No gerenciamento de resíduos, o viés social e ambiental da Copa
© LOC
Para além do sucesso de nível técnico dentro de campo e de público nas arquibancadas, a Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013 ainda serviu como um grande e proveitoso teste para uma área que pouco aparece, mas que é uma das prioridades da organização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™: a de gerenciamento de resíduos.
Por meio de uma ação de sustentabilidade financiada pela Coca-Cola, a FIFA e o COL, que envolveu os administradores dos seis estádios e 19 cooperativas de catadores de lixo, o torneio realizado em junho deste ano coletou um total de 70 toneladas de materiais recicláveis.
“O projeto move dois eixos fundamentais do Brasil 2014: o social e o ambiental”, explica o gerente de limpeza e gestão de resíduos do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™, Ricardo Ribas. “Socialmente, pela participação dessas cooperativas de catadores, que tiveram sua profissão valorizada e demonstraram uma capacidade incrível de trabalhar organizadamente, em equipe. E, claro, ambientalmente, fizemos questão de seguir a Política Nacional de Resíduos Sólidos do governo brasileiro e focar na separação e destinação correta dos resíduos.”
O fato de o COL adotar uma gerência dedicada especificamente à limpeza e à gestão de resíduos já diz muito a respeito da relevância do viés ambiental para a Copa do Mundo da FIFA 2014. A Copa das Confederações da FIFA serviu como ensaio de um processo que funcionou com eficiência: foram selecionadas as 19 cooperativas – para um total de 240 cooperados - e, na véspera dos jogos, nos dias em que havia partidas e nos dias seguintes a elas, esses catadores faziam seu trabalho de pré-triagem: separar os resíduos recicláveis dos não-recicláveis. Para isso, foram remunerados, receberam uniformes e os chamados EPIs (equipamentos de proteção individual) e tiveram assegurado o transporte dos resíduos até suas respectivas cooperativas – onde foi realizada a segunda etapa da separação.
“A intenção agora é que, para 2014, possamos acertar ainda mais a operação: teremos mais tempo para desenvolver os processos de seleção das cooperativas, de capacitação e de coordenação das atividades”, conta Ribas. “Uma intenção, por exemplo, é que tenhamos as cooperativas atuando ao longo de mais dias de torneio, e não apenas nos períodos dos jogos.”
Mas o certo é que, já na Copa das Confederações, o benefício para as cooperativas foram notáveis, assim como os resultados para o meio ambiente. Esses resultados e experiências serão discutidos no 2º Workshop de Treinamento em Sustentabilidade para Operadores de Estádios, entre os dias 7 e 8 de novembro, no Recife, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os principais atores do projeto e assegurar um gerenciamento de resíduos efetivo na Copa do Mundo da FIFA. Na Copa das Confederações da FIFA, cerca de 40% do total de resíduos gerados foi separado. Segundo Ribas, o objetivo em 2014 é de levar esse número a pelo menos 80%.
De fato, o objetivo da FIFA e do COL é o de que áreas como a proteção ao meio ambiente, o combate às mudanças climáticas e o gerenciamento adequado de resíduos ocupem uma posição de destaque na organização da Copa do Mundo e no legado deixado pelo evento. Tem sido assim desde o anúncio da Estratégia de Sustentabilidade da Copa do Mundo da FIFA 2014™, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro (Rio+20), em junho de 2012.

"Nossas experiências anteriores já mostraram quanto o gerenciamento de resíduos é um aspecto fundamental da Sustentabilidade dentro das Copas do Mundo da FIFA. O fato de o governo brasileiro ter adotado recentemente políticas muito claras a respeito dos resíduos é algo que dá ainda mais importância para esse assunto em 2014", diz o diretor de responsabilidade social corporativa da FIFA, Federico Addiechi. "Estamos muito contentes com o que conseguimos até aqui, especialmente por termos conseguido trabalhar lado a lado com as cooperativas locais para fazer do evento algo mais sustentável."