Daiichi, provocado pelo devastador tsunami que em março de 2011 arrasou o nordeste do Japão, foi o pior desde o de Chernobyl e mantém 52 mil pessoas evacuadas em um raio de 20 quilômetros.