Medidas tiram Cidade do México do topo da lista das mais poluídas
05/04/2011 21h10 - Atualizado em 05/04/2011 21h10
Autoria e fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/04/medidas-tiram-cidade-do-mexico-do-topo-da-lista-das-mais-poluidas.html
O rodízio, os ônibus movidos a diesel mais limpo e a substituição da frota de táxis e ônibus velhos são algumas das ideias usadas para diminuir a poluição na cidade.
Durante muito tempo, a Cidade do México foi a mais poluída do planeta, mas uma série de medidas ajudou a melhorar a qualidade de vida por lá. Foi o que registraram os repórteres Flávia Freire e Eduardo Mendes.
Duas vezes por ano, Ivete tem que trazer o carro para a inspeção veicular na Cidade do México e ela só pode voltar a circular com um adesivo colado no vidro. É a prova de que o veículo está dentro das normas de emissão de poluição.
O programa de inspeção veicular na capital mexicana começou há quase 20 anos, bem antes do de São Paulo, que tem dois anos. No México, tudo começou em 1992, ano em que a qualidade do ar só não ultrapassou o aceitável para a saúde da população em apenas onze dias. Isso obrigou o governo do Distrito Federal Mexicano a travar uma dura batalha contra a poluição.
“Chegamos a ter até 15, 20 contingências de poluição por ano. Níveis que ultrapassavam três, quatro vezes as normas de proteção à saúde. Então, as pessoas pediam medidas radicais”, explica Rodolfo Lacy, do Centro de Estudos Ambientais Mario Molina.
As medidas vieram. O rodízio também chegou bem antes do que na capital paulista e mais rigoroso. Os carros não podem circular durante o dia inteiro, das 05h até as 22h em dois dias da semana e em um sábado por mês. E quase ninguém reclama.
“Beneficia a cidade, por causa do ar, da poluição, tudo”, conta um homem.
Outra arma contra a poluição são os ônibus vermelhos, que são movidos a um diesel mais limpo. No Brasil, o diesel menos poluente ainda não chegou em larga escala ao transporte público. E para os trajetos mais curtos, reina a bicicleta.
O programa de substituição de frota de táxis e ônibus velhos também ajuda. Já foram destruídos mais de oito mil veículos. O processo de destruição dos ônibus que fazem parte do programa de substituição do governo é muito rápido, dura de 3 a 5 minutos. É impressionante o tamanho da máquina: o ônibus é todo destruído, dá até um pouco de medo de ficar perto.
Nas escolas particulares, o desafio é outro: convencer os pais a não levarem seus filhos de carro, e sim de transporte escolar. O programa do governo é obrigatório e já vale em escolas que têm mais de 900 alunos. Em uma delas, todos são meninos, que até preferem os micro-ônibus porque podem brincar com os amigos durante a viagem.