segunda-feira, 16 de abril de 2012

Antigos lixões de SP são monitorados para evitar explosões

14/04/2012 13h18 - Atualizado em 14/04/2012 13h18

Prefeitura e Cetesb dizem que a situação na Vila Guilherme está controlada.
MP aguarda investigação completa da contaminação do solo.



http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-paulo-mais-limpa/noticia/2012/04/antigos-lixoes-de-sp-sao-monitorados-para-evitar-explosoes.html




O lixo enterrado deixa uma herança pesada para as futuras gerações. Mesmo quando os lixões param de receber toda aquela sujeira, os aterros continuam a produzir gás metano, que é altamente inflamável. Por isso é preciso fazer um acompanhamento no local, para saber se existe risco de explosão.
Esse acompanhamento vem sendo feito na região da Vila Guilherme, na Zona Norte de São Paulo. No ano passado, o Shopping Center Norte chegou a ser interditado. Agora, seis meses depois, a Prefeitura e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmam que a situação está controlada, como informaram ao SPTV deste sábado (14).
Em 1945, a área onde fica o shopping era uma cratera, que servia para a mineração de areia na Zona Norte. Em 1958, a cratera foi preenchida com terra e resíduos, entre eles, lixo doméstico, segundo a Prefeitura. Dez anos depois, o espaço já estava totalmente preenchido. Uma foto da década de 1980 mostra a ocupação da área por favelas. Pouco tempo depois, foi construído o Shopping Center Norte.
Em outubro de 2011, a Cetesb constatou vazamento de gás metano no local. O shopping recebeu multas e chegou a ser fechado por determinação da Prefeitura. Só retomou as atividades depois que comprovou que estava implantando um sistema para afastar o risco de explosões.
Nos primeiros meses desse ano, foram instaladas mais duas tubulações nos corredores das lojas. Agora, são 15 tubos. Eles levam o gás para o teto, onde estão bombas que eliminam o metano e, assim, diminuem a pressão no subsolo e o risco de acidentes.
A área do antigo lixão vai além do shopping. Por isso, a Cetesb pediu à Prefeitura um estudo sobre o terreno de um conjunto habitacional, onde vivem mais de 3 mil pessoas. O estudo confirmou o acúmulo de metano a 3,5 m abaixo do nível do solo.
Em medições semanais, feitas dentro dos apartamentos térreos, a Prefeitura não constatou presença de metano perto da superfície, o que diminui a preocupação dos moradores.
A Prefeitura também teve que instalar ao redor do conjunto habitacional um sistema parecido com o do shopping. As tubulações abrem caminho para os gases acumulados no subterrâneo.
Ação do MPAlém do conjunto residencial e do Center Norte, a Cetesb acompanha a situação de prédios de órgãos públicos, de um supermercado e um hotel. Ao todo, 11 terrenos da região têm drenos para bombear o gás.
A Cetesb diz que os níveis de metano na região estão sob controle, mas o Ministério Público aguarda um relatório da Cetesb com uma investigação completa da contaminação do solo na região do Center Norte.
“Com a investigação detalhada e os pareceres dos técnicos da Cetesb, nós poderemos avaliar qual o prazo necessário para a descontaminação total da região. O Ministério Público está bastante atento à questão. As medidas que foram adotadas até agora foram suficientes para diminuir e minimizar o risco para a população, mas o acompanhamento permanece até que haja solução definitiva”, afirma Washington Luis Lincon, promotor de Justiça do Meio Ambiente.