Imposto para enfrentar as alterações climáticas
Fonte: http://www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=19060&sec=8
Texto Cristina Santos
Foto Lusa
28/04/2011
16:21
Uma campanha internacional defende a criação de um novo imposto para apoiar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Garantir a sustentabilidade ambiental é uma das metas
O G-20 (grupo que reúne as 19 economias mais fortes do mundo e a União Europeia) recebeu uma carta assinada por mais de mil economistas de 53 países, pedindo a criação de um imposto sobre as transacções financeiras para apoiar os Objectivos do Milénio. A campanha é denominada «The Robin Hood Tax» e é apoiada pela rede WWF. A organização que actua em defesa da natureza espera que a questão ganhe destaque durante as negociações internacionais sobre as alterações climáticas.
Segundo a WWF, os países em desenvolvimento precisam de 160 mil milhões de dólares anuais entre 2013 e 2017 para fazer face às alterações climáticas. Um valor que pode chegar aos 200 mil milhões até 2020 [recorda-se que um dólar corresponde a 0,68 euros]. «Para reduzir em pelo menos 50 por cento as emissões mundiais de gases de efeito estufa até 2050, o mundo precisará de investimentos maciços em acções e políticas apropriadas. Uma solução óptima para conseguir tamanha quantidade de recursos é a introdução de um imposto global sobre transacções financeiras», considera Carlos Rittl, coordenador do Programa de Alterações Climáticas e Energia, da rede.
O objectivo seria abranger todas as transacções que envolvem títulos e acções na bolsa, mas não afectar outras operações como os créditos pessoais. A WWF destaca o potencial do imposto na angariação de recursos. De acordo com o Instituto Austríaco de Pesquisa Económica, uma taxa de 0,1 por cento sobre operações financeiras poderia render entre 410 bilhões e 1,06 trilião de dólares por ano. Inglaterra, Brasil, Japão e México são alguns dos países com experiências de sucesso neste âmbito.
A sustentabilidade ambiental é um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para 2015. A campanha reconhece que o destino das pessoas e o do ambiente estão interligados. Os mais pobres são os que mais sofrem com os problemas do clima, por estarem muito dependentes da agricultura.