sexta-feira, 2 de maio de 2014

Mulheres de BH enfrentam maior dificuldade para largar o cigarro

Mulheres de BH enfrentam maior dificuldade para largar o cigarro, aponta levantamentoDados do Ministério da Saúde mostram que, nos dois sexos, índice de fumantes da capital mineira é maior que a média nacional
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/05/01/interna_gerais,524328/mulheres-de-bh-enfrentam-maior-dificuldade-para-largar-o-cigarro-aponta-levantamento.shtml

Publicação: 01/05/2014 06:00 Atualização: 01/05/2014 07:04

A batalha contra o tabagismo no Brasil avança, mas enfrenta maior resistência entre os mineiros. Dados divulgados nessa quarta-feira pelo Ministério da Saúde, referentes à última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostram que a proporção de fumantes em Belo Horizonte era de 12,8% em 2013, ano da sondagem. O índice está acima da média nacional, que é de 11,3%, e vem caindo ano após ano. Na capital mineira, a proporção de homens que fumam (15,8%) também é maior em relação à média nacional, de 14,4%. Embora estejam em menor número em relação ao público masculino, as belo-horizontinas (10,3%) também enfrentam mais dificuldade em largar o cigarro em relação à média das brasileiras (8,6%). 

Para Débora Maltah, diretora de Análise de Situação em Saúde do ministério, o que mais chama a atenção nos dados mineiros é que a tendência de queda no tabagismo, diferentemente do que ocorre no restante do país, ainda não atingiu em grandes proporções as mulheres de BH. “Ao que parece, elas vão precisar de mais tempo para reverter o hábito de fumar, mas isso já deve aparecer no próximo Vigitel. A mortalidade dos homens devido aos efeitos do cigarro já está em declínio, enquanto começamos a ter notícias de mulheres adoecendo com câncer de pulmão. Provavelmente, ainda vamos observar esse fenômeno na capital mineira durante a próxima década”, compara. 

“Para a mulher, é mais difícil parar de fumar. Ainda não sabemos o motivo, se é uma questão de metabolismo ou hormonal”, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela, as mulheres só adotaram o cigarro como sinal de autoafirmação a partir da década de 1950, quando atrizes como Marilyn Monroe surgiram fumando nas telas de cinema. Mais tarde, o hábito se tornaria mais comum com a chegada delas ao mercado de trabalho. “Os homens já atingiram o ápice da curva do cigarro e estão agora em declínio. As mulheres chegaram mais tarde”, diz a médica. 

Pelo levantamento da Vigitel, Belo Horizonte também aparece na contramão do país, por apresentar leve alta no percentual de fumantes, de 12,1%, em 2012, para 12,8%. Mas a especialista do Ministério da Saúde pondera que a variação de até dois pontos percentuais acima ou abaixo do índice está dentro do intervalo de confiança da pesquisa. 

Em oito anos, a proporção de fumantes na capital mineira, que era de 16% em 2006, primeiro ano do levantamento, encolheu 25%. No Brasil, a queda foi mais expressiva, chegando a 28% no mesmo período. Na comparação com outras capitais, BH aparece em quarto lugar no ranking, com 12,8%. Porto Alegre (RS) vem na primeira posição, com 16,5%, seguido de Curitiba (PR), com 13,7%, e São Paulo, com 14,9%. 

OBESIDADE Pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. No primeiro caso, estão enquadradas pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 25; no segundo, aquelas com IMC acima de 30. A pesquisa indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentual mais expressivo, de 54,7%. Mas, em BH, menos da metade dos homens (48,4%) aparece na pesquisa com excesso de peso. 

Novamente, as mulheres da capital não se saem tão bem quanto eles na pesquisa de saúde por telefone, feita sob encomenda do Ministério da Saúde. Apesar de conseguirem um resultado melhor em relação à média nacional, as belo-horizontinas com excesso de peso representam 46,3%, o que correspondente a apenas 1,1 ponto percentual de diferença em relação às brasileiras na mesma situação (47,4%). 

O melhor resultado da população de Belo Horizonte na redução da obesidade pode ser explicado pelo aumento no consumo de frutas e hortaliças e pela prática de atividades físicas que, nos dois quesitos, extrapolam a média brasileira. No Brasil, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Na capital mineira, 23,3% dos homens aderiram à alimentação saudável, ante mais de um terço da população feminina (34,8%). Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios no tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.

Fundema "respira" com nova audiência pública

Fundema "respira" com nova audiência pública

Governo Udo cede e propõe nova discussão sobre a extinção da fundação

Daiana Constantino 
JOINVILLE

A emenda proposta pelo vereador James Schroeder (PDT) pela manutenção da Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Joinville) ganhou força, esta semana, após o apoio de entidades ligadas ao meio ambiente. Havia a deliberação na base governista pela extinção do órgão, porém, ontem, o prefeito Udo Döhler aceitou reavaliar a proposta – talvez a mais polêmica da reforma administrativa.

Rogério Souza Jr./ND
Emenda pró-Fundema foi apresentada, na última terça, na Comissão de Finanças

Udo esteve reunido com a base governista, entre terça e quarta, para tratar do assunto. Diante da emenda de Schroeder, que também é da base, foi sugerida a realização de audiência pública para debater pontos específicos da reforma, como a extinção da Fundema.
A audiência pública foi agendada para o próximo dia 22, às 19h30, na Câmara de Vereadores. A realização do evento foi confirmada, ontem, em votação nas comissões de Legislação e de Finanças.
Líder de governo na Câmara, Rodrigo Fachini (PMDB) foi o encarregado de levar o posicionamento de Udo aos edis. A audiência já havia sido proposta anteriormente, pelo vereador Levi Rioschi (PPS), porém, sendo ignorada naquela situação.
Para colaborar na discussão sobre se o governo mantém ou não a Fundema, o Sinsej (Sindicato dos Servidores Públicos) realizou, ontem, assembleia com cerca de 60 servidores da Fundema. Ficou decidido que os trabalhadores apresentarão proposta detalhada ao prefeito Udo de como reformular os serviços e as ações da fundação, tornando o órgão mais ágil, sem tirar sua autonomia.

Na próxima semana, o sindicato prepara uma reunião de trabalho para afinar a proposta dos servidores e defendê-la na audiência pública. Até lá, o trâmite da reforma na Câmara fica suspenso. Para Schroeder, a “audiência é bem-vinda para discutir as dimensões da reforma”.

Não deveríamos, mas estamos acostumados com condutas lesivas ao meio ambiente, infelizmente...

Governo desviou R$ 19,2 milhões do Fundo Estadual de Meio Ambiente

  Sandra Carvalho - Da Redação
Foto: Reprodução
 
O Governo do Estado de Mato Grosso desviou R$ 19,2 milhões do Fundo Estadual de Meio Ambiente (Femam) para as contas do Tesouro do Estado indevidamente. Os desvios ocorreram em 2010, ainda na gestão do então governador Blairo Maggi (PR), e em 2011 e 2012, já na gestão do governador Silval Barbosa (PMDB). Esta semana a Justiça julgou procedente a ação do Ministério Público Estadual que proíbe o Estado de transferir recursos do referido fundo para outras fontes.
 
Conforme o MPE, no final do exercício financeiro de 2010 e 2011 houve reversão dos recursos do Femam na ordem de R$ 7,2 milhões. De janeiro a julho de 2012, cerca de R$ 12 milhões do referido fundo deixaram de ser aplicados na defesa do meio ambiente.
 
Além de se abster de transferir recursos do Femam para outras fontes, o Estado foi condenado a promover a devolução dos valores revertidos indevidamente à Conta do Tesouro Estadual nos anos de 2010, 2011 e 2012. A sentença foi proferida no dia 11 de abril pelo juiz Rodrigo Roberto Curvo da Vara Especializada de Meio Ambiente de Cuiabá. 
 
De acordo com a promotora de Justiça Ana Luíza Ávila Peterlini de Souza, a ação foi proposta em agosto de 2012. Na ocasião, o MPE obteve liminar que obrigava o Estado a promover a devolução dos valores revertidos indevidamente, no prazo de 48 horas. O Estado chegou a ingressar com recurso de agravo de instrumento no Tribunal de Justiça para tentar reverter a decisão, mas não obteve êxito. 
 
A promotora de Justiça explica que a demora no cumprimento decisão judicial levou o Ministério Público, à época, a ingressar com pedido de afastamento do secretário de Estado de Fazenda. O referido pedido foi acatado e, na sequência, o Estado apresentou as medidas adotadas pelo Poder Executivo para o cumprimento da liminar, levando o MPE a requerer a revogação do afastamento do gestor. “Parte dos recursos foi devolvida, mas os valores exatos serão apurados na liquidação da sentença”, esclareceu Peterlini. 
 
Segundo ela, na sentença também foi declarada a inconstitucionalidade incidental do artigo 9º da Lei Complementar Estadual 360/09 que autorizava a reversão de recursos financeiros do Femam para a Conta Única, ao final de cada exercício financeiro. O Judiciário ratificou o entendimento do Ministério Público de que o Estado legislou de forma contrária às normas gerais editadas pela União e, portanto, todos os atos que foram praticados com fundamento no referido artigo se tornaram inválidos. 
 
 
“O Femam caracteriza-se como um fundo especial e seus recursos devem ter aplicação exclusiva no custeio da política pública ambiental e nas ações de defesa e recuperação do meio ambiente”, destacou a promotora.
 
Entretanto, desde o ano de 2009, com o advento da Lei Complementar Estadual 360/2009, que instituiu a Conta Única no Estado de Mato Grosso, os recursos arrecadados pelo Femam passaram a ser revertidos ao Tesouro Estadual ao final de cada exercício financeiro e aplicados em outras áreas. (Com Assessoria)
 
 

Consumo e sustentabilidade

Enviado em 01/05/2014 às 20h27

Consumo e sustentabilidade

DIÁRIO DA MANHÃ
SARAH AMADO
A alta produtividade, oriunda da Revolução Industrial, traz consigo muitas opções de consumo e o surgimento de necessidades nunca antes existentes na sociedade. Com o passar dos séculos, hábitos capitalistas arraigaram-se a vida das pessoas com tanto alcance e profundidade que é quase impossível superar os hábitos do consumo frenético e doentiamente descontrolado.
O consumo que anula a autonomia e a liberdade da consciência tornou-se um dos principais problemas do século 21. Os objetos, as mercadorias, os bens materiais e imateriais recebem um prazo de validade, instaurando-se um estado permanente de obsolescência; fora dos padrões e dos limites considerados atualizados, tudo se torna rapidamente descartável, lixo a ser jogado em qualquer lugar do planeta. Simultâneo e como que sendo a interface a esse grave problema psicocultural, há a prática da “consumoterapia”. As pessoas compram de forma desenfreada para reduzir o stress do dia-a-dia, o que compromete sua felicidade e qualidade de vida, que tem sido cada vez mais associadas e dependentes da quantidade de consumo (Portilho, F., 2010).
No ano de 2013, os brasileiros gastaram por volta de 1,55 trilhões em produtos, o que correspondeu a um aumento no consumo de 10, 2% em relação a 2012 (Folha de S. Paulo, 04/09/2012). 
Infelizmente, esse padrão de comportamento influencia a todos. Um indivíduo pode ser considerado consumidor desde os seis anos de idade e quando jovem compõe o público alvo do mercado de vendas (Veja Jovens, 07/2003). 
Para atender à grande demanda ao consumo, a alta produção exige da natureza a utilização de seus recursos não renováveis e devolve a mesma grande quantidade de resíduos, acumulados aos montes em aterros sanitários ou liberados sem nenhum tratamento nos curso d’água.
No entanto, o ambiente e os recursos naturais do planeta possuem um limite e começam a mostrar sinais que sua capacidade de suportar os impactos causados pelos seres humanos está chegando ao fim. É evidente a escassez da água e a progressiva  mudança climática, com preocupantes indicadores sobre o aquecimento global. E mais evidente ainda seus efeitos na saúde e no bem estar da população. 
Mas nem tudo está perdido. A sustentabilidade pode e deve fazer parte de nosso cotidiano, a começar por ações que visem à redução, reutilização e reciclagem. O consumo consciente também caminha de mãos dadas com o desenvolvimento sustentável. Saber o motivo de se estar comprando e qual a origem do produto, auxilia a optar mais pelo que é necessário e menos pelo que é supérfluo, não comprometendo assim, as gerações futuras. E, ainda, a escolha por um jeito sóbrio de viver, além de assegurar uma vida saudável, poderá garantir um futuro para a terra e a todos os que nela habitamos.
(Sarah Amado, bióloga, cursa o mestrado em Ecologia e Produção Sustentável na Pontifícia Universidade Católica de Goiás)