quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bactérias que utilizam hidrogênio como fonte de energia para produzir matéria orgânica


Cientistas descobrem bactérias que usam hidrogênio como fonte energética

Esta é a primeira vez que seres vivos que realizam esse processo energético são encontrados


10 de agosto de 2011 | 14h 00



Efe
PARIS - Uma equipe internacional de pesquisadores encontrou pela primeira vez, nas profundezas abissais do oceano, bactérias que utilizam hidrogênio como fonte de energia para produzir matéria orgânica, informou nesta quarta-feira, 10, o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS, na sigla em francês).

Marum
Marum
Bactérias que utilizam hidrogênio como fonte de energia para produzir matéria orgânica











Os resultados da pesquisa, realizada com o instituto alemão Max Planck e a Universidade de Harvard, que publica a revista científicaNature, abrem "perspectivas interessantes" no setor das biotecnologias e das energias renováveis, segundo uma nota do CNRS.
Os cientistas encontraram as bactérias a 3,2 mil metros de profundidade no campo de Logatchev, uma cordilheira submarina no meio do caminho entre o Caribe e as ilhas africanas de Cabo Verde.
A região é uma zona de produção de energia hidrotermal na qual esses organismos, que vivem em simbiose com bancos de mexilhões, consomem até 50% do hidrogênio liberado.
Segundo os dados recolhidos, na extensão de terreno analisada são consumidos até 39 milhões de litros de hidrogênio por ano.
Os pesquisadores descobriram também que o gene responsável pela transformação química do hidrogênio pode ser encontrado igualmente em bactérias que vivem em associação com outros organismos hidrotermais, como vermes e camarões.
"A descoberta implica que a capacidade de utilizar o hidrogênio como fonte de energia é habitual (...) nos lugares onde o hidrogênio abunda", assinalou o CNRS.
Esses ecossistemas "extremos" interessam particularmente aos cientistas por abrigar condições nas quais se desenvolvem formas de vida primária sobre a Terra, explicou o centro francês.
Nessas zonas hidrotermais, os animais vivem em simbiose com bactérias que são capazes de produzir matéria orgânica mediante a transformação de energia química, em vez de fazê-lo mediante a energia luminosa, como no caso das plantas.
Embora já tenham sido descobertas bactérias capazes de se alimentar de metano e de sulfureto de hidrogênio, o uso de hidrogênio pelas mesmas resulta mais interessante para os cientistas, segundo o CNRS, já que sua produtividade é até 18 vezes superior a dessas outras duas fontes de energia.




Cientistas geram hidrogênio através de bactérias utilizadas para tratar água

Uma das preocupações dos pesquisadores na escolha do processo é evitar a geração de gases do efeito estufa


26 de abril de 2011 | 11h 23


EFE
México - Um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) desenvolveu um método para gerar hidrogênio com bactérias utilizadas no tratamento de águas negras, informou nesta segunda-feira, 25, a instituição.
Unam/Divulgação
Unam/Divulgação
Germán Buitrón é o cientista responsável pela pesquisa









Os cientistas do laboratório de pesquisa em processos avançados de tratamento de águas da faculdade de engenharia da Unam, liderados pelo pesquisador Germán Buitrón, aproveitaram os subprodutos do processo de tratamento da água residual para gerar energia de maneira sustentável.
Muitos organismos anaeróbios podem produzir hidrogênio à revelia de luz, a partir dos carboidratos contidos em resíduos orgânicos.
No tratamento das águas por via anaeróbia (ausência de oxigênio), as bactérias do gênero clostridium degradam a matéria orgânica presente na água e geram uma mistura de metano e dióxido de carbono, conhecida como biogás.
O objetivo do projeto é utilizar esse processo para produzir hidrogênio, revelou a instituição em comunicado.
"O desafio é maximizar a geração (de hidrogênio), porque as quantidades obtidas são baixas. Atualmente, estudamos como fazer com que as velocidades de produção do hidrogênio aumentem", disse Buitrón.
O pesquisador ressaltou que "o principal interesse" no uso do hidrogênio está em "não gerar gases do efeito estufa, pois, como subproduto de sua combustão, só se produz água", e porque "tem um alto poder calorífico".
Segundo ele, o valor energético de um quilograma de hidrogênio é equivalente ao de 2,4 quilogramas de metano, além de ter 2,75 vezes mais energia que os hidrocarbonetos.
Buitrón afirmou que, embora a matéria orgânica procedente das águas negras "seja talvez insuficiente para sustentar uma energia global", este processo poderia "ajudar a compensar, de maneira substancial, os custos do tratamento de líquidos", especialmente daqueles com altas concentrações de matéria orgânica.