sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Concentração de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos, diz IPCC

Concentração de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos, diz IPCC

Relatório afirma que temperatura média da Terra sobe 1,5ºC até o final do século



27 de setembro de 2013 | 5h 01

Andrei Netto, enviado especial - O Estado de S. Paulo
ESTOCOLMO - A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra é a maior em pelo menos 800 mil anos. A advertência sobre o grau de contaminação pelo principal gás causador do efeito estufa foi divulgada no começo da manhã desta sexta-feira pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o grupo de experts das Nações Unidas reunido em Estocolmo, na Suécia. Após uma madrugada de trabalhos, os especialistas decidiram advertir mais uma vez, agora com 95% de certeza, para a responsabilidade do homem no aquecimento global, no derretimento de geleiras, no aumento do nível dos oceanos e nos eventos climáticos extremos.
Derretimento de geleira no Polo Norte; consequência do aquecimento global - Estadão
Estadão
Derretimento de geleira no Polo Norte; consequência do aquecimento global
Foram necessários cinco dias de diálogos para que os representantes da comunidade científica e de governos encerrassem, na manhã de hoje, a nova edição de seu relatório sobre o estado do planeta - o quinto desde 1990.
"O aquecimento do sistema climático é inequívoco, e desde os anos 1950, muitas das mudanças observadas não têm precedentes em décadas ao milênio. A atmosfera e o oceano aqueceram, a quantidade de neve e gelo diminuiu, o nível do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram", sintetiza o relatório.
De acordo com o documento de 36 páginas voltado para formuladores de políticas apresentado hoje por experts e delegados governamentais, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial em razão das emissões oriundas da queima de combustíveis fósseis. Deste total, 30% foram absorvidos no período pelos oceanos, que por essa razão se tornaram mais ácidos e menos capazes de regular o clima.
Como efeito, a temperatura média da Terra vem se elevando – já subiu 0,85°C entre 1880 e 2012 – e vai atingir no mínimo mais 1,5ºC até o final do século em relação à média diagnosticada entre 1850 e 1900. E esse será o melhor dos cenários, advertiu Thomas Stocker, um dos coordenadores do relatório sobre as bases físicas das mudanças climáticas. "Ela provavelmente vai subir 2ºC nos dois piores cenários", advertiu. "Ondas de calor muito provavelmente ocorrerão com mais frequência e durarão mais tempo. Com o aquecimento da Terra, nós esperamos que regiões úmidas recebam ainda mais chuva, e regiões secas ainda menos."
O IPCC também decidiu manter o ponto mais polêmico do relatório, que fazia menção à suposta "desaceleração" do aquecimento entre os anos de 1998 e 2012. O tema foi alvo de cientistas, políticos e jornalistas negacionistas nas últimas duas semanas, que usaram a constatação do painel para atacar sua suposta incoerência.
Depois das negociações, o artigo que fazia referência ao assunto foi modificado, incluindo ponderações para a irrelevância científica de projeções de curto prazo e sobre a ocorrência de El Niño, o fenômeno que resulta no aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
"Além do robusto aquecimento de várias décadas, a média global de temperatura na superfície exibe uma variação substancial interanual e a cada cinco décadas. Em razão da variação natural, tendências baseadas em apenas seis registros são muito sensíveis às datas de início e fim e em geral não refletem tendências de longo termo", diz o texto final, que exemplifica: "A taxa de aquecimento dos últimos 15 anos (1998-2012, de 0,05ºC por década), que começa com um forte El Niño, é menor do que a taxa calculada desde 1995 (1951-2012, de 0,12ºC por década).
O texto explica ainda que, se a sequência de 15 anos for medida a partir de 1995, 1996 ou 1997, o aumento da temperatura média da Terra no período seria de 0,13ºC, 0,14ºC e 0,07ºC por década, respectivamente.
Um dos destaques do primeiro dos quatro relatórios do IPCC a serem divulgados entre 2013 e 2014, segundo experts do painel ouvidos pelo Estado ao longo da semana, é a precisão e o tecnicismo do texto - uma resposta às críticas por erros pontuais encontrados no relatório de 2009.
Com temperaturas mais elevadas, o derretimento de geleiras nunca foi tão intenso. Entre 1979 e 2012, o Ártico perdeu entre 3,5% e 4,1% de sua área a cada década. Os mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida tiveram uma perda significativa de massa e encolheram entre 1992 e 2001. No mar da Antártida, por outro lado, houve um pequeno aumento do gelo, de 1,2% a 1,8% por década no mesmo período. As projeções indicam que em 2100, entre 15% e 85% das geleiras e extensões de neve da Terra terão desaparecido, considerados o melhor e o pior dos cenários.
Se o planeta aquece e parte das geleiras desaparece, maior se torna o nível dos oceanos. Entre 1901 e 2010 eles já subiram 19 centímetros e a previsão é de que aumentem entre 26 e 82 centímetros até 2100.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Concessionária ecológica

25/09/2013 10:57:00

Concessionária ecológica

Mercalf Jundiaí é um exemplo a ser seguido
Marcos Villela
Concessionária Mercalf
Cada vez mais a sustentabilidade de uma atividade econômica pode ser vista em toda a sua cadeia e não apenas em uma de suas etapas. Um caminhão, por exemplo, pode ter o seu impacto ambiental analisado desde a extração do minério para a sua fabricação até a reciclagem após a sua vida úti. E agora um importante agente, responsável pela sua chegada ao mercado e a sua manutenção durante a sua vida, também passa a integrar a cadeia de sustentabilidade. Trata-se da concessionária.
Recentemente, foi inaugurada a Mercalf Jundiaí, autorizada Iveco que, mesmo não sendo a primeira em trazer conceitos de sustentabilidade, talvez seja a mais ampla e que pode ser referência para todo o setor.

Assim, para que seja um exemplo a ser seguido, a revista Transporte Mundial foi visitá-la e decidiu mostrá-la na seção “Transporte Responsável”. Todos os conceitos de sustentabilidade também são inteiramente aplicáveis à sede de uma transportadora.
A ideia de se fazer uma concessionária verde não partiu de nenhuma exigência legal ou da Iveco, mas da consciência dos empresários Hélio e Cristina Cangueiro, concessionários Iveco em cinco regiões (Sumaré, Piracicaba, Campinas, Bauru e Jundiaí, todas cidades do interior de São Paulo), que já têm um estilo de vida ligado à natureza por meio do esporte e do ecoturismo.
Presente à inauguração, o presidente da Iveco, Marco Mazzu, comentou: “Não temos referência de outra casa com todas as características de sustentabilidade mostradas pela Mercalf. Talvez seja a mais verde do mundo”. A Mercalf é a 100ª concessionária Iveco no Brasil.
A partir de um terreno irregular, a ideia de sustentabilidade começou desde o primeiro dia da obra. Em vez de retirar toneladas de terras para tornar o terreno plano, trabalho que demandaria dezenas de viagens de caminhões basculantes para transportá-las até um aterro, os empresários optaram por aproveitar a terra resultante do corte do talude lateral (plano inclinado que limita um aterro) para cobrir as partes mais baixas do terreno.  
E assim seguiu todo o projeto. As colunas de concreto de sustentação da área da oficina foram construídas com tubulações de papelão em vez do uso de armações de madeiras que ao final da obra seriam descartadas. Já os papelões foram enviados para reciclagem.
Na tarde que passamos na concessionária, pudemos observar que nenhuma lâmpada estava ligada. A concessionária foi projetada para aproveitar ao máximo a luz natural. Além de grandes áreas envidraçadas, inclusive entre as salas de reunião da diretoria, blocos de concretos foram pintados em branco, e uma parte do telhado do showroom tem claraboias e telhas translúcidas.
Para reduzir o uso de ar-condicionado, 200 m2 do showroom e da área administrativa foram feitos dentro do conceito de telhado verde, ou seja, receberam um gramado que exerce tripla função: ajuda a reduzir em até 6º a temperatura no interior da concessionária, também no recolhimento da água da chuva que é armazenada em uma cisterna para posterior reuso, e no isolamento acústico. Para reforçar essas funções, na parte interna do showroom, foi construído um painel verde em uma das paredes. Trata-se de um gramado vertical com plantas ornamentais que consome apenas dois litros de água por dia por meio de um sistema de gotejamento e ajuda na manutenção da umidade do ar, além de exercer um apelo estético.
Talvez as pessoas não tenham ideia do quanto uma concessionária gasta de água, mas gasta muito. Por isso, várias medidas foram tomadas para a economia de água. “A economia de água pode chegar a até 600 litros/dia”, calcula Cristina Cangueiro, diretora da Mercalf e também a arquiteta responsável pelo projeto. Com grandes dimensões, o telhado da oficina, por exemplo, também tem calhas dedicadas ao recolhimento da água da chuva depositando-a em uma caixa d’água de 15 000 litros não potáveis. Essa água é utilizada para lavagem dos caminhões, vasos sanitários e para irrigação dos jardins.
A sustentabilidade segue com o aproveitamento da energia solar na metade dos postos de iluminação dos pátios e no aquecimento de água, inclusive da água utilizada para a lavagem dos caminhões, pois a água aquecida quebra as moléculas de gordura e dissolve melhor impurezas na carroçaria dos caminhões. Além de gastar bem menos água, também reduz em até 50% de desengraxante e de outros produtos químicos geralmente utilizados para limpeza de veículos.
Os chuveiros para banho dos funcionários no final do expediente são híbridos (solar-elétrico). “Ao abrir a torneira, primeiro vem a água aquecida pelo Sol e, à medida que ela for esgotando, um termostato aciona a energia elétrica para o final do banho”, explica Cristina.
O terreno, de 15 000 m2, foi totalmente recoberto por blocos intertravados e concregrama (bloco vazado com grama) instalados sobre uma camada flutuante de areia que permite absorção natural da água da chuva, evitando a impermeabilização do solo e a sobrecarga das galerias fluviais públicas.
“Na medida em que avançamos com a obra, surgiam sugestões de todos os lados. O projeto entusiasmou os empregados da empresa e muitas das ideias surgidas foram adotadas. Uma delas é o uso de portas feitas de madeira de reflorestamento e outra é a adoção de uniformes feitos com um tecido que tem em sua composição uma porcentagem de fibras oriundas de garrafas PET. Além disso, árvores frutíferas (banana, laranja, limão e manga) foram usadas no paisagismo”, acrescenta Cristina.
O casal Hélio e Cristina tem um filho portador de necessidades especiais, portanto, todos os recursos necessários de acessibilidade não foram esquecidos. “Foi pensando nisso que chegamos tão longe. Estamos felizes e orgulhosos”, conclui Cristina Cangueiro.
Marcos Villela
Imagens Arquivo

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Poluição do ar mata mais do que acidentes de trânsito em São Paulo, diz pesquisa


20/9/2013 às 00h30

Poluição do ar mata mais do que acidentes de trânsito em São Paulo, diz pesquisa


Outro estudo mostrou que 91% dos paulistanos estão preocupados com a qualidade do ar
Fernando Mellis, do R7
Pesquisa do Ibope mostrou que a poluição do ar é considerada problema grave ou muito grave para 91% dos paulistanosWerther Santana/Estadão Conteúdo
Um estudo feito pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade em parceria com professores da USP (Universidade de São Paulo) mostra que o número de mortes decorrentes da poluição do ar é quase o dobro das causadas por acidentes de trânsito no Estado de São Paulo. O resultado da pesquisa será divulgado na segunda-feira (23), na capital.
A médica e presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, adiantou que, anualmente, morrem 15 mil pessoas em São Paulo em decorrência da poluição, enquanto cerca de 7.900 pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito. O número ainda é subestimado, considerando apenas as mortes de regiões onde há estações de medição de poluentes.
Uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, divulgada na segunda-feira (16), mostrou que a poluição do ar na cidade de São Paulo preocupa 91% dos entrevistados. Evangelina Vormittag comentou o resultado.
— Eu fiquei bastante feliz em ouvir que os paulistanos se preocupam [com a poluição]. 91% consideram a questão da poluição grave ou muito grave. Além disso, eles acham que a qualidade do ar diminuiu.
Os caminhões foram apontados por 41% dos entrevistados como os principais responsáveis pela poluição do ar, seguidos dos veículos velhos em geral e dos ônibus. Mais da metade dos que responderam à pesquisa deixaria de usar o carro diariamente em favor do meio ambiente.
Pesquisa
Caminhões e veículos velhos são os vilões da poluição do ar, segundo levantamento do IbopeWerther Santana/Estadão Conteúdo
A pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo” foi feita ao longo de seis anos — de 2006 a 2011 — e utilizou como base a análise do poluente PM 2,5 (material particulado). A comparação foi feita com níveis considerados seguros pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e foi utilizada para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição. Evangelina alerta para o risco desse tipo de poluente.
— No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadores de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão.
O estudo teve apoio dos professores e doutores Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e equipe, e de Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP. A apresentação completa será feita a partir das 17h30 da próxima segunda-feira, na Câmara Municipal.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Voluntários celebram Dia Mundial da Limpeza




Rio | 21/09/2013 13:59

Voluntários celebram Dia Mundial da Limpeza

Principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância de não sujar o litoral, mesmo com pequenas quantidades de lixo

Wikimedia Commons
Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Além de praias da capital, como Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, a ação foi realizada em cidades do sul e do norte do estado
Rio de Janeiro – Voluntários participaram hoje (21) da coleta de lixo em várias praias, rios e lagoas do Rio de Janeiro. A iniciativa, criada há dez anos pela organização ambientalista Instituto Aqualung, comemorou o Dia Mundial da Limpeza. Segundo o coordenador do projeto, Hildon Carrapito, o principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância de não sujar o litoral, mesmo com pequenas quantidades de lixo.
O lixo jogado indiscriminadamente na areia é de coleta muito difícil, porque é um microlixo, como guimbas de cigarro, tampinhas de refrigerantes, papel de sanduíche natural. Tem gente que joga pilha, bateria, muitas coisas que contaminam a areia, a praia, o rio, a lagoa”, disse Carrapito.
Além de praias da capital, como Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, a ação foi realizada em cidades do sul e do norte do estado. O Instituto Aqualung também promoveu ações no Maranhão e em Sergipe. A expectativa dos organizadores é coletar 40 toneladas de lixo.
O engenheiro Flávio Pinheiro participou como voluntário da coleta, junto com o filho de 5 anos, João. “Ele fez questão de vir e ficou muito feliz de limpar a praia. Ele quer uma praia limpa para ele no futuro”, disse.
Natália Guedes, de 10 anos, coletou mais de cinco quilos de lixo, com a ajuda da mãe, Mônica. “A gente encontrou muitos cigarros, latas, copos e canudos no chão. A gente tem que cuidar muito bem da nossa praia e do nosso país, porque tem muita poluição”, disse a estudante.
Para o secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc, um dos principais produtos descartados nas areias do Rio de Janeiro é o coco, cuja água é amplamente consumida nas praias cariocas.
“Quase tudo do coco pode ser aproveitado. É uma fibra boa que pode ser usada em assentos de carro e xaxins. Estamos com um grande projeto em Duque de Caxias para ampliação da rede [de coleta e reaproveitamento do coco]. Latas e garrafas pet, que têm aproveitamento econômico, pouco são jogadas. Mas, além do coco, tem os cigarros e os restos de comida, que atraem pombos e doenças”, disse Minc.
O Dia Mundial da Limpeza faz parte de uma mobilização internacional, chamada Clean up the World (Limpe o Mundo, em português), que é promovida desde 1993, com o objetivo de incentivar comunidades a limpar e conservar o meio ambiente. Anualmente, o evento executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente reúne milhões de voluntários em 130 países.

Mudança do clima vai afetar mais pobres e pode inviabilizar megacidades como São Paulo

09.setembro.2013 20:56:08

Mudança do clima vai afetar mais pobres e pode inviabilizar megacidades como São Paulo

http://blogs.estadao.com.br/ambiente-se/mudanca-do-clima-vai-afetar-mais-pobres-e-pode-inviabilizar-megacidades/




Charge bem-humorada emprestada da web que dá o tom do drama brasileiro
“Não é nenhuma catástrofe, o mundo não vai acabar, mas precisamos tomar decisões rápidas, porque as populações mais atingidas serão as que hoje são as mais desassistidas.” Com essa declaração, o engenheiro agrícola Eduardo Assad, da Embrapa, especialista em mudanças climáticas, resumiu o tom do primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado hoje.
O trabalho, conforme noticiou o Estado na edição desta segunda, traz uma síntese sobre o estado da arte do conhecimento sobre como o País vai ser afetado pelas mudanças climáticas. Em linhas gerais, mostra que as mudanças já estão ocorrendo, como temos observado nas variações de extremos de temperatura durante este inverno, com a diminuição de noites e de dias frios e com a frequência cada vez maior de eventos extremos. O relatório traz também mais detalhes de como as temperaturas e a ocorrência de chuvas deve mudar.
De acordo com a apresentação dos pesquisadores, em evento que abriu a Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais, os resultados apontados para o Brasil são consistentes com o que o novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) deve trazer agora no final do mês.
Preliminares do relatório internacional que vazaram para a imprensa têm em geral apontado que o novo relatório trará como ponto principal uma certeza maior sobre dados já citados no relatório de 2007. Há uma certa necessidade dos cientistas de comprovar que as projeções estavam no final das contas certas depois de o painel ter sido bastante criticado por erros em relação ao degelo do  Himalaia. Mas a tomar pelo relatório brasileiro, os cenários vão também ser mais pessimistas. O texto aponta, por exemplo, que o nível do mar no Brasil pode chegar em algumas regiões a subir até meados do século o que se esperava só para 2100.
“A gente se esforçou muito para mostrar que temos certeza do que estamos falando. Que estávamos certo. Mas esse relatório terá sim uma mudança, será mais pessimista. De fato os números são mais alarmantes do que tínhamos em 2007″, afirma Moacyr Araújo, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco e um dos coordenadores do grupo de trabalho 1 do painel brasileiro.
Segundo o climatologista Paulo Artaxo, da USP, os resultados são consistentes com o que o IPCC vai trazer. “Eles dialogam, mas a diferença do nosso é olhar para a nossa realidade, olhar para o nosso território, nossas particularidades e como vamos ficar.”
São Paulo. O relatório traz um alerta especial ao impacto a megacidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Principalmente no que se refere à questão de mobilidade urbana. “As reformas pensadas para o sistema de transporte têm de considerar, além de seu potencial de mitigar (reduzir) as emissões de gases de efeito estufa, as adaptações que ele terá de sofrer para se adequar às mudanças do clima das cidades”, afirma a pesquisadora Andrea Santos, secretária-executiva do PBMC e autora principal do capítulo sobre transportes.
Apesar de lacunas que o trabalho ainda não conseguiu fechar, como os custos que as mudanças climáticas podem trazer para o setor, ele já aponta para os riscos. “Toda infraestrutura de pavimentação, estrutura de ferrovias, de metrôs, não foi pensada, por exemplo, para um aumento de temperaturas ou de chuvas mais intensas. Nem as avenidas beira-mar levam em conta o aumento do nível do mar, das erosões costeiras.”
Para ela, mudanças estratégicas que reduzam o número de veículos na rua, como vem defendendo o prefeito Fernando Haddad, têm de por outro lado valorizar alternativas menos emissoras, como o transporte público sobre trilhos. E isso tem de casar com ações mais amplas, como também reduzir o transporte rodoviário de cargas. “São ações que podem ser sinérgicas, promovendo mitigação, adaptação e ainda melhoria da mobilidade urbana. “O Rio de Janeiro e outras cidades costeiras, por exemplo, têm de pensar em investir no transporte aquaviário, diversificar suas fontes”, diz Andrea.
Para o caso de megacidades os pesquisadores demonstraram preocupação também em relação à supressão da pouca vegetação que resta no etorno. ”As megacidades estão sujeitas às mudanças globais e ao microclima, como as ondas de calor. Mas elas estão se expandindo sobre os remanescentes de áreas verdes sem pensar nos serviços que elas prestam na regulação do clima”, afirma o pesquisador Paulo Nobre, do Inpe, que está fazendo uma investigação específica sobre essa situação em São Paulo.
Sua preocupação consiste nas modificações em estudo do plano diretor da capital. “Se a cidade continuar crescendo em direção a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, que é o resto de mata que temos, por exemplo, na Cantareira, veremos um agravamento dos extremos climáticos na cidade. Teremos aumento de chuvas intensas, de inundações, das ondas de calor, além da degradação da qualidade do ar”, estima.

domingo, 22 de setembro de 2013

Dia da Árvore

Meio Ambiente – Google comemora o dia da árvore com um doodle e a Prefeitura de Bragança lança Programa de Imunização de Árvores


21 de setembro de 2013
Por 
O google homenageia o dia da árvore com um doodle
O google homenageia o dia da árvore com um doodle

O site de procura Google homenageia o Dia da Árvore com um Doodle. Essa data foi escolhida em razão da chegada da primavera. Mas antes da escolha dessa data, acontecia no país, na última semana de março, a festa Anual das Árvores, instituída pelo presidente Castelo Branco, em 1965.
Mais adiante, a árvore ganhou um dia especial em virtude de sua importância para a vida humana e também com a chegada da primavera, onde ganham nova vida e abrem lindas flores que dão origem a novas árvores.
Em Bragança Paulista o Dia da Árvore será marcado pelo lançamento do Programa de Imunização de Árvores do município, com a imunização de sete árvores. O objetivo do programa é a proteção e preservação das árvores consideradas símbolos de Bragança Paulista, fornecendo, juntamente com o proprietário caso estejam inseridas em áreas particulares, o suporte necessário para que se mantenha em boas condições a saúde destas árvores. Além disso, elas também servirão de matrizes para coleta de sementes e produção de mudas no Viveiro Escola Municipal.
Para seleção das árvores integrantes do programa, foi considerada a representatividade quanto à relevância ambiental da espécie, se ameaçada de extinção ou de grande importância para manutenção da biodiversidade do município; sua localização e importância paisagística; além da boa formação de galhos, troncos e raízes.
Para identificá-las, a Prefeitura elaborará placas contendo nome científico e popular da árvore, além do Decreto Municipal que a protege. O proprietário também receberá um certificado.
O Programa de Imunização de Árvores é uma ação primária dentro do Programa Municipal de Arborização Urbana, que, além de identificar e proteger as árvores de maior porte, idade e relevância ao município, garante melhor qualidade ambiental e climática. As árvores imunes ao corte serão autorizadas para supressão somente mediante avaliação de técnicos da Prefeitura, quando as mesmas oferecerem risco iminente de queda ou risco à vida dos munícipes.
O Programa de Imunização de Árvores será uma ação contínua da Prefeitura. Aqueles com conhecimento de árvores, particulares ou públicas, passíveis de imunização poderá solicitar uma visita técnica para avaliação pelo telefone  4034-6780 ou pelo e-mail meioambiente@braganca.sp.gov.br

Com informações do DIMP BP