22/01/2012 - 07h41
Fim da sacolinha plástica desafia consumidor em SP
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Fazer as compras no supermercado envolverá uma logística mais complexa a partir de quarta-feira, quando as sacolinhas plásticas deixarão de ser distribuídas gratuitamente em São Paulo.
Quem não quiser sair do estabelecimento com as coisas na mão terá de se "lembrar" de levar a sua própria ecobag ou carrinho de feira.
Existem tamanhos, modelos e materiais --papel, pano, lona, juta, plástico, plástico etc.-- para todos os gostos, bolsos e exigências de uso.
Na melhor das hipóteses, o consumidor vai ganhar do supermercado uma caixa de papelão usada (há risco de contaminação) ou, novidade, terá de comprar uma sacolinha biodegradável por R$ 0,19 --alvo das mais ferozes críticas e resistências, respondidas pelos supermercado por um simples "não compre e leve sua ecobag".
Os críticos dizem que essa sacola não resolve o problema porque não há compostagem, capaz de degradar lixo orgânico, no país.
Mas a sacola compostável é a que melhor se adequa à realidade de lixões e de aterros sanitários, onde elas se degradam em dois anos.
Sem coleta seletiva, o plástico vai para o mesmo lugar e demora mais de cem anos para se decompor.
LOGÍSTICA
A logística das compras exigirá também pensar como confinar em um mesmo espaço produtos secos, molhados, comestíveis e perecíveis com artigos de limpeza, inseticidas e líquidos químicos --outra das reclamações.
Quem usava a sacolinha para o lixo ou para coletar cocô de cachorro terá de comprá-la --outra reclamação.
E isso é só o começo da longa saga de responsabilidades, sacrifícios e custos financeiros que virão. Depois vem a coleta seletiva --a meta do país (não é só do poder público) é universalizá-la em 2014.
A mudança é fruto de um acordo dos supermercadistas; não tem força de lei, participa quem quer. Se algum furar não acontece nada, é um acordo.
Por que os supermerdados? Porque eles despejam 90% dessas embalagens no país, daí a iniciativa setorial de "cuidar" desse assunto.
Será assim com todas as cadeias produtivas. O novo marco regulatório dos resíduos sólidos prevê que cada uma defina como retirar de circulação resíduos que produzirem --como os mercados farão com as sacolinhas.
editoria de Arte/Folhapress | ||
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Químicos protestam contra fim das sacolinhas nesta terça
Publicado em 20/01/2012, 19:53
Última atualização às 19:53
São Paulo - O Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo vai protestar nesta terça-feira (24) contra o acordo entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Kassab (PSD) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas), que entra em vigor no dia 25. Pelo acerto, os varejistas deixariam de oferecer gratuitamente as sacolinhas plásticas e começariam a cobrar pela venda de sacolas tidas como ecológicas. Os atos deverão ocorrer na frente de grandes supermercados na capital paulista.
Lourival Batista Pereira, coordenador da secretaria de Saúde e Meio Ambiente do sindicato, explica que o objetivo é chamar a atenção da população para o acordo, que trará mais benefícios aos envolvidos do que ao meio ambiente.
Segundo ele, as novas sacolas deverão custar R$ 0,22 aos consumidores e R$ 0,03 aos supermercadistas, o que revela o grande lucro das empresas. Lourival entende que outras embalagens, como as de óleo, principalmente lubrificantes, são muito mais nocivas ao meio ambiente e nem por isso estão no centro de políticas de restrição de uso.
Pereira destaca ainda que o acordo para redução das sacolinhas é desnecessário. "Em 2014 entra em vigor a lei dos resíduos sólidos, que vai disciplinar inclusive a questão das embalagens."
Um estudo da Agência Ambiental Britânica, divulgado recentemente, aponta que o PEAD (Polietileno de Alta Densidade), utilizado para fabricar as sacolas plásticas, é 200 vezes menos nocivo ao meio ambiente do que as matérias – primas utilizadas na fabricação das Ecobags.