quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Poluição do ar mata mais do que acidentes de trânsito em São Paulo, diz pesquisa


20/9/2013 às 00h30

Poluição do ar mata mais do que acidentes de trânsito em São Paulo, diz pesquisa


Outro estudo mostrou que 91% dos paulistanos estão preocupados com a qualidade do ar
Fernando Mellis, do R7
Pesquisa do Ibope mostrou que a poluição do ar é considerada problema grave ou muito grave para 91% dos paulistanosWerther Santana/Estadão Conteúdo
Um estudo feito pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade em parceria com professores da USP (Universidade de São Paulo) mostra que o número de mortes decorrentes da poluição do ar é quase o dobro das causadas por acidentes de trânsito no Estado de São Paulo. O resultado da pesquisa será divulgado na segunda-feira (23), na capital.
A médica e presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, adiantou que, anualmente, morrem 15 mil pessoas em São Paulo em decorrência da poluição, enquanto cerca de 7.900 pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito. O número ainda é subestimado, considerando apenas as mortes de regiões onde há estações de medição de poluentes.
Uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, divulgada na segunda-feira (16), mostrou que a poluição do ar na cidade de São Paulo preocupa 91% dos entrevistados. Evangelina Vormittag comentou o resultado.
— Eu fiquei bastante feliz em ouvir que os paulistanos se preocupam [com a poluição]. 91% consideram a questão da poluição grave ou muito grave. Além disso, eles acham que a qualidade do ar diminuiu.
Os caminhões foram apontados por 41% dos entrevistados como os principais responsáveis pela poluição do ar, seguidos dos veículos velhos em geral e dos ônibus. Mais da metade dos que responderam à pesquisa deixaria de usar o carro diariamente em favor do meio ambiente.
Pesquisa
Caminhões e veículos velhos são os vilões da poluição do ar, segundo levantamento do IbopeWerther Santana/Estadão Conteúdo
A pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo” foi feita ao longo de seis anos — de 2006 a 2011 — e utilizou como base a análise do poluente PM 2,5 (material particulado). A comparação foi feita com níveis considerados seguros pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e foi utilizada para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição. Evangelina alerta para o risco desse tipo de poluente.
— No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadores de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão.
O estudo teve apoio dos professores e doutores Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e equipe, e de Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP. A apresentação completa será feita a partir das 17h30 da próxima segunda-feira, na Câmara Municipal.