domingo, 31 de agosto de 2014

50 novos Ibirapueras


Quarta, 27 Agosto 2014 09:56

Artigo - Mais Ibirapueras



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O parque Ibirapuera, inaugurado em 1954, no quarto centenário de São Paulo, completou 60 anos como o mais frequentado da cidade. Sua história é exemplar de como o planejamento e a responsabilidade dos servidores públicos é fundamental para nosso futuro.
Poucos sabem que, nos anos 1920, o Ibira quase se tornou um loteamento como tantos outros existentes em São Paulo. A chácara do Ibirapuera, uma gleba de 2,4 milhões de metros quadrados, transferida do Estado para a prefeitura em 1908, foi ocupada por grileiros que apresentaram um documento de posse falso do século 18.
Ao contrário de outras áreas públicas igualmente griladas, como as glebas da várzea do Tietê, a municipalidade agiu a tempo na Justiça e provou, em 1928, que a tinta utilizada nos supostos documentos de posse não era da época alegada.
O empenho do município estava relacionado com o plano do prefeito Pires do Rio (1926-1930) de transformar a área em um parque, semelhante aos existentes nas cidades europeias e americanas. Evitou-se, assim, um fato consumado que nos privaria da mais qualificada área verde da cidade.
Como o terreno era alagadiço, a ideia foi temporariamente abandonada, mas, com persistência, Manequinho Lopes, um funcionário municipal, foi plantando centenas de eucaliptos australianos para drenar o solo, até que nos anos 1950, o plano de Pires do Rio se realizou.
O exemplo nos inspira a proteger áreas ainda desocupadas que devem se transformar em parques. Mas, sem planejamento e sem instrumentos urbanísticos e financeiros adequados, como os regulamentados no Plano Diretor Estratégico recentemente sancionado, isso não se concretizará.
A cidade de São Paulo possui 105 parques municipais que, somados aos estaduais, não garantem a área verde necessária para o lazer e equilíbrio ambiental da cidade. Os parques protegem a vegetação, rios e nascentes, propiciam conforto térmico, melhoram a qualidade do ar e são refúgios da fauna silvestre urbana. Por isso, são estratégicos para o futuro da cidade.
Nessa perspectiva, o Plano Diretor previu 164 novos parques, somando cerca de 82 milhões de metros quadrados às áreas verdes municipais (aumento de 48%). Isso equivale a 50 novos Ibirapueras.
O grande desafio é municipalizar essas áreas, majoritariamente de propriedade privada, o que não é barato numa cidade onde o preço da terra é tão alto e o orçamento tão apertado. Para enfrentar o problema e não deixar o plano no papel, formulamos uma estratégia que precisa ser implementada.
O Plano Diretor enquadrou as áreas previstas para os parques como Zona Especial de Proteção Ambiental (Zepam), uma zona com baixíssimo potencial construtivo, onde a vegetação não pode ser suprimida e os proprietários podem transferir e vender o direito de construir, desde que preservem as áreas ou as doe para o município.
Para possibilitar a participação cidadã na criação dos novos parques, o Plano Diretor criou o Fundo Municipal de Parques, alimentado por uma espécie de "crowdfunding" (financiamento coletivo, em inglês) púbico-privado: os parques propostos terão contas específicas alimentadas por doações de pessoas físicas e jurídicas, sendo que para cada real doado pela sociedade, a Prefeitura de São Paulo destinará o mesmo valor à conta.
É possível ainda utilizar as dívidas tributárias e de multas dos proprietários para pagar a aquisição, como fez o prefeito Fernando Haddad no parque da Chácara do Jockey, na Vila Sônia, previsto no Plano Diretor e recém-criado.
Os 60 anos do Ibirapuera são uma oportunidade para homenagear os homens públicos que, 25 anos antes da sua implantação, viabilizaram sua existência. Porque sem planejamento não se constrói uma cidade melhor.
NABIL BONDUKI, 59, arquiteto e urbanista, professor titular de planejamento urbano na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, é vereador (PT) e relator do Plano Diretor de São Paulo. Artigo originalmente publicado no jornal Folha de S.Paulo, 27/08/2014

sábado, 23 de agosto de 2014

Prefeito veta projeto de lei que proibia pesca na Lagoa Itatiaia e em outras nos parques públicos

Prefeito veta projeto de lei que proibia pesca na Lagoa Itatiaia e em outras nos parques públicos

http://www.correiodoestado.com.br/cidades/prefeito-veta-projeto-de-lei-que-proibia-pesca-na-lagoa-itatiaia-e-em/225462/A proposta tinha como exceção apenas a atividade para pesquisa científica

VÂNYA SANTOS E CAMILA MORTARI22 de Agosto de 2014 | 08h18
Lagoa Itatiaia está situada no bairro do mesmo nome 
(Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado)
Lagoa Itatiaia está situada no bairro do mesmo nome
Em um texto poético sobre a natureza considerada ''sábia, abundante e paciente'' e que às vezes "se cala" diante do "confronto com homem" e que  "não conta seus ciclos em horas, minutos e segundos,  nem no calendário gregoriano (...)", o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que proibia pesca na Lagoa Itatiaia, no bairro do mesmo nome, e demais existentes em parques públicos de Campo Grande foi vetado pelo prefeito Gilmar Olarte, conforme publicação no Diário Oficial de hoje (22). A proposta tinha como exceção apenas a atividade para pesquisa científica e, assim mesmo, autorizada por órgão municipal.
Para justificar o veto, o prefeito disse que a razão principal "se restringe ao fato de proibirmos a pesca àqueles cidadãos que talvez por uma situação ou outra e até mesmo pela condição financeira, não tem condições de levar até a sua mesa um alimento que possa nutrir a fome de seu semelhante".
Dessa forma, segundo ainda a justificativa, se o projeto fosse sancionado "por certo refutaríamos um desejo do ser humano em buscar um alimento capaz de saciar não só a sua fome, bem como de sua família". 
Segundo o prefeito, a Superintendência para a Pesca e Aquicultura subordinada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegócio, fará todos os esforços para garantir "o uso equilibrado dos recursos pesqueiros, otimizando os benefícios decorrentes em harmonia com a preservação e a conservação do meio ambiente e da biodiversidade".
Texto poético
O prefeito assim iniciou as razões do veto:
Somos sabedores que a natureza é sábia. Sábia, abundante e paciente.
Sábia porque traz em si o mistério da vida, da reprodução, da interação perfeita
e equilibrada entre seus elementos.

 Abundante em sua diversidade, em sua riqueza genética, em sua maravilha e em seus encantos. E é paciente. Não conta seus ciclos em horas, minutos e segundos,  nem no calendário gregoriano com o qual nos acostumamos a fazer planos, cálculos e contagens. Sobretudo é generosa, está no mundo acolhendo o homem com sua inteligência,  seu significado divino, desbravador, conquistador e insaciável. 
Às vezes, nesse confronto, o homem extrapola seus poderes e ela se cala. 
Noutras, voltasse, numa autodefesa, e remonta seu império sobre a obra humana,  tornando a ocupar seu espaço e sua importância. 
No convívio diuturno, a consciência de gerações na utilização dos recursos naturais necessita seguir regras claras que considerem e respeitem a sua disponibilidade e vulnerabilidade. 
E assim chegamos ao que as sociedades adotaram como regras de convivência,  às práticas que definem padrões e comportamentos, aliadas a sanções aplicáveis para o seu eventual descumprimento as leis.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Reunião da CCJ do PLO 3/2014, no dia 20 de agosto de 2014: Pelo adiamento...


CAMISETAS PRETAS NÃO DESBOTARAM E LOTAM O AUDITÓRIO MAIS UMA VEZ!

Por Fred Okabayashi OAB/SP nº 173.250

IMAGENS ANTES DO INÍCIO DA SEÇÃO DA CCJ DO PLO 3/2014: "É NÓIS DE NOVO"!









Não conseguindo o pedido de vistas do processo, por decurso de prazo de 16 dias, a votação da legalidade pela CCJ do PLO 3/2014, foi adiada por duas seções, a pedido do vereador Arselino Tatto. 

Justificativa: O projeto é polêmico e consultando o governo, irá reestudar o projeto para modificações e encontrar um denominador comum. 
Perguntamos: Amplos setores do funcionalismo que são contrários e amplos setores que são favoráveis? Só deu camisetas pretas! Alterar o PLO 3/2014 para que?

O vereador Floriano Pesaro fundamentou juridicamente pela INCONSTITUCIONALIDADE do PLO 3/2014.

O vereador Trípoli esclareceu que caso seja votado pela ilegalidade, o plenário vota com 28 votos ( maioria simples) do governo, derruba o veto e aprova a legalidade do PLO 3/2014. O adiamento (para o dia  3 de setembro) é para "discutir e melhorar o PLO" (No entanto, cumpre observar que para a aprovação do PLO 3/2014, precisa da aprovação em plenário de 2/3 (37) votos dos vereadores).
O vereador Police Neto, se posicionou contra o subsídio municipal e deu uma "aula magna" sobre subsídio para todos os presentes!
Adiaram até o dia 10 de setembro! 

Apreciar o PL 312/2014 no dia 26/08/2014, isto é, antes do PLO 3/2014, em 10/09/2014: Isso é possível?

Até pode. É usar o "cheque especial jurídico" e depois tentar "cobrir o saldo negativo jurídico" da CCJ.
Mas quer parecer que é mais um "enrolation" do governo para ganhar tempo e empurrar a campanha salarial dos servidores públicos para o ano que vem.
Os vereadores que são candidatos depois do dia 5 de outubro, se eleitos, nem vão lembrar da nossa causa...




UNIDOS, SOMOS MUITO MAIS FORTES!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A cidade de São Paulo ainda não tem...

19/08/2014 16h15 - Atualizado em 19/08/2014 16h15

Audiência pública debate código do meio ambiente em Botucatu

Encontro será nesta terça-feira na Câmara de Vereadores.
População poderá participar com sugestões e críticas.

Do G1 Bauru e Marília
Uma audiência pública vai debater o código municipal do meio ambiente nesta terça-feira (19), às 18h30, na Câmara de Vereadores de Botucatu (SP). O evento é aberto ao público, que pode participar com sugestões e críticas.
O conteúdo do código tem temas com objetivo de disciplinar ações para o poder público, iniciativa privada e população em geral, para que o meio ambiente seja preservado e recuperado.
Entre os principais pontos estão:
- Dar poder de fiscalização à Guarda Municipal e agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para multar infratores ambientais;

- Realização de auditoria ambiental no funcionamento de atividades ou desenvolvimento de obras, causadores de impacto ambiental;

- Licenciar as atividades geradoras de impacto ambiental desde que delegadas pelo estado;

- Criação de rede municipal de informações e cadastros ambientais sobre a coleta e
sistematização de dados e informações de interesse ambiental;

- Concessão do selo verde a atividades e produtos ecologicamente corretos e criação da Junta Ambiental de Recursos para a população recorrer das decisões de multas ambientais.

A Câmara de Botucatu fica na praça Comendador Emílio Peduti, a praça do Bosque, nº 112, no centro. Mais informações pelo telefone: (14) 3882-0636.

Pesquisa sobre sustentabilidade da cana quebra paradigmas

Pesquisa sobre sustentabilidade da cana quebra paradigmas

“Dependendo do tipo de manejo, a introdução da cana em áreas de pastagem pode compensar ou até mesmo aumentar o estoque de carbono inicial do solo”
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luke@lukefoto.com.br
Apesar do etanol de cana, ser uma fonte de energia muito defendida por ser ecologicamente correta, alguns pesquisadores, sobretudo da Europa e dos Estados Unidos, questionam a viabilidade ecológica do etanol brasileiro. Eles alegam que não é um combustível renovável tão limpo quanto o se propagava, por causa da perda de carbono do solo devido ao cultivo da cana. Porém a sua sustentabilidade já foi comprovada por um grupo de pesquisadores brasileiros, estadunidenses e franceses. O resultado da tese de Francisco Mello (doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo), foi elaborado em cooperação com mais sete pesquisadores, entre eles, o professor do Câmpus Murici do Instituto Federal de Alagoas – Ifal, Stoécio Maia, doutor em Solos e Nutrição de Plantas e Carlos Cerri, pesquisador do Cena. O artigo foi publicado recentemente na revista Nature Climate Change, uma das mais respeitadas da área.

Segundo o trabalho, a perda de carbono do solo que ocorre em consequência do plantio da cana pode ser recuperada em até três anos. Carlos Cerri, coordenador do projeto, afirma que o balanço de carbono do solo de áreas de pastagem convertidas para o cultivo da cana-de-açúcar não é tão negativo quanto se estimava. “Com o passar dos anos, o solo de uma área de pastagem tem um estoque de carbono cujo volume não varia muito. Mas o preparo desse tipo de solo para cultivo de cana, faz com que parte do carbono estocado seja emitida para a atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2).Entretanto, dependendo do tipo de manejo, a introdução da cana em áreas de pastagem pode compensar ou até mesmo aumentar o estoque de carbono inicial do solo quando a matéria orgânica e os resíduos da planta penetram na terra”, lembra.
O etanol da cana acaba compensando, com o passar dos anos, as emissões de CO2 ocorridas na conversão de áreas de pastagem em plantações canavieiras. “Isso porque o biocombustível contribui para a redução da queima de combustível fóssil”, avalia Cerri.
Em tempos de procura, tanto por gestores públicos, empresários e sociedade, por fontes de energia sustentáveis, os dados apresentados trazem grandes perspectivas para o Brasil. “Essa comprovação é importante pois em mais uma área, cientificamente, o etanol de cana produzido no país se mostrou ser uma fonte limpa. Consequentemente, isso pode representar uma vantagem comercial para quem produz”, analisa o professor Stoécio Maia.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/Usp) em conjunto com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/Usp). O trabalho contou ainda com pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), do Institut de Recherche pour le Développement, na França, e da Harvard University, da Colorado State University e do Shell Technology Centre Houston, nos Estados Unidos.

Humanidade entra no 'cheque especial' com a natureza

São José do Rio Preto, 19 de Agosto, 2014 - 15:49
Humanidade entra no 'cheque especial' com a natureza

Fábio de Castro - AE
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Meio+Ambiente/202904,,Humanidade+entra+no+cheque+especial+com+a+natureza.aspx

Divulgação
Especialistas criticam investimento em fontes de energia antigas em vez de privilegiar matrizes limpas como a energia eólica e solar


Nesta terça-feira, 19, a humanidade entrou no "cheque especial" com a natureza. Em menos de oito meses, o planeta esgotou todos os recursos naturais disponíveis para o ano, de acordo com um estudo feito pela ONG Global Footprint Network (GFN) e divulgada em parceria com a WWF. 

A data do "Dia da Sobrecarga da Terra" é calculada anualmente desde 2000 e, a cada ano, o déficit ecológico chega mais cedo. Em 2000, a humanidade "entrou no vermelho" no dia 1º de outubro. A estimativa é feita a partir de cruzamento de dados sobre a demanda de consumo de recursos naturais dos países e sua capacidade de gerar serviços ambientais. 

De acordo com a secretária-geral da WWF Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, a questão do uso dos recursos naturais acima da capacidade da Terra se tornou um dos principais desafios do século 21. "Entramos no cheque especial da natureza. A partir de hoje, pelo resto do ano, vamos manter o nosso déficit ecológico, reduzindo nossas reservas e aumentando as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera", disse ela. 

Desmatamento, escassez de água doce, erosão do solo, perda de biodiversidade e o aumento de CO² na atmosfera são os principais fatores que fazem crescer a dívida ecológica, de acordo com ela. "O planeta tem limites e é preciso levá-los em conta, mas não é isso que os governos estão fazendo" afirmou Brito. "Em um país eminentemente tropical, com uma insolação intensa, continuamos investindo em fontes de energia do século passado e retrasado - como o petróleo do pré-sal - em vez de privilegiar matrizes limpas como a energia eólica e solar", declarou. 

Segundo o estudo, 85% da população mundial vive hoje em países cuja demanda de consumo é maior que os recursos naturais que os seus ecossistemas podem renovar. Os cálculos indicam que seriam necessários 1,5 planeta para produzir os recursos ecológicos capazes de suportar a atual pegada ecológica mundial. 

O Brasil está bem próximo à média mundial: o modelo brasileiro consumiria recursos ecológicos equivalentes a 1,6 planeta. "Ainda assim, esse ritmo nos levaria a um consumo acima de 50% da capacidade planetária", disse Brito. 
O fato do planeta gastar seu capital natural mais rápido do que ele pode ser reposto é análogo a uma pessoa ter gastos que excedem sistematicamente sua renda. 

"Em termos planetários, o custo dessa conta no vermelho fica mais evidente a cada dia. A humanidade simplesmente está usando mais recursos do que dispõe. O orçamento não fecha", diz Brito. 

Para fazer o cálculo, a GFN utilizou a metodologia da "pegada ecológica", que correlaciona a demanda humana por recursos naturais e a capacidade regenerativa do planeta. A pegada ecológica de uma nação (ou de uma cidade, ou pessoa) corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que ela consome. 

Esse consumo é então comparado com a "biocapacidade", ou capacidade ecológica do planeta: a eficiência dos ecossistemas para produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. Tanto a pegada ecológica como a biocapacidade têm seus resultados expressos em hectares globais (gha), uma unidade de área de biologicamente produtiva padronizada a partir da média mundial de bioprodutividade.



Fonte: Estadao Conteudo

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

EMPRESAS E CONSUMIDORES AINDA DIVERGEM EM RELAÇÃO A SUSTENTABILIDADE


Consumidores à procura de benefícios pessoais e tangíveis em produtos sustentáveis mostram divergência entre países emergentes e economias maduras. O relatório, "From Marketing to Mattering", é baseado em um levantamento de 30 mil consumidores em 20 países. O estudo foi comissionado em resposta e em conjunto para o UN Global Compact-Accenture CEO Study on Sustainability.




Apenas um terço dos consumidores analisa regularmente a sustentabilidade em suas decisões de compras, de acordo com um estudo global da Accenture (ACN: NYSE) e Havas Media RE:PURPOSE, que também revela as razões para a desconexão entre as expectativas de empresários e consumidores de produtos e serviços sustentáveis.

O relatório, "From Marketing to Mattering", é baseado em um levantamento de 30 mil consumidores em 20 países. O estudo foi comissionado em resposta e em conjunto para o UN Global Compact-Accenture CEO Study on Sustainability, publicado em 2013, no qual dois terços dos CEOs admitiram que as empresas não estavam fazendo o suficiente para enfrentar os desafios da sustentabilidade. Semelhante aos 73% dos consumidores que na última pesquisa afirmaram que as empresas estão falhando em cuidar do planeta e da sociedade.

Os dois estudos revelam que, embora os CEOs  vejam o engajamento com os consumidores como o fator mais importante para motivá-los a acelerar seus progressos em termos de sustentabilidade, eles estão, muitas vezes, fora de compasso com o que motiva os clientes a comprarem produtos e serviços neste segmento.

81% dos CEOs acreditam que a reputação de suas empresas sobre sustentabilidade é importante para os consumidores. Contudo, a nova pesquisa mostra que menos de um quarto (23%) dos consumidores relatam procurar regularmente informação sobre o desempenho ambiental das marcas consumidas.

Apenas 32% dos consumidores afirmam que 'muitas vezes' ou 'sempre' consideram o fator sustentabilidade em suas decisões de compra. No entanto, o estudo revela oportunidades para empresas preencherem esse espaço e engajarem os consumidores abordando o tema como uma oportunidade de trazer impactos tangíveis à qualidade de vida dos consumidores. E revela diferenças dramáticas no sentimento e comportamento de compra entre os clientes em mercados desenvolvidos e em desenvolvimento.

Acima de tudo, existe uma forte correlação entre os níveis de otimismo sobre o futuro, expectativas positivas de que as empresas devem melhorar diretamente a vida do consumidor e esperança de que os negócios vão melhorar o planeta e a sociedade. Importantes, estes fatores também têm conexão com a probabilidade de que as pessoas continuarão a comprar ativamente produtos e serviços produzidos de forma responsável e sustentável.

85% dos indianos entrevistados e 66% de chineses consideram que a sua qualidade de vida irá melhorar nos próximos cinco anos. 73% dos indianos e 79% dos chineses afirmam comprar ativamente de marcas responsáveis. Em comparação, 37% dos europeus ocidentais e 51% dos norte-americanos consideram que a sua vida vai melhorar ao longo do mesmo período. E apenas 49% e 44%, respectivamente, disseram que compram ativamente de marcas responsáveis.

Entre os consumidores brasileiros que participaram da pesquisa, 73% disseram que irão considerar os fatores relacionados à sustentabilidade em suas compras nos próximos 12 meses, enquanto 46% já avaliam o desempenho sustentável das empresas e 34% procuram ativamente por informações relacionadas.

"Os consumidores das economias emergentes percebem uma ligação direta entre os produtos comprados e a qualidade de suas vidas", disse Sharon Johnson, CEO da Havas RE:PURPOSE. "Eles também sofrem as consequências negativas da produção irresponsável e de corrupção, de forma mais imediata. Nas economias maduras, onde estes links são mais fracos, as marcas não podem mais ganhar os consumidores através da promoção de suas credenciais sustentáveis”.

“Para serem significativas hoje em dia, as marcas devem criar produtos e serviços que palpavelmente fazem a diferença para a vida das pessoas enquanto preenchem os critérios sustentáveis. Para todos os consumidores, o significado é o que importa. Ser uma corporação ou marca com sentido e critério não é mais baseado em como você distribui o seu dinheiro; mas sim sobre como os negócios são realizados”, finaliza Sharon.
O relatório também destaca dois segmentos de consumidores globais nos quais o sentimento é diferente:

• "Os jovens otimistas", entre 18 e 34 anos, que são os mais engajados na sustentabilidade. Dois terços ativamente compram marcas sustentáveis e quase um quarto sempre considera o social e a ética ambiental de marcas quando tomam decisões de compras. 67% recomendam marcas que agem de forma responsável;

• Similarmente, 64% das mães, que representaram um quarto do total da amostra, compram ativamente marcas sustentáveis e o mesmo percentual recomenda aqueles que se comportam de forma responsável.

O estudo sugere três áreas de ação que irão ajudar o engajamento das empresas de forma mais eficaz com os consumidores:

- As empresas devem promover um compromisso com a honestidade e a transparência em todas as operações da organização, a fim de realizar e perceber seu pleno valor. Confiança é fundamental: corrupção é vista como o principal desafio para os países, à frente da criação de postos de trabalho e o crescimento econômico. O extermínio da corrupção é visto como um dos cinco maiores desafios para as empresas. As companhias devem ser capazes de se apresentar perante os consumidores, que estão equipados com amplo acesso a informação e ferramentas de mídia social que os auxiliam a expor comportamentos corporativos tendenciosos e desleais;

- As empresas devem atender às expectativas de práticas de negócios responsáveis, proporcionando melhorias concretas para a vida do consumidor. Isso é especialmente verdade em mercados maduros, onde cada vez mais os consumidores consideram credenciais sustentáveis por parte das empresas como um dado adquirido;

- As empresas devem mudar sua comunicação com os consumidores: do foco nas credenciais sustentáveis e desempenho empresarial para uma demonstração mais clara de seus propósitos e relevância para a sociedade e o meio-ambiente. Isto é especialmente relevante em mercados emergentes em que as empresas são vistas com um papel importante na melhoria da saúde, da educação e de outros fatores de qualidade de vida fundamentais.

"Os CEOs disseram na pesquisa anterior do UN Global Compact que eles têm dificuldade para identificar o valor de negócio da sustentabilidade, embora eles saibam que os consumidores são os determinantes mais importantes em suas abordagens ao assunto”, disse Peter Lacy, da Accenture Sustainability Services, Asia-Pacific.

"É claro que muitas empresas, especialmente em economias maduras, precisam mudar da atuação do marketing de sustentabilidade para o desempenho de sustentabilidade com foco na entrega de produtos e serviços inovadores aos quais os consumidores responderão de fato. Em outras palavras, as empresas devem oferecer proposições de valores de defesa do consumidor melhorados em que sustentabilidade é inerente, e não apenas uma ferramenta de marketing”, acrescenta Peter.

"Os consumidores claramente desempenham um papel-chave para ajudar a motivar os líderes empresariais na tomada de decisões, reforçar os cases de negócio para a sustentabilidade corporativa, e afetam diretamente o core business da empresa e estratégias relacionadas”, disse Georg Kell, diretor executivo da UN Global Compact.

"Como as empresas criam e desenvolvem produtos e serviços, e comunicam ao consumidor, no entanto, serão fatores críticos no caminho rumo à sustentabilidade com base em princípios universais em todas as transações de mercado”, finaliza Georg.