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Vídeojogos | 
13/02/2012 |  
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Carlos 
Teixeira Gonçalves |  
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Ninguém aprende nada com os jogos de computador? O Energy 4 
Life, criado pela produtora tecnológica Inovaworks em parceria a organização não 
governamental para o desenvolvimento Oikos, pretende contrariar esta premissa ao 
tentar juntar a emoção de um jogo comum com a informação teórica de uma boa 
enciclopédia. No jogo, somos, ao mesmo tempo, um governante com pouco 
conhecimento sobre energia e um jovem com vontade de aprender. Os conhecimentos 
e decisões do passado vão-nos permitir gerir melhor um país no 
futuro. |  |
 
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Todos os jogos didácticos ou criados com o intuito de 
transmitir algum tipo de informação sofrem, grosso modo, de um problema: são 
piores que os outros que não têm esse objectivo. O que poderia levar uma 
criança, um pré ou um pós-adolescente, no seu perfeito juízo, a sentar-se à 
frente do computador e aprender sobre a fotossíntese das plantas, num jogo com 
gráficos mais arcaicos que o Pac-Man da Atari 
2600? Entre disparar sobre inimigos, chutar uma bola, atropelar 
gratuitamente pessoas no meio da rua ou levar uma lição sobre o processo 
físico-químico que os seres vivos clorofilados realizam, onde está a dúvida? A 
Inovaworks e a Oikos sabiam que os pesos na balança estavam desequilibrados 
desde o princípio, quando decidiram criar o Energy 4 
Life, jogo de computador interactivo em que vestimos a pele de um governante 
que não sabe nada de políticas energéticas e que tem a possibilidade de voltar à 
juventude para emendar o seu erro. 
 “Como criar um projecto lúdico e 
educativo?”, perguntou Hugo José Pinto, director da Inovaworks. Em traços 
gerais, o jogo queria-se “atractivo”, com “qualidade gráfica boa”, “divertido” e 
que “permitisse aos professores explorá-lo em sala de aula”, revelou José Luís 
Monteiro, representante da mesma empresa. “Não podia ser uma valente seca. Não 
queríamos que o jogo fosse uma valente seca”, assumiu Hugo José Pinto. Tendo em 
conta esta vontade de agradar a gregos e a troianos, e as dificuldades de 
orçamento típicas do mercado dos videojogos em Portugal, “o resultado final não 
envergonha ninguém”, analisou José Luís Monteiro.
 
 Uma reflexão 
sobre a energia
 
 O Energy 4 Life é uma aventura “point and click” 
(apontar e clicar, tradução livre) em que o jogador ou jogadora (pode escolher o 
sexo da personagem) se desloca pela casa (no passado) e gabinete (no futuro), 
interagindo com outros personagens e objectos. No decorrer da acção, temos de 
tornar a nossa vida e a da nossa família mais eficiente energeticamente e 
aprender o suficiente para nos tornarmos um líder competente. Aqui, todas as 
acções têm consequências. Acordamos com 36 anos, com um país fortemente depende 
de energia a nosso cargo, uma conferência de imprensa em que não sabemos dar 
respostas certas e apercebemo-nos de que deixámos escapar a oportunidade de 
reflectir sobre lâmpadas eficientes enquanto garotos. Mudar o passado sempre foi 
o sonho do homem moderno, resta saber se os jovens partilham dessa vontade.
 
 O jogo, embora pretenda consciencializar os jovens para os problemas 
energéticos do mundo, é também uma “reflexão sobre o tema da energia”. “Ao 
contrário do que é habitual no sistema educativo, a Oikos achou melhor 
incentivar a reflexão sobre o tema”, comentou o director executivo da Oikos, 
João José Fernandes, e não trazer os dogmas energéticos para o ecrã.
 
 O 
videojogo Energy 4 Life, criado para a Comissão Europeia, foi apresentado no 
passado dia 9 de Fevereiro, no Fórum Picoas, em Lisboa, está disponível para 
download gratuito e pode jogar directamente no site.
 
 
 
 
http://www.energy4life-game.com/EnergyForLife/ 
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