terça-feira, 1 de outubro de 2013

Oslo converte lixo importado em energia; assista

25/09/2013 - 10h58

Oslo converte lixo importado em energia; assista


DA BBC BRASIL
Ouvir o texto



Esqueça o carvão, o petróleo ou o gás de xisto. Na Noruega, pelo menos, é o lixo residencial que está ganhando espaço como fonte de energia.
No interior da usina de Klemetsrud, a sudeste de Oslo, dezenas de milhares de toneladas de lixo são empilhadas todos os dias formando grandes muralhas.
Ali, os resíduos de milhões de residências da Noruega, do Reino Unido e de outros países são transformados em aquecimento e eletricidade para a cidade de Oslo.
Antes de chegar ao local, o lixo passa por uma triagem. Tudo o que pode ser reaproveitado é separado. Mesmo assim, mais de 300 mil toneladas de dejetos não recicláveis são geradas por ano na capital norueguesa.
"Quatro toneladas de lixo têm o mesmo potencial energético do que uma tonelada de óleo combustível", diz Pal Mikkelsen, diretor da agência responsável pela transformação de lixo em energia de Oslo.
Uma tonelada de óleo combustível, diz Mikkelsen, poderia aquecer uma casa por metade de um ano.
Com rígidos controles para eliminar os gases oriundos da incineração do lixo, Oslo acredita que converter lixo em energia possa ajudá-la a reduzir pela metade as emissões de dióxido de carbono (CO2) nos próximos 20 anos - tornando a cidade, cuja riqueza foi construída a partir da exploração do petróleo, uma das mais verdes do planeta.
ESCOLAS VERDES
O processo de aproveitamento energético do lixo é simples. Os dejetos, tonelada por tonelada, são despejados em um incinerador e queimados a uma temperatura de 850ºC.
Mas nem tudo é queimado. Latas velhas e molas de colchão, por exemplo, são deixadas de fora. No final do processo, restam apenas cinzas, metais que podem ser reciclados e muito calor.
Esse calor é usado para ferver água. O vapor movimenta uma turbina, que gera eletricidade. A água fervente é depois bombeada da usina a casas e escolas públicas de Oslo, ajudando a população a se manter aquecida no rigoroso inverno norueguês.
Na capacidade máxima, a usina fornecerá aquecimento e eletricidade para todas as escolas de Oslo e aquecimento para 56 mil casas.
Entretanto, Lars Haltbrekken, presidente de uma instituição local de preservação ambiental, vê um lado negativo em tudo isso. Para ele, o sistema cria um ciclo vicioso em que há um estímulo para produzir mais lixo a fim de gerar energia.
Haltbrekken diz que objetivo principal deveria ser reduzir a quantidade de lixo, reutilizar o que se pode reutilizar, reciclar e, só em quarto lugar, queimar e usar o lixo para fins energéticos.
Mas, segundo ele, foi criado "um excesso de capacidade nessas usinas na Noruega e na Suécia. Nós nos tornamos dependentes em produzir mais e mais lixo."


ENVIO DO LIXO
Os defensores da ideia discordam de Haltbrekken. Eles destacam que todas as usinas que transformam lixo em energia na Europa são capazes de consumir apenas 5% da quantidade anual dos dejetos que iria parar em aterros sanitários.
Eles dizem que a Noruega, bem como outros países, está ajudando a eliminar parte do lixo da melhor maneira possível.
Oslo, por exemplo, compra o lixo de duas cidades britânicas, Leeds e Bristol. O investimento compensa. Em vez de pagarem para que os dejetos sejam encaminhados a aterros sanitários após o processo de reciclagem, os governos locais se livram do seu lixo pagando à capital norueguesa.
A revolução originada a partir da transformação do lixo em energia pode ser ainda observada nas ruas de Oslo.
Ali 144 ônibus são movidos anualmente a um biocombustível à base de restos de comida.
Um quilo de dejetos orgânicos produz meio litro de combustível, a partir de um processo químico desenvolvido por uma universidade local.
Mikkelsen acredita que o projeto poderia ser adotado no restante da Europa, o que traria grandes benefícios para o continente.
"Se feito corretamente, isso significaria uma recuperação de muitos materiais - e uma queda acentuada do que vai parar nos aterros", avalia.

Só está começando! Não ao subsídio bolivariano!

PERDA SALARIAL

Servidor de nível superior teme prejuízo em proposta da prefeitura de São Paulo

Arquitetos, engenheiros e geólogos reivindicam índice para reajuste salarial. Gestão Haddad propõe alterar forma de remuneração para subsídios, incorporando as gratificações nos salários
por Viviane Claudino, da RBA publicado 30/09/2013 17:34, última modificação 30/09/2013 18:53
0 Comments
ROUXINOL COMUNICAÇÃO
Arquitetos e engenheiros
Servidores protestam em frente à Prefeitura de SP, no dia 16, contra a proposta de alteração para subsídios
São Paulo – Arquitetos, engenheiros e geólogos, concursados da prefeitura de São Paulo, organizam uma caminhada na quarta-feira (2), a partir das 13h, do Teatro Municipal até o gabinete do prefeito, no centro da capital. Eles querem uma audiência com Fernando Haddad (PT), uma vez que não aceitam a proposta do órgão municipal para alterar a forma de remuneração dos servidores municipais, com nível universitário, para subsídios, como propõe a atual gestão.
Com a mudança, os trabalhadores terão incorporados aos seus salários as gratificações do funcionalismo público. Isso significa dizer que o governo propõe o fim do quinquênio e sexta-parte (valor adicional pago após 20 anos de trabalho), por exemplo, o que pode representar uma perda de até 30% para os servidores com mais tempo de casa, até o final da gestão, em 2016, nos cálculos de sindicalistas.
Nos últimos dez anos, os salários dos servidores municipais foram reajustados quatro vezes em 0,01% e três vezes em 0,1%, totalizando 0,35% de reajuste desde 2003.
A fim de discutir um índice para o reajuste, representantes dos servidores e do poder público municipal têm debatido o assunto em reuniões de mesas centrais e grupos de trabalho desde julho, com a retomada do Sistema de Negociação Permanente (Sinp), convênio criado na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy e não renovado nas administrações seguintes. A última reunião ocorreu no dia 24 e a próxima está agendada para o dia 8.
Nos dois últimos encontros (6 e 24), em vez de apresentar um índice para reajuste salarialo governo municipalpropôs aos representantes dos sindicatos dos Engenheiros, Arquitetos, Geólogos e Servidores Municipais a alteração na forma de pagamento, e apresentou uma tabela com os valores de correção.
Com a proposta, os trabalhadores terão inseridos nos salários as gratificações do servidor público, como quinquênio, sexta-parte, DAS (cargos de chefias incorporados após cinco anos de exercício), gratificação por desempenho, vale-refeição, VOP (remunerações devidas por outros remanejamentos de leis anteriores), entre outros. “Isso é um retrocesso na categoria porque estamos falando em defasagem salarial, o que vai nos deixar cada vez mais distantes da realidade do mercado”, afirma o arquiteto e delegado sindical do Sindicato dos Arquitetos do Sindicato de São Paulo (Sasp) Breno Berezovsky.
Um engenheiro nior, com 25 anos de trabalho na prefeitura e cargos de chefia incorporados ao salário, tem um rendimento bruto atual de R$ 9.689,37Com a nova tabela o seu salário seria reduzido para o valor de R$ 8.640,00 (equivalente a S12 na tabela), valor 11% menorPara complementar o pagamento, a diferença seria diluída no salário a título de VOP, atingindo o mesmo valor bruto de hoje somente em 2016.
Já o salário atual para ingressar na carreira é de R$ 2.977,69. Com a proposta do governo municipal, os valores do piso passariam para R$ 4.340,16 em 2014; R$ 4.723,51 em 2015 e R$ 5.231,34 em 2016. O valor reivindicado pelos servidores é de R$ 5.500, valor do piso no mercado de trabalho.

Atualmente, existem cerca de 7.500 servidores com cargos de especialistas com nível superior. Desses, arquitetos, engenheiros e geólogos somam aproximadamente 1.800 trabalhadores, sendo 600 com salários entre R$ 2.900 e R$ 4.900, e 1.200 trabalhadores com salários entre R$ 5.200 e R$ 8.700. "A maioria dos servidores tem aposentadoria prevista para os próximos dois anos", afirma o engenheiro e delegado sindical do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) Sérgio Souza.
Segundo ele, estudo realizado pela entidade mostra que a tabela beneficia cerca de 34% (640) dos servidores com menos tempo de casa, os outros 66% (1.230) perdem com os novos valores ou têm seus salários congelados até o final da gestão.
Ele afirma que essas condições são favoráveis somente para atrair novos funcionários e que não há nenhum esclarecimento em relação a um plano de carreiras ou condições para aposentadoria. “Eles nos apresentaram essa proposta sem nenhum critério e não foi dito nada em relação a um plano de promoções. Hoje temos 13 níveis para salários de especialistas, eles aumentaram para 18, mas não sabemos quais critérios para essas mudanças.”
Segundo os trabalhadores, a justificativa para tal proposta é que o conceito de subsídio trataria todos os vencimentos do servidor como remuneração única, agrupando e substituindo gratificações, adicionais, abonos e vantagens, assim o pagamento dos trabalhadores passaria a ter um valor fixo. “Onde existe esse tipo de subsídio as categorias não têm aumento salarial, exceto quando o governo quer entregar, assim os sindicatos teriam participação para negociação de outros tipo de benefícios, que não incluem os econômicos”, afirma Sérgio Souza.
Para Breno Berezovsky, a valorização dos trabalhadores e a atualização de valores é um compromisso de campanha e esse comprometimento tem ficado cada vez mais abandonado. "Se você opta por uma carreira pública é porque você quer contribuir para o macro da cidade, mas se você não tiver uma contra partida, para viver numa cidade adequada dentro das suas expectativas, você acaba abandonando isso", afirma.
A assessoria de comunicação de Haddad foi procurada na última sexta-feira (27), mas não respondeu aos questionamentos apresentados pela RBA.