quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A cidade de São Paulo ainda não tem...

19/08/2014 16h15 - Atualizado em 19/08/2014 16h15

Audiência pública debate código do meio ambiente em Botucatu

Encontro será nesta terça-feira na Câmara de Vereadores.
População poderá participar com sugestões e críticas.

Do G1 Bauru e Marília
Uma audiência pública vai debater o código municipal do meio ambiente nesta terça-feira (19), às 18h30, na Câmara de Vereadores de Botucatu (SP). O evento é aberto ao público, que pode participar com sugestões e críticas.
O conteúdo do código tem temas com objetivo de disciplinar ações para o poder público, iniciativa privada e população em geral, para que o meio ambiente seja preservado e recuperado.
Entre os principais pontos estão:
- Dar poder de fiscalização à Guarda Municipal e agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para multar infratores ambientais;

- Realização de auditoria ambiental no funcionamento de atividades ou desenvolvimento de obras, causadores de impacto ambiental;

- Licenciar as atividades geradoras de impacto ambiental desde que delegadas pelo estado;

- Criação de rede municipal de informações e cadastros ambientais sobre a coleta e
sistematização de dados e informações de interesse ambiental;

- Concessão do selo verde a atividades e produtos ecologicamente corretos e criação da Junta Ambiental de Recursos para a população recorrer das decisões de multas ambientais.

A Câmara de Botucatu fica na praça Comendador Emílio Peduti, a praça do Bosque, nº 112, no centro. Mais informações pelo telefone: (14) 3882-0636.

Pesquisa sobre sustentabilidade da cana quebra paradigmas

Pesquisa sobre sustentabilidade da cana quebra paradigmas

“Dependendo do tipo de manejo, a introdução da cana em áreas de pastagem pode compensar ou até mesmo aumentar o estoque de carbono inicial do solo”
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luke@lukefoto.com.br
Apesar do etanol de cana, ser uma fonte de energia muito defendida por ser ecologicamente correta, alguns pesquisadores, sobretudo da Europa e dos Estados Unidos, questionam a viabilidade ecológica do etanol brasileiro. Eles alegam que não é um combustível renovável tão limpo quanto o se propagava, por causa da perda de carbono do solo devido ao cultivo da cana. Porém a sua sustentabilidade já foi comprovada por um grupo de pesquisadores brasileiros, estadunidenses e franceses. O resultado da tese de Francisco Mello (doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo), foi elaborado em cooperação com mais sete pesquisadores, entre eles, o professor do Câmpus Murici do Instituto Federal de Alagoas – Ifal, Stoécio Maia, doutor em Solos e Nutrição de Plantas e Carlos Cerri, pesquisador do Cena. O artigo foi publicado recentemente na revista Nature Climate Change, uma das mais respeitadas da área.

Segundo o trabalho, a perda de carbono do solo que ocorre em consequência do plantio da cana pode ser recuperada em até três anos. Carlos Cerri, coordenador do projeto, afirma que o balanço de carbono do solo de áreas de pastagem convertidas para o cultivo da cana-de-açúcar não é tão negativo quanto se estimava. “Com o passar dos anos, o solo de uma área de pastagem tem um estoque de carbono cujo volume não varia muito. Mas o preparo desse tipo de solo para cultivo de cana, faz com que parte do carbono estocado seja emitida para a atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2).Entretanto, dependendo do tipo de manejo, a introdução da cana em áreas de pastagem pode compensar ou até mesmo aumentar o estoque de carbono inicial do solo quando a matéria orgânica e os resíduos da planta penetram na terra”, lembra.
O etanol da cana acaba compensando, com o passar dos anos, as emissões de CO2 ocorridas na conversão de áreas de pastagem em plantações canavieiras. “Isso porque o biocombustível contribui para a redução da queima de combustível fóssil”, avalia Cerri.
Em tempos de procura, tanto por gestores públicos, empresários e sociedade, por fontes de energia sustentáveis, os dados apresentados trazem grandes perspectivas para o Brasil. “Essa comprovação é importante pois em mais uma área, cientificamente, o etanol de cana produzido no país se mostrou ser uma fonte limpa. Consequentemente, isso pode representar uma vantagem comercial para quem produz”, analisa o professor Stoécio Maia.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/Usp) em conjunto com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/Usp). O trabalho contou ainda com pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), do Institut de Recherche pour le Développement, na França, e da Harvard University, da Colorado State University e do Shell Technology Centre Houston, nos Estados Unidos.

Humanidade entra no 'cheque especial' com a natureza

São José do Rio Preto, 19 de Agosto, 2014 - 15:49
Humanidade entra no 'cheque especial' com a natureza

Fábio de Castro - AE
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Meio+Ambiente/202904,,Humanidade+entra+no+cheque+especial+com+a+natureza.aspx

Divulgação
Especialistas criticam investimento em fontes de energia antigas em vez de privilegiar matrizes limpas como a energia eólica e solar


Nesta terça-feira, 19, a humanidade entrou no "cheque especial" com a natureza. Em menos de oito meses, o planeta esgotou todos os recursos naturais disponíveis para o ano, de acordo com um estudo feito pela ONG Global Footprint Network (GFN) e divulgada em parceria com a WWF. 

A data do "Dia da Sobrecarga da Terra" é calculada anualmente desde 2000 e, a cada ano, o déficit ecológico chega mais cedo. Em 2000, a humanidade "entrou no vermelho" no dia 1º de outubro. A estimativa é feita a partir de cruzamento de dados sobre a demanda de consumo de recursos naturais dos países e sua capacidade de gerar serviços ambientais. 

De acordo com a secretária-geral da WWF Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, a questão do uso dos recursos naturais acima da capacidade da Terra se tornou um dos principais desafios do século 21. "Entramos no cheque especial da natureza. A partir de hoje, pelo resto do ano, vamos manter o nosso déficit ecológico, reduzindo nossas reservas e aumentando as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera", disse ela. 

Desmatamento, escassez de água doce, erosão do solo, perda de biodiversidade e o aumento de CO² na atmosfera são os principais fatores que fazem crescer a dívida ecológica, de acordo com ela. "O planeta tem limites e é preciso levá-los em conta, mas não é isso que os governos estão fazendo" afirmou Brito. "Em um país eminentemente tropical, com uma insolação intensa, continuamos investindo em fontes de energia do século passado e retrasado - como o petróleo do pré-sal - em vez de privilegiar matrizes limpas como a energia eólica e solar", declarou. 

Segundo o estudo, 85% da população mundial vive hoje em países cuja demanda de consumo é maior que os recursos naturais que os seus ecossistemas podem renovar. Os cálculos indicam que seriam necessários 1,5 planeta para produzir os recursos ecológicos capazes de suportar a atual pegada ecológica mundial. 

O Brasil está bem próximo à média mundial: o modelo brasileiro consumiria recursos ecológicos equivalentes a 1,6 planeta. "Ainda assim, esse ritmo nos levaria a um consumo acima de 50% da capacidade planetária", disse Brito. 
O fato do planeta gastar seu capital natural mais rápido do que ele pode ser reposto é análogo a uma pessoa ter gastos que excedem sistematicamente sua renda. 

"Em termos planetários, o custo dessa conta no vermelho fica mais evidente a cada dia. A humanidade simplesmente está usando mais recursos do que dispõe. O orçamento não fecha", diz Brito. 

Para fazer o cálculo, a GFN utilizou a metodologia da "pegada ecológica", que correlaciona a demanda humana por recursos naturais e a capacidade regenerativa do planeta. A pegada ecológica de uma nação (ou de uma cidade, ou pessoa) corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que ela consome. 

Esse consumo é então comparado com a "biocapacidade", ou capacidade ecológica do planeta: a eficiência dos ecossistemas para produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. Tanto a pegada ecológica como a biocapacidade têm seus resultados expressos em hectares globais (gha), uma unidade de área de biologicamente produtiva padronizada a partir da média mundial de bioprodutividade.



Fonte: Estadao Conteudo