quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Limpeza orgânica



Limpeza orgânica


Fundada há cinco anos por um ex-executivo de banco, a TerpenOil, com sede em Jundiaí (SP), cria produtos de higienização fabricados a partir de óleo extraído da casca de laranja por Gilberto de Almeida









Há cinco anos, o empresário José Luiz Majolo, 57 anos, arregaçou as mangas, pesquisou o mercado e descobriu que havia poucas empresas fabricando produtos de higienização ecologicamente corretos. Com 35 anos de trabalho dedicados ao ramo financeiro — os últimos cinco anos como vice-presidente do ABN Amro para a América Latina —, o executivo farejou ali uma oportunidade de negócio. Já desvinculado do banco, montou a TerpenOil, empresa que nasceu a partir de uma ideia de um amigo, o hoje sócio Raul Correa. “Ele estava pesquisando uma maneira de fabricar detergente usando como base o terpeno — substância natural extraída do pínus, ou da casca da laranja, ou do limão.” Como havia pouca informação a respeito das aplicações do terpeno na indústria, Majolo investiu US$ 1 milhão no desenvolvimento da nova tecnologia. Gastou ainda R$ 4,5 milhões para montar a infraestrutura necessária para a fabricação do produto em um galpão de 800 metros quadrados em Jundiaí, cidade do interior de São Paulo. “Inserir os conceitos de sustentabilidade no mundo dos negócios, além de custar caro, ainda é um desafio gigantesco. Obstáculos surgem todos os dias”, diz o empreendedor. 








Focada nas vendas para o mercado corporativo, a TerpenOil já tem um portfólio com cerca de 20 itens, divididos entre produtos de limpeza, automotivos, purificadores de ar e desengraxantes industriais. O faturamento do empreendimento, que emprega atualmente 25 funcionários, foi de R$ 4,5 milhões em 2010 — este ano, a previsão é de que chegue a R$ 12 milhões. A nova aposta do empresário é a criação de produtos orgânicos que ajudem na limpeza de áreas contaminadas por petróleo. “Aqui pensamos em inovação o dia inteiro. O futuro da empresa está no nosso laboratório”, diz Majolo. 












SEM CHEIRO 




O lavador de ar portátil é um dos 20 itens do portfólio da TerpenOil, todos eles produzidos a partir do terpeno. Aplicado no ambiente, o produto elimina odores desagradáveis e microrganismos. Por enquanto, as vendas estão focadas no mercado corporativo. 








TRÊS EM UM 




Os galões guardam a substância que serve de base para a linha de limpeza e higienização da empresa, produzida com elementos naturais biodegradáveis. De acordo com o grau de diluição em água, o produto funciona como desinfetante, higienizador de piso ou limpador de vidro. 


foto: ricardo Correa 








FOCO NA INOVAÇÃO 




Novo produto orgânico, ainda em pesquisa. O objetivo é que possa ser utilizado na limpeza de tanques e plataformas de petróleo e na descontaminação de terras atingidas por desastres ambientais. 








BASE NATURAL 




José Luiz Majolo, fundador da empresa, recebe frasco com terpeno, substância natural extraída do pínus ou da casca de laranja que serve de base para todos os produtos de limpeza desenvolvidos pela TerpenOil. 








LIXO LIMPO 


A linha automotiva desenvolvida pela empresa não contém substâncias ácidas ou corrosivas. Por causa disso, preserva a pintura do carro e intensifica o brilho. O produto é empregado também na higienização de caminhões de lixo.






Distribuição de alimentos é desigual para toda a população do mundo

A cada dia, cerca de um bilhão de pessoas vai dormir com fome no mundo. Há alimento suficiente para todos, mas ele é mal distribuído. Na segunda parte do Cidades e Soluções Especial, André Trigueiro e seus convidados discutem a questão.


http://g1.globo.com/videos/globo-news/cidades-e-solucoes/v/distribuicao-de-alimentos-e-desigual-para-toda-a-populacao-do-mundo/1668709/#/programas/page/1




ONU alerta para efeitos de problemas ambientais sobre os mais pobres


02/11/2011 09h08 - Atualizado em 02/11/2011 09h09


Organização lançou o relatório do IDH de 2011 nesta quarta-feira (2).
Países debaterão desenvolvimento sustentável na Rio+20, no ano que vem.



O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é em grande medida voltado às questões ambientais. O documento se intitula “Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos” e a influência do meio ambiente sobre o desenvolvimento permeia a maioria dos capítulos.
Já na apresentação, Helen Clark, administradora do Pnud, destaca que “o continuado insucesso na redução dos riscos ambientais graves e das crescentes desigualdades sociais ameaça abrandar décadas de progresso sustentado da maioria pobre da população mundial – e até inverter a convergência global do desenvolvimento humano”.
O documento lembra que, em muitos casos, as populações menos favorecidas são as mais afetadas pela deterioração do meio ambiente, ainda que sejam os que menos contribuem para isso. “Por exemplo, os países com um IDH baixo foram os que menos contribuíram para as alterações climáticas globais, mas sofreram a maior perda de precipitação e o maior aumento na sua variabilidade, com repercussões na produção agrícola e nos meios de subsistência”, diz o relatório.
Catador de lixo em Colombo, no Sri Lanka. (Foto: Reuters)Catador de lixo em Colombo, no Sri Lanka. (Foto: Reuters)
O relatório ressalta que uma pessoa num país com um IDH muito elevado é responsável, em média, por mais de quatro vezes as emissões de dióxido de carbono e cerca de duas vezes as emissões de metano e óxido nitroso de uma pessoa num país com IDH baixo, médio ou elevado.
O Pnud aponta que existe uma relação não linear entre o IDH e as emissões de carbono num país. Nações com maiores emissões tendem a ter atividade econômica maior, o que faz seu IDH aumentar, mas não implica que tenham bons indicadores em outras componentes do índice, como saúde e educação.
Mas há outras questões ambientais que podem ser mais claramente relacionadas com o IDH. As privações ambientais vividas pelas famílias, como a poluição do ar e a falta de acesso a água potável e saneamento, por exemplo, são mais graves nas regiões com níveis mais baixos de IDH e diminuem à medida que o índice aumenta.
Usina elétrica movida a carvão perto de Cottbus, na Alemanha. (Foto: Reuters)Usina elétrica movida a carvão perto de Cottbus, na Alemanha. (Foto: Reuters)
O Pnud considera que, de maneira geral, as tendências ambientais ao longo das últimas décadas "demonstram uma deterioração em diversas frentes", com efeitos negativos no desenvolvimento humano, especialmente para as pessoas que dependem diretamente dos recursos naturais para subsistência.
Quase 40% da terra no mundo está degradada devido à erosão, diminuição da fertilidade e excesso de pastoreio. O desmatamento é outro problema grave: “entre 1990 e 2010, a América Latina e Caribe, e a África Subsaariana sofreram as maiores perdas florestais”, aponta o texto. E a desertificação ameaça as terras áridas, onde vive um terço da população mundial.
Os fatores ambientais, estima o Pnud, devem provocar um aumento dos preços dos alimentos em 30% a 50% nas próximas décadas.
“Cerca de 350 milhões de pessoas, muitas delas pobres, vivem em florestas ou nas suas proximidades, dependendo destas para a sua subsistência e rendimento. Tanto o desmatamento como as restrições ao acesso a recursos naturais podem prejudicar os mais pobres”, alerta a ONU, que afirma ainda que cerca de 45 milhões de pessoas - pelo menos 6 milhões das quais mulheres -, dependem da pesca como modo de vida e estão ameaçadas pela sobrepesca e pelas mudanças no clima.
Rio+20
O relatório lançado nesta quarta lembra que no próximo ano as atenções do mundo estarão voltadas para a América Latina, que sedia a Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável que fará um balanço dos avanços conseguidos desde a Eco 92 e tentará colocar novas metas para o futuro.
O Pnud destaca a redução do desmatamento na região, que teria se iniciado com as ações de combate à devastação na Amazônia brasileira, a partir de 2005. Ainda assim, há muitas áreas florestais ameaçadas no continente.
Outras ameaças para a América Latina no campo ambiental são o aumento do nível do mar, que poderia inundar áreas costeiras em 31 países da região, e a queda nos estoques de pescado.
Um ponto a favor da América Latina citado no documento é o alto índice de consciência em relação aos riscos das mudanças climáticas. Pesquisas consultadas pela organização indicam que 95% dos latino-americanos acreditam que o aquecimento global é uma ameaça grave, enquanto a média mundial é de 68%.
O Pnud ainda elogia os programas de distribuição de renda como o Bolsa Família, no Brasil, e o Oportunidades, do México, que chegam a cerca de um quinto de suas populações custando 0,4% de seus produtos internos brutos.

Game que desafia jogador a proteger o meio ambiente


15/08/2011 14h35 - Atualizado em 15/08/2011 19h32

Rede Globo lança game que desafia jogador a proteger o meio ambiente

Objetivo é impedir o avanço da devastação sobre os biomas brasileiros.
'Missão Bioma' é primeiro jogo com conteúdo jornalístico da casa.


Do Globo Natureza, em São Paulo
Missão Bioma 1 (Foto: Reprodução)
Rede Globo lança, nesta segunda-feira (15), um novo jogo na internet - o Missão Bioma. No game, o jogador tem o desafio de ajudar a proteger os seis biomas brasileiros - Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas - de ameaças como tratores com motosserras e bichos contaminados por poluição.  Ele faz isso gerenciando recursos e posicionando estrategicamente os seus personagens num tabuleiro virtual.
O jogo combina raciocínio e estratégia com ação e rapidez. Cada personagem colocado no tabuleiro do jogo impede de maneira diferente o avanço dos agentes da devastação.
Missão Bioma 2 (Foto: Reprodução)Jogador terá de ajudar a proteger os seis
biomas brasileiros. (Foto: Reprodução)
Online e gratuito, Missão Bioma é o primeironewsgame - jogo com conteúdo jornalístico - da Rede Globo.
Para melhorar seu desempenho, o participante tem de ler ou assistir notícias da Rede Globo sobre meio ambiente e responder perguntas sobre elas. Também pode compartilhar conteúdo noticioso sobre questões ambientais com seus amigos.
A proposta é que o jogo seja uma forma diferente e divertida de se manter atualizado sobre o que acontece no campo ambiental no Brasil.
Missão Bioma foi desenvolvido dentro do Projeto Globo Natureza, que inclui reportagens especiais nos telejornais da emissora, programetes exibidos nos intervalos da programação, além da editoria Natureza do portal G1, com notícias de meio ambiente atualizadas em tempo real.
Para jogar, basta acessar missaobioma.g1.globo.com.
Missão Bioma 3 (Foto: Reprodução)O principal desafio do game é impedir o avanço da destruição nos biomas brasileiros. Acima, a caatinga. (Foto: Reprodução)

Comunidades africanas reaproveitam neblina contra água de escassez


01/11/2011 21h06 - Atualizado em 01/11/2011 21h06

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/11/comunidades-africanas-reaproveitam-agua-de-neblina-contra-escassez.html


Método utilizado nos Andes e no Himalaia contribui no abastecimento.
Em dia com neblina é possível recolher até 2.500 litros de água.


Comunidades da África do Sul que sofrem com a escassez de água estão utilizando uma técnica inovadora pra obter água potável para o consumo: aproveitam a neblina para extrair litros de água.
Em paisagens montanhosas e com clima úmido, como na cidade Tshiavha, a água da neblina é coletada por um sistema usado nos Andes e no Himalaia. Uma malha é esticada e canos são colocados logo abaixo para que as gotas caiam em um reservatório.
Na cidade sul-africana, as redes foram montadas em escolas e levam um pouco de alívio à região. Com a previsão dos especialistas de que a África Austral ficará mais seca e mais quente nas próximas quatro décadas, estratégias como esta têm atraído novos olhares, enquanto a África do Sul se prepara para sediar a próxima rodada de negociações climáticas da ONU, no final do mês.
Sistema de captação de água da neblina implantado na cidade de Tshiavha, na África do Sul: solução para a seca (Foto: Alexander Joe/AFP)Sistema de captação de água da neblina implantado na cidade de Tshiavha, na África do Sul: solução para a seca (Foto: Alexander Joe/AFP)
Sacia a sede
Montadas em 2007, com a ajuda de uma universidade local, as redes coletoras de neblina garantem até 2.500 litros de água em um dia bom. "A água é limpa e segura, e não contém produtos químicos", afirmou Lutanyani Malumedzha, diretor da escola fundamental de Tshiavha.

Segundo Malumedzha, o acesso à água limpa melhorou significativamente a saúde das crianças da escola e reduziu o surto de doenças hídricas. "As crianças costumavam levar suas próprias garrafas d'água para a escola, durante os meses secos e quentes. A água, retirada de poços lamacentos, era inadequada ao consumo humano", disse Malumedzha.
Em algumas áreas, comunidades compartilham a água potável com o gado. Embora a qualidade deste líquido na África do Sul seja considerada uma das melhores do mundo, comunidades rurais estão muito atrasadas quando se trata de água corrente. "Aprendemos a valorizar a água e a tratá-la como uma commodity preciosa", explicou Malumedza.
"Nenhuma gota é desperdiçada. Parte dela vai para lá", acrescentou, apontando para uma horta que abastece a escola com alimentos. "Uma alternativa com boa relação custo-benefício" -- Malumedza explicou que o requer dispensa equipamentos eletrônicos e requer pouca manutenção.
Alternativa à seca
Como se trata de um país relativamente seco, a água é escassa na África do Sul e áreas remotas sem infraestrutura são as mais afetadas pelas mudanças no padrão climático.

"Esta é uma alternativa com boa relação custo-benefício, que pode ser explorada de forma eficiente, em vista dos desafios hídricos que o país enfrenta", explicou Liesl Dyson, pesquisadora da Universidade de Pretória.
A província de Limpopo, ao norte, na fronteira com Botsuana, Zimbábue e Moçambique, onde fica o famoso Parque Nacional Kruger, é uma das regiões mais quentes do país. Mas este é um dos poucos lugares do país com um clima propício para a coleta de neblina. "A neblina apenas não é suficiente, também é necessário vento para soprá-la", explicou Dyson.
"Não ajuda muito se a neblina apenas se concentrar nas montanhas, sem se mover", acrescentou. Segundo ela, o sistema foi usado em algumas áreas na costa oeste e no Transkei, província do leste do Cabo.
De acordo com o Conselho para a Pesquisa Industrial e Científica, a África do Sul tem um índice pluviométrico anual de 490 milímetros, a metade da média mundial. Mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, espera-se que a África do Sul enfrente escassez hídrica em 2025 e há planos de construir uma nova represa em Lesoto para levar mais água ao país.
*Com informações da France Presse

Poluição ambiental, o hábito de fumar e o consumo de bebidas alcoólicas = Câncer de laringe


01/11/2011 - 17h39

Câncer de laringe atinge cerca de 9.000 brasileiros por ano



DA AGÊNCIA BRASIL

O câncer de laringe --diagnosticado no sábado (29) no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- atinge entre 8.000 e 10 mil pessoas por ano no Brasil. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e do pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos identificados nessa área.
De acordo com o médico José Guilherme Vartanian, cirurgião de cabeça e de pescoço do Hospital A. C. Camargo, a incidência de câncer de laringe na cidade de São Paulo é uma das mais altas no mundo.
"O Inca estima em cerca de 8.000 a 10 mil casos de laringe por ano no Brasil", diz Vartanian. "Esse número, dentro do universo geral de câncer, não é muito alto. No mundo, há uma incidência média de cinco casos de câncer de laringe para cada 100 mil homens. Em São Paulo, chega até 15 casos para cada 100 mil homens. Uma média muito acima da mundial." Segundo ele, isso se deve à poluição ambiental, um dos fatores que podem levar a esse tipo de câncer.
A laringe é um órgão responsável pela produção da voz e pela proteção das vias respiratórias. Por isso, segundo o médico, um tumor nesse órgão pode afetar tanto a voz, como parece ter sido o caso do ex-presidente Lula, quanto a deglutição e a respiração de uma pessoa. "Um tumor na região das cordas vocais vai causar algum grau de disfonia, que chamamos de rouquidão. Rouquidões persistentes e progressivas são sinais de alerta para esse tipo de doença. Além de rouquidão, a pessoa pode ter dificuldades para engolir."
Entre os fatores que podem levar ao câncer de laringe estão, além da poluição ambiental, o hábito de fumar e o consumo de bebidas alcoólicas. "Todo mundo conhece casos de pessoas que fumaram a vida toda e não tiveram câncer. Obviamente não é só o fator externo. Deve haver alguma pré-disposição ou suscetibilidade genética para ter a doença."
Para evitar esse tipo de câncer, Vartanian destacou que é importante não fumar, evitar o consumo de bebidas destiladas e manter uma dieta balanceada com a ingestão de verduras e frutas frescas.
Já o tratamento do câncer de laringe depende, de acordo com o médico, do estágio em que a doença tenha sido diagnosticada. "Em fases mais iniciais da doença, é possível fazer apenas cirurgia ou apenas a radioterapia, de forma isolada. Quando ela está em fase mais ou menos intermediária se combinam tratamentos. Pode-se fazer cirurgias ou associar quimioterapia e radioterapia, que parece que é o que vai ser feito no caso dele [Lula]."

TUMOR
A equipe médica do ex-presidente afirmou ontem que o resultado da biópsia mostrou que o tumor na laringe tem "nível de agressividade médio", ou seja, está numa fase intermediária.
Segundo os médicos, o tumor foi detectado cedo. Os médicos afirmaram ainda que os primeiros resultados do tratamento poderão ser notados em cerca de 40 dias, com dois ciclos de quimioterapia.
O tumor na laringe tem cerca de 3 cm, de acordo com os médicos.
Umas das causas importantes para o câncer na laringe é o fumo. Lula é ex-fumante e tinha o hábito de fumar cigarrilhas. Mas também existem causas virais.
Editoria de Arte/Folhapress
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As ameaças ambientais podem comprometer avanços no desenvolvimento humano nos próximos anos

02/11/2011 - 10h30
DA AGÊNCIA BRASIL
As ameaças ambientais podem comprometer avanços no desenvolvimento humano nos próximos anos, e os principais prejudicados serão os países mais pobres do mundo. O alerta é do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que divulgou nesta quarta-feira (2) o relatório Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos.
De acordo com o Pnud, os avanços em saúde e renda, que, junto com educação, compõem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), poderão ser ameaçados pelas consequências das mudanças climáticas e da destruição ambiental. "Os resultados alcançados nas últimas décadas poderão ser revertidos se não levarmos em conta o desenvolvimento sustentável, compreender que a desigualdade afeta a degradação ambiental e vice-versa", apontou o pesquisador do Relatório de Desenvolvimento 2011, Alan Fuchs.

Pelas projeções do Pnud, se o ritmo de evolução do IDH dos últimos 40 anos for mantido, em 2050 a grande maioria dos países terá índices considerados muito elevados. No entanto, essa trajetória pode ser comprometida pelos riscos ambientais, que foram divididos pelo Pnud em dois cenários: desafio e desastre ambiental.
Até 2050, sem os novos desafios ambientais, o IDH global seria 19% maior que o atual, com melhora principalmente nos índices de países em desenvolvimento. No cenário de desafio ambiental, que considera a poluição do ar e da água e os impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura, o IDH global em 2050 seria 8% menor do que no cenário-base. Na hipótese de desastre ambiental, o IDH global seria 15% menor que o projetado para 2050 no cenário básico.
"Sob um cenário de desastre ambiental, a maior parte dos ganhos do início do século será perdida até 2050, com os sistemas biofísicos e humanos sujeitos à pressão do uso excessivo de combustíveis fósseis, da queda dos lençóis freáticos, da desflorestação e degradação da terra, dos declínios dramáticos da biodiversidade, da maior frequência de eventos climáticos extremos", lista o relatório.
Os impactos serão maiores nos países do Sul da Ásia e da África Subsaariana, mais vulneráveis, por exemplo, aos impactos das mudanças climáticas, tais como a alteração na ocorrência de chuvas e elevação do nível do mar.
O Pnud sugere mudanças significativas na implementação de políticas públicas e investimentos em sustentabilidade para reverter a situação. "É preciso haver uma mudança macro. Um ambiente limpo e seguro deve ser um direito e não um privilégio", avaliou Fuchs.
Entre as medidas, os autores do relatório defendem a criação de um imposto verde, para taxar as grandes transações financeiras internacionais e financiar o enfrentamento das mudanças climáticas e da pobreza extrema. Segundo cálculos do Pnud, uma taxa de 0,005% sobre as negociações cambiais poderia gerar anualmente US$ 40 bilhões para essas causas.
02/11/2011 - 09h00

Brasil fica em 84ª em ranking de desenvolvimento humano


LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

O Brasil ocupa a 84ª posição no ranking do IDH 2011 (Índice de Desenvolvimento Humano), em uma lista que traz 187 países. O Brasil avançou uma posição em relação ao ano passado e tem desenvolvimento humano considerado alto, segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O IDH considera basicamente três aspectos: saúde, educação e renda. Para o Brasil, foram levados em conta os seguintes dados: 7,2 anos médios de estudo, 13,8 anos esperados de escolaridade, além de expectativa de vida de 73,5 anos. Em relação ao rendimento, foi registrada uma Renda Nacional Bruta per capita de US$ 10.162 (ajustados pelo poder de compra).
O IDH varia de 0 a 1 --quanto mais próximo a 1, melhor a posição do país no índice. Considerando a evolução do Brasil ao longo do tempo, o valor passou de 0,549 (em 1980) para 0,665 (em 2000), chegando neste ano ao patamar de 0,718.
Tuca Vieira/Folhapress
Vista de favela junto a avenida Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo, com prédios da avenida Berrini ao fundo; desigualdade social no Brasil influencia índice da ONU
Vista de favela junto a avenida Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo, com prédios da avenida Berrini ao fundo; desigualdade social no Brasil influencia índice da ONU
Embora se enquadre na categoria de país com desenvolvimento humano elevado, o Brasil fica atrás de dez países da América Latina. Na região, apenas Chile e Argentina têm desenvolvimento humano considerado muito elevado.
TOPO DO RANKING
No ranking deste ano, a Noruega voltou a ocupar a 1ª posição da lista, seguida por Austrália e Holanda. Os Estados Unidos ficaram em 4º lugar. Todos esses países têm desenvolvimento humano considerado muito elevado, de acordo com o relatório apresentado pelo Pnud.
Na Noruega, por exemplo, a média de escolaridade é de 12,6 anos, enquanto no Brasil essa taxa fica em 7,2 anos.
Todos os dez últimos colocados no ranking estão na África. A República Democrática do Congo ocupa a última posição (187ª), com o menor índice de desenvolvimento humano, seguida por Niger e Burundi.
Nos últimos anos, cerca de 3 milhões de pessoas morreram vítimas da guerra na República Democrática do Congo, onde a esperança de vida ao nascer é de apenas 48,4 anos, segundo o relatório do Pnud.
AJUSTE
Desde o ano passado, o Pnud divulga também o IDH-D (o IDH ajustado à desigualdade). Esse índice contabiliza a desigualdade na distribuição de renda, educação e saúde. Alguns países têm pontos "descontados", como é o caso do Brasil. O IDH do Brasil neste ano é 0,718, enquanto o índice ajustado à desigualdade fica em 0,519.
Outro índice divulgado pelo relatório é o IDG (Índice de Desigualdade de Gênero), que se baseia em três pilares (saúde reprodutiva, autonomia e atividade econômica). No cálculo, são considerados dados como a mortalidade materna e a taxa de participação no mercado de trabalho.
Numa lista de 146 países, o Brasil ficou com a 80ª posição do IDG. Um dos aspectos que pesou foi o fato de o Brasil, segundo o relatório, ter apenas 9,6% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres.
Arte
Mapa do desenvolvimento humano; veja lista completa de países
Mapa do desenvolvimento humano; cloque para ver a lista completa de países