sábado, 6 de agosto de 2016

Roda de Conversa com os candidatos a Prefeito de São Paulo no dia 31/08/2016 18:30h na USP LESTE



Sustentabilidade não pode prescindir dos valores humanos

Sustentabilidade não pode prescindir dos valores humanos

Sustentabilidade não pode prescindir dos valores humanos
"Para mim, tudo se resume a criar um mundo mais justo," diz a professora Christina Hicks. [Imagem: Nick Graham]
Sustentabilidade humana
De inundações e quebras de safra à qualidade do ar e à poluição da água, os governos de todo o mundo estão enfrentando o desafio de construir um futuro sustentável para as pessoas e para a natureza.
Contudo, os esforços globais para proteger o planeta irão falhar se não levarmos em conta conceitos como igualdade e bem-estar.
O alerta está em um estudo realizado por uma equipe multidisciplinar e multi-institucional, liderada por Christina Hicks, da Universidade Lancaster, no Reino Unido, e publicado pela revista Science.
"Nossa busca para alcançar um ambiente saudável e sustentável depende profundamente de compreendermos como o bem-estar humano está ligado ao meio ambiente e é impactado pela forma como o administramos," explica o professor Phil Levin, da NOAA dos EUA (National Oceanic and Atmospheric Administration).
Conceitos sociais essenciais
O principal argumento da equipe é que, se quisermos fazer mudanças justas e duradouras para o meio ambiente, precisamos nos engajar de forma concreta, com a ciência sim, mas também com conceitos sociais essenciais.
Os autores identificam sete conceitos sociais-chave, que são muitas vezes marginalizados nos esforços para atingir as metas de sustentabilidade:
  1. Bem-estar
  2. Cultura
  3. Valores
  4. Desigualdade
  5. Justiça
  6. Poder
  7. Um sentido de autodeterminação
Eles sugerem que, embora estes conceitos sejam mais difíceis de quantificar do que o PIB ou as emissões de carbono, eles podem ser medidos e métodos já estão sendo desenvolvidos por pesquisadores e formuladores de políticas para quantificar alguns deles, incluindo o bem-estar, a autodeterminação, os valores e a desigualdade.
Proteção ambiental compatível com o ser humano
Sem essa perspectiva do social, corremos o risco de ir por uma estrada que protege o planeta, mas é incompatível com o bem-estar humano.
"O bem-estar humano é dependente de ecossistemas saudáveis, mas a busca do bem-estar no curto prazo pode afetar negativamente os mesmos ecossistemas.
"Para mim, tudo se resume a criar um mundo mais justo - nós podemos agir para proteger o nosso ambiente, mas, por vezes, essas ações podem aumentar a desigualdade, e então a abordagem não vai ser sustentável a longo prazo.
"Por exemplo, criamos parques marinhos e parques terrestres para proteger a natureza e a biodiversidade e com toda a razão. Mas, ao fazer isso, frequentemente temos tirado os meios de subsistência das pessoas, retirando as pessoas de sua própria terra. As pessoas têm sofrido. Uma sustentabilidade duradoura dependerá de soluções legítimas e justas," defende a professora Christina Hicks.
Cientistas sociais
Como meio de ação, o artigo destaca a importância de incorporar cientistas sociais para que eles trabalhem ao lado dos cientistas ambientais e dos decisores políticos.
"A ciência social é fundamental para decifrar como as pessoas interagem com seu ambiente, mas muitas vezes as complexidades dessa relação e as linguagens nas quais ela é expressa podem se tornar uma barreira à forma como ela é usada por outras ciências e pela política," ressaltou Sarah Coulthard, coautora do estudo.

Bibliografia:

Engage key social concepts for sustainability
Christina C. Hicks, Arielle Levine, Arun Agrawal, Xavier Basurto, Sara J. Breslow, Courtney Carothers, Susan Charnley, Sarah Coulthard, Nives Dolsak, Jamie Donatuto, Carlos Garcia-Quijano, Michael B. Mascia, Karma Norman, Melissa R. Poe, Terre Satterfield, Kevin St. Martin, Phillip S. Levin
Science
Vol.: 352, Issue 6281, pp. 38-40
DOI: 10.1126/science.aad4977

Enterro ecológico: cremação e enterro ficam ambientalmente corretos



Enterro ecológico: cremação e enterro ficam ambientalmente corretos



Enterro ecológico: cremação e enterro ficam ambientalmente corretos
Eternamente verdeNULL pessoas que se preocupam com o meio ambiente durante a vida brevemente poderão continuar sendo "verdes" também depois da morte.[Imagem: ExplicitImplicity/Wikimedia]
Eternamente verde

Engenheiros europeus desenvolveram dois métodos inusitados de eliminação do corpo: o primeiro é um método de cremação de baixa temperatura, e o segundo é um método mais ecológico do que o tradicional enterro, transformando rapidamente o corpo em uma espécie de adubo.As pessoas que se preocupam com o meio ambiente durante a vida brevemente poderão continuar sendo "verdes" também depois da morte.
As duas técnicas foram publicadas nesta semana na revista daAmerican Chemical Society, dos Estados Unidos.
Preocupações fúnebres
A editora da revista, Sarah Everts, comenta o artigo, afirmando que as pessoas ambientalmente conscientes têm várias preocupações sobre a cremação e as práticas do enterro.
A alta temperatura da cremação queima muito combustível e emite dióxido de carbono na atmosfera, o principal gás de efeito estufa. A cremação também libera no ar o mercúrio das obturações dentárias do finado.
Outros, prossegue Everts, temem que o formaldeído e outras substâncias tóxicas que as funerárias usam para preparar os corpos para o enterro possam "acabar contaminando o ambiente ao redor dos cemitérios" (sic).
Cremação de baixa temperatura
As novas técnicas já estão sendo lançadas empresarialmente na Europa e nos Estados Unidos.
A cremação de baixa temperatura substitui a queima do combustível e o calor por uma substância alcalina altamente corrosiva, que literalmente dilui o corpo.
Como a temperatura utilizada neste novo processo é 80 por cento menor do que a temperatura da cremação padrão, o processo usa menos energia e produz menos emissões de dióxido de carbono.
Compostagem póstuma
O outro método, que substitui o enterro tradicional, faz uma espécie de compostagem do cadáver. O processo começa com o congelamento do corpo em nitrogênio líquido, quebrando-o em pedaços menores.
A seguir, os restos são secos por um processo chamado liofilização, por meio do qual a água congelada sublima-se, passando diretamente da fase sólida para gasosa.

Finalmente, o que sobrou é colocado dentro de um caixão biodegradável para o enterro, e o ambientalista liofilizado pode descansar duplamente em paz - consigo e com o meio ambiente.