sábado, 19 de maio de 2012

Por que o planeta tem bons motivos para chorar o leite “derramado”


http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/como-o-leite-derramado-ajuda-a-esquentar-o-planeta

Pesquisadores britânicos calculam que o total de leite descartado anualmente no Reino Unido gera a mesma quantidade de gases efeitos estufa emitidos por 20 mil carros

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ALFREDO FRANCO
Leite derramado
Ralo abaixo: 99% do leite jogado fora pelos britânicos é considerado “desperdício evitável"


São Paulo – A máxima popular de que "não adianta chorar pelo leite derramado" vai por terra quando o assunto são os efeitos reais desse episódio, na sua forma mais literal, sobre o meio ambiente. Segundo cientistas, o desperdício de leite, seja proposital ou não, tem emissões equivalentes ao de centenas de veículos nas ruas, contribuindo, assim, para o aquecimento global.
Os pesquisadores da Universidade de Edimburgo chegaram a essa conclusão, publicada esta semana na revista Nature Climate Change, com base na análise dos hábitos alimentares no Reino Unido. De acordo com o estudo, anualmente os britânicos desperdiçam cerca de 360 mil toneladas de leite.
Só que para produzir e transportar até o consumidor esse volume de bebida, são emitidas 100 mil toneladadas de gases de efeito estufa. A título de comparação, as emissões geradas pelo leite que desce ralo abaixo são equivalentes a quantia emitida ao longo de um ano por 20 mil carros.
Ao menos 99% do leite jogado fora pelos consumidores britânicos é considerado como “desperdício evitável”, resultado de excessos na hora da compra – que acaba azendando na geladeira – ou pelo excesso na produção e venda ao supermercados – parcela que acaba perdendo a validade nas prateleiras.
Ainda segundo o estudo, moderar o consumo de alimentos e evitar o desperdício seria uma forma de diminuir a emissão de óxido nitroso – principal gás gerado na produção agropecuária e agrícola – que é 300 vezes mais potente e danoso que o CO2 para a camada de ozônio e cuja concentração na atmosférica vem crescendo desde 1990 em decorrência do uso intenso de fertilizantes nitrogenados.