quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lixo nuclear brasileiro pode ser “presente de grego” para as próximas gerações: Alguém duvida?

Lixo nuclear brasileiro pode ser “presente de grego” para as próximas gerações


 
Postado em 27/04/2011 ás 13h40




Os resíduos nucleares podem se tornar problemas para as próximas gerações, já que eles permanecem radioativos por 300 anos. (Imagem: AFP)


 
A produção energética brasileira permaneceu, por muitos anos, concentrada apenas em hidrelétricas. Hoje o governo possui planos em aproveitamento de energia solar, eólica e também nuclear. Esta última gera um questionamento crucial para o seu desenvolvimento: Qual será o destino dos resíduos radioativos resultantes dessa produção?



O lixo nuclear é divido em três tipos: baixa, média e alta radioatividade, cada um deles precisa de cuidados específicos e descarte adequado. Como o Brasil ainda estuda a destinação correta e criação de estruturas que possibilitem esse controle, os resíduos nucleares de baixa e média radioatividade permanecem em depósitos, enquanto os de alta radioatividade são acomodados em piscinas, dentro das duas usinas em funcionamento atualmente, Angra 1 e Angra 2.



O plano do governo é de que em 2015 a usina de Angra 3 esteja em funcionamento e que outras quatro estruturas como essa sejam construídas no nordeste e no sudeste, ao longo dos próximos anos.



A solução optada atualmente, pelo armazenamento do lixo em depósitos e piscinas, pode se tornar um problema para as próximas gerações, já que esses resíduos permanecem radioativos por 300 anos. “A Eletronuclear e a CNEN estão fazendo um projeto de depósito de resíduos de alta [radioatividade] no Brasil, mas ainda não é o definitivo. É um lugar onde os elementos combustíveis poderiam ficar por 200, 300 anos até que as novas gerações decidam o que querem fazer: tratá-los como rejeito ou reprocessar”, explicou Laércio Vinhas, diretor de Segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo.



Qualquer que seja a opção atual ou futura, em relação aos depósitos ou ao reprocessamento, que consiste no ato de reaproveitar o combustível já usado anteriormente, inclui a necessidade de grandes estruturas capazes de armazenar o combustível até que ele seja resfriado e esteja pronto para o uso. Esse processo pode levar de cinco a oito anos. Durante esse tempo eles permanecem em piscinas. No Brasil, segundo Leonan dos Santos Guimarães, assessor da presidência da Eletronuclear, as instalações de Angra suportam a demanda de resíduos produzidos até o ano de 2020.



Por ser uma estrutura de produção energética considerada “recente” no Brasil, os resultados e eficiência dos depósitos e até mesmo as soluções planejadas para o manejo dos resíduos nucleares ainda são incertos. Segundo Ricardo Baitelo, engenheiro e coordenador de energia do Greenpeace, “Existem algumas soluções, só que não temos a garantia de que sejam suficientes a longo prazo”. Essa incerteza eleva ainda mais as dúvidas e receios dos brasileiros em relação à produção energética nuclear. Com informações do Estadão.



Redação CicloVivo