segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Kiteroller no parque

No Parque Villa-Lobos, patins que 'voam'


Kiteroller usa pipa para esportista sair do chão

04 de janeiro de 2014 | 2h 05

Laura Maia de Castro - O Estado de S.Paulo
No gramado do Parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, o escultor Roberto Pádua, de 33 anos, chamava a atenção ontem praticando um esporte um tanto quanto inusitado. Batizada de kiteroller, a modalidade consiste na combinação de patins com uma pipa de sete metros, geralmente utilizada para o kitesurf, esporte aquático praticado com uma prancha e uma pipa.
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Escultor trouxe equipamentos da Inglaterra - Márcio Fernandes/Estadão
Márcio Fernandes/Estadão
Escultor trouxe equipamentos da Inglaterra
Com o vento, o manuseio do kite, preso em uma espécie de cinto, aumenta a velocidade do esportista e faz até com que ele passe alguns segundos fora do chão nas manobras.
Pádua morou em Londres, na Inglaterra, por três anos e foi de lá que trouxe os equipamentos. Segundo ele, os patins utilizados não são os modelos vistos frequentemente nos parques, mas um acessório especial para terrenos irregulares, cujas rodas são de câmara de ar.

O escultor tem o equipamento já há 5 anos e, ainda na Europa, experimentou a junção das rodas com a pipa. Pádua conta que já descia alguns morros de grama nos parques da Inglaterra e pensou em utilizar a ajudinha do vento. Depois de ver alguns vídeos na internet, fez as adaptações necessárias e tomou gosto.
Foi na cidade de São Paulo, contudo, que Pádua aperfeiçoou a prática. O escultor faz kiteroller de duas a três vezes por semana e diz que prefere os dias úteis. "No sábado e domingo, apesar de a área que eu utilizo não ser muito ocupada, às vezes tem gente soltando pipa."
Ontem, nem mesmo o calor de mais de 30°C fez com que ele parasse de patinar de um lado para outro. A cada rajada de vento, o escultor aproveitava para percorrer o gramado das formas mais variadas. A reportagem presenciou uma manobra, na qual o escultor passou cerca de cinco segundos no ar. "É uma adrenalina muito boa", garante.
Na sombra de uma árvore, duas crianças olhavam atentamente os movimentos e perguntavam qual era o nome da brincadeira. "Nunca vi esse negócio", ria uma delas.
Pádua diz que quando ele e o irmão, o corretor de imóveis Fernando Henrique de Pádua, de 34 anos, estão com a pipa e os patins é comum que sejam abordados por muitos curiosos.
Além do parque, o escultor, quando pode, aproveita o espaço da areia da Praia do Gaivota, em Itanhaém, e da Praia Grande, ambas no litoral sul de São Paulo. "A praia tem muito espaço, é mais ampla e, além disso, costuma ter mais vento", diz.
Para quem quer começar, Pádua, que já andava de patins desde criança, fala que primeiro é preciso aprender a manusear o kite, considerado por ele o mais difícil. Para isso, ele aconselha uma pipa sem tração de cerca de 1,4 metro. "A pipa menor não puxa, é mais para brincar. É bem legal também."