domingo, 13 de julho de 2014

Carro: o novo cigarro?

Carro: o novo cigarro?
Publicação: 10 de Julho de 2014 às 00:00 | Comentários: 1
http://tribunadonorte.com.br/noticia/carro-o-novo-cigarro/287318
A+A-
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN

Tem carro demais em trânsito nas ruas das cidades brasileiras.  Somente no Brasil? Não, as urbes do mundo estão no sufoco, o ar é sujo ao extremo, o caos é quase uma constante e a qualidade de vida pede socorro.  Porém, tudo leva a crer que em nosso país o problema se agrava, pois a estratégia do governo para incentivar a economia inclui a redução de impostos para  veículos novos, além de crédito amplo para os prováveis compradores. Isso atende o legítimo sonho de consumo de muitos patrícios, qual seja o de possuir o carro próprio. Por outro lado, essa política, a longo prazo, faz agravar o problema do excesso de automotores a se moverem nas vias públicas urbanas. Agora, uma notícia chega para preocupar o governo, bem assim as hostes empresariais: em maio, a produção de veículos caiu 20% em relação ao mesmo mês do ano passado.  Mas essa notícia compraz os que se preocupam com a pletora de novas máquinas a queimarem combustíveis, a fazerem o que já é ruim se tornar pior, a transformarem as ruas nos locais de castigo dos que precisam se mover de um lugar para outro dentro das cidades. E o que fazer então?

Há algumas experiências no mundo – e aqui no Brasil também – que precisam ser mais conhecidas e adotadas, por conta dos êxitos obtidos.  O arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, fez o óbvio, ou seja, priorizou o transporte coletivo, no afã de reduzir o uso individual do carro.  Entre outras medidas, ele deu ênfase aos corredores de ônibus, em um projeto que ensejou conforto e pontualidade aos usuários.  O modelo da capital do Paraná foi levado para várias cidades do exterior, mas muito poucos seguidores surgiram no próprio país. Li uma ótima matéria, no caderno Ilustríssima da Folha de S. Paulo, edição 29/06/2014, sob o título “O declínio de uma paixão – Poderá  o carro tornar-se o novo cigarro?”, assinada pelo jornalista Raul Juste Lores. O autor diz que Lerner chamou o carro de “cigarro do futuro: você poderá continuar a usar, mas as pessoas se irritarão com isso”. Sobre o tema, o escritor, conferencista, empresário e futurista, o australiano Ross Dawson, assim se expressa: “Um dia as pessoas vão olhar para trás e se perguntar como era aceitável poluir tanto, da mesma forma como hoje pensamos sobre o tempo em que cigarro era aceito em restaurantes, aviões e lugares fechados”.

Os Estados Unidos estão na vanguarda com vistas a um futuro com menos automotores. Há uma palavra na língua inglesa – “gadget” –, para identificar qualquer pequeno equipamento ou ferramenta, tais quais os tablets e smartphones.  Pois bem, para o jornalista Greg Lindsay, professor da Universidade de Nova York, alguns “gadgets” são capazes de gerar entusiasmo muito maior no público americano do que o suscitado por um novo modelo de carro qualquer. De fato, o eixo da economia dos Estados Unidos se deslocou, haja vista a emblemática falência da cidade de Detroit, berço do esplendor da indústria do carro, que passou de 2 milhões de habitantes nos anos 1970, para 700 mil nos dias atuais. Em Nova York, 60% das viagens são agora em transporte público. O número de jovens que não dirigem no país dobrou entre 1983 e 2013.

A reação ao uso massivo do carro particular, cidades cortadas por seguras ciclovias, passeios e calçadas que permitem andar a pé, praças e parques no lugar das grandes áreas de estacionamento, o bom transporte público a roubar a cena, já começam a virar realidade, o que faz antever um futuro mais feliz para quantos residam em muitos núcleos urbanos ao redor do mundo.

COPA MAIS POLUENTE DA HISTÓRIA FOI TAMBÉM A MAIS SUSTENTÁVEL????

COPA MAIS POLUENTE DA HISTÓRIA FOI TAMBÉM A MAIS SUSTENTÁVEL

Para ministra do Meio Ambiente, evento abriu um precedente na gestão ambiental


Publicado em 10/07/2014 às 18:06 na categoria Sustentabilidade por Rosangela Sousa



A Copa do Mundo 2014, a mais poluente da história de acordo com estatísticas da Fifa, foi também a mais sustentável, e abriu "um precedente na gestão ambiental dos grandes eventos esportivos", disse nesta quinta-feira a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A titular, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, classificou como um sucesso os planos do governo brasileiro para reduzir o impacto ambiental do campeonato de futebol e destacou que os ministérios do Meio Ambiente, Esportes, Turismo e Desenvolvimento Agrário trabalharam juntos para definir as medidas de mitigação.

Segundo a ministra, o governo estabeleceu várias linhas de ação para garantir a sustentabilidade ambiental do Mundial, como a construção de estádios com tecnologias ecológicas certificadas.

De acordo com Teixeira, uma das linhas de ação mais destacadas foi a inauguração em São Paulo da primeira fábrica de separação de resíduos sólidos da América Latina.

"Em matéria ambiental, a Copa é um tremendo legado", disse a ministra.

A funcionária assegurou que o Castelão de Fortaleza, no nordeste do Brasil e uma das 12 sedes da competição, foi o primeiro do mundo a obter o certificado LEDE de projeto sustentável.

A certidão também foi outorgada aos estádios Fonte Nova (Salvador), Arena Pernambuco (Recife), Maracanã (Rio de Janeiro), Mineirão (Belo Horizonte) e Arena da Amazônia (Manaus).

Isso porque os estádios construídos ou modernizados para a Copa adotaram tecnologias para aproveitar a água de chuva, a luz solar, fontes renováveis de energia e iluminação de baixo consumo energético, entre outras.

Ao ser perguntada sobre os planos para reduzir as emissões poluentes enquanto aumenta o consumo devido à redução da pobreza, a ministra respondeu que "não existe qualidade de vida sem qualidade ambiental", e explicou que "Brasil está apostando em sustentabilidade apesar de não receber o reconhecimento dos países desenvolvidos".

O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, parabenizou na mesma entrevista coletiva o governo brasileiro pelo sucesso do "Green Passport", uma iniciativa para promover o turismo sustentável durante a Copa, no qual eram esperados cerca de 600 mil visitantes estrangeiros.

"Os próximos campeonatos mundiais de futebol se inspirarão no Brasil em matéria do meio ambiente", declarou Steiner.

A Fifa estima que a Copa 2014 gerará um total de 2,72 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, número que triplica as emissões do campeonato da Alemanha 2006 e quase dobra o 1,62 milhão de toneladas métricas de CO2 do campeonato mundial realizado na África do Sul 2010.

A entidade máxima do futebol mundial atribui 84% das emissões da Copa aos deslocamentos dos visitantes ao longo do território brasileiro.

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, o Mundial contaminará o equivalente a 534 mil veículos circulando durante um ano. 

Com agência EFE

Para ler notícias em tempo real, acesse: http://www.ultimoinstante.com.br 

Operação Copa do Mundo 2014

Ibama flagra passageira com carne de tatu no Galeão

Operação Copa do Mundo

Publicado11/07/2014 17:24Última modificação11/07/2014 17:24

Desde o início da ação, realizada em 12 aeroportos do País, já foram aplicados R$ 70 mil em multas no terminal do Rio de Janeiro
Divulgação/IbamaPassageira foi multada pelo Ibama em R$ 500 pelo transporte ilegal de espécie
Passageira foi multada pelo Ibama em R$ 500 pelo transporte ilegal de espécie
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagrou uma passageira com um tatu adulto abatido, durante fiscalização da Operação Copa do Mundo 2014. A ação foi realizada no domingo (6), no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro.
O tatu estava sendo transportado em uma caixa de isopor, já cortado em pedaços e congelado, por uma mulher que desembarcou de um voo vindo de São Luís, no Maranhão.
A passageira foi multada pelo Ibama em R$ 500 pelo transporte ilegal de espécime da fauna nativa brasileira. Ela responderá também na Justiça pelo crime ambiental e poderá ser condenada em até um ano de detenção.
Protegido por lei contra a caça, o comércio e o transporte ilegal, o tatu apreendido pelo Ibama é da mesma família do tatu-bola, espécie que está em perigo de extinção e foi escolhida pela Fifa como mascote da Copa do Mundo 2014.
Com a Operação Copa do Mundo 2014, o Ibama vem intensificando a fiscalização nos aeroportos de maior entrada e saída de estrangeiros no país. O objetivo é combater o tráfico de animais silvestres e outros crimes ambientais relacionados com o comércio exterior, como importação e exportação de biodiversidade e produtos perigosos.
Exportação ilegal de biodiversidade
Desde o início da operação no aeroporto do Rio de Janeiro, o Ibama vistoria o embarque e o desembarque dos voos internacionais e domésticos nas rotas consideradas críticas. Além da carne de tatu, agentes já multaram seis remessas irregulares de peixes ornamentais e apreenderam 540 quilos de algas-marinhas, que seriam exportados sem licença ambiental para os EUA.
A partir do flagrante de exportação irregular das algas, o Ibama fiscalizou a sede da empresa, em Tomás Coelho, onde apreendeu mais 200 quilos do organismo e aplicou multas que somaram R$ 30 mil.
Operação Copa em São Paulo
O aeroporto de Viracopos também foi cenário de apreensões e autuações por crimes ambientais. Agentes do Ibama e de proteção do aeroporto identificaram duas espécies de tartaruga (Podocnemis expansa) provenientes do estado do Amazonas na última semana.
Os animais estavam sendo transportados em uma caixa de sapatos por um passageiro que desembarcou de um voo vindo de Manaus, com destino ao Rio de Janeiro. Segundo informou o infrator, ele pretendia criá-los como animais de estimação e não possuía qualquer documento que comprovasse a origem ou qualquer autorização dos órgãos competentes que assegurasse a legalidade do transporte e da captura dos animais.
O passageiro foi autuado em R$ 10 mil por transportar espécies da fauna silvestre nativa constante da Convenção CITES sem a devida autorização do órgão ambiental competente. Os animais foram apreendidos e depositados no Bosque dos Jequitibás (zoológico), de Campinas (SP).
Fonte: 
Ibama

Que tal usar café para abastecer seu carro?

Que tal usar café para abastecer seu carro?

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2014
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Que tal usar café para abastecer seu carro?. 30/06/2014. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=usar-cafe-abastecer-carro. Capturado em 13/07/2014. 
Que tal tomar um cafezinho e reciclar o que sobrou para ajudar a encher o tanque do seu carro?
Esta é uma possibilidade real porque até 20% da borra de café - o que sobra depois que o café foi coado - é óleo puro.
Óleo de café
Vários grupos ao redor do mundo, incluindo brasileiros, já produziram biodiesel a partir da borra de café.
O grande desafio é extrair esse óleo para transformá-lo em biodiesel e garantir que a produtividade seja constante, independentemente do tipo de café que gerou a borra.
Isto não é mais problema, conforme demonstraram Rhodri Jenkins e seus colegas da Universidade de Bath, no Reino Unido.
Para ter certeza de que o processo funcionaria com todas as variedades de café, Jenkins e seus colegas produziram o biodiesel a partir de pó de café produzido em 20 regiões do mundo, incluindo versões cafeinadas e descafeinadas e vários tipos de cultivares.
Não apenas o rendimento foi consistente, como a qualidade do óleo produzido é menos variável do que se esperava.
Na média, o óleo produzido a partir das diversas amostras continha entre 44 e 50% de ácido linolênico, entre 35 e 40% de ácido palmítico, entre 7 e 8% de ácido oleico e entre 7 e 8% de ácido esteárico.
Transesterificação
A equipe extraiu o óleo do café por meio de um processo chamado transesterificação, no qual a borra do café é mergulhada em um solvente orgânico, sendo quimicamente transformada em biodiesel.
"Este óleo tem propriedades semelhantes às matérias-primas atuais usadas para produzir biocombustíveis. Mas, enquanto aquelas são cultivadas especificamente para a produção de combustível, a borra de café é resíduo. Ao utilizá-la, há um potencial real para produzir um biocombustível de segunda geração verdadeiramente sustentável," disse o professor Chris Chuck, coordenador do experimento.
Refinaria individual
Os pesquisadores reconhecem que, apesar do potencial da reciclagem, o óleo de café poderia compor apenas uma parcela pequena da demanda por biodiesel - a produção mundial de café é estimada em 9 milhões de toneladas anuais, o que representa um potencial de 1,8 milhão de toneladas de biodiesel.
Contudo, a grande vantagem é a possibilidade de sua produção em pequena escala, para alimentar frotas de prefeituras ou entidades que façam o recolhimento dos resíduos de café, apontam eles.
"Nós estimamos que uma pequena cafeteria produza cerca de 10 quilogramas de borra de café por dia, o que pode ser usado para produzir cerca de 2 litros de biocombustível," disse Jenkins.
Outros grupos já demonstraram que há também formas de usar a borra de café para gerar produtos mais nobres, como materiais luminescentes para uso em Medicina.
Bibliografia:

Effect of the Type of Bean, Processing, and Geographical Location on the Biodiesel Produced from Waste Coffee Grounds
Rhodri W. Jenkins, Natasha E. Stageman, Christopher M. Fortune, Christopher J. Chuck
Energy & Fuels
Vol.: 28 (2), pp 1166-1174
DOI: 10.1021/ef4022976