sábado, 29 de junho de 2013

Relatórios ambientais já chegaram à quarta geração

Relatórios ambientais já chegaram à quarta geração


Noticiário cotidiano - Geral
Qua, 26 de Junho de 2013 09:02

http://portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/geral/22448-relatorios-ambientais-ja-chegaram-a-quarta-geracao
A Conferência Global sobre Sustentabilidade e Relatórios Corporativos, organizada pelo Global Reporting Initiative, realizada em Amsterdam entre os dias 22 a 27 de maio, definiu a quarta geração de diretrizes para os relatórios de sustentabilidade a serem adotados pelas empresas. O objetivo é aumentar o número de empresas relatando informações ambientais, sociais e de governança (da sigla em inglês ESG - Environment, Social & Governance) e, com isso, elevar o nível da relevância das informações. As medidas preconizam o engajamento dos públicos estratégicos, como governos e organizações não governamentais (ONGs) e o aprimoramento dos indicadores relativos à emissão dos gases de efeito estufa do Carbon Disclosure Project (CDP) e sobre a cadeia de suprimentos e de anticorrupção.

"Hoje o que se vê é um grande número de empresas, cujos quadros de funcionários que trabalham com sustentabilidade dominam esse tema. Porém, se esbarra em muitas outras que acham que o assunto pode virar um indicador negativo e transformam o relatório em peça de marketing", declara Glaucia Terreo, diretora no Ponto Focal GRI no Brasil. Para ela, o foco dos relatórios sobre sustentabilidade depende muito dos principais executivos das empresas, que nem sempre estão envolvidos com essas questões. Esses dirigentes de empresas, segundo Glaucia, costumam estar tão preocupados com os negócios do dia a dia que acabam relegando a sustentabilidade a uma questão cosmética. Muita coisa precisar evoluir a partir do avanço intelectual na forma de fazer cálculos e medir as coisas. Não se trata simplesmente de publicar um relatório.

Cerca de 250 empresas produzem relatórios no Brasil. A maioria está na curva de aprendizado, de acordo com o Global Reporting Initiative, mas uma parte já enxerga o documento como ferramenta dos negócios. Dessa elite fazem parte cerca de 30 companhias listadas na bolsa que causam impactos ambientais, têm interação com o mercado internacional e CEOs que encaram o relatório de sustentabilidade como uma peça importante para a tomada de decisões. O retorno é importante para a reputação e a credibilidade da organização, para administrar a relação com a comunidade e stakeholders (principais interessados), com o negócio e para melhorar a própria gestão, porque um relatório ajuda a perceber as relações transversais dentro da companhia. "Maior transparência torna a empresa mais atraente para o investidor. Há impacto na atividade, mas a possibilidade de acidente e escândalo é menor", afirma Glaucia Terreo, do GRI.

O engajamento do público estratégico é importante para avaliar o impacto da atividade desenvolvida pela empresa. "A ideia é que a sociedade seja a auditoria do relatório. O que falta ao Brasil é essa maior interação entre as empresas e os stakeholders", afirma. Algumas empresas têm chamado especialistas, muitas vezes antagônicos, para participar da discussão. As empresas que são mais maduras vão pegar os diagnósticos apontados para completar o engajamento, assumindo o problema e estabelecendo metas de melhoria", diz a diretora do GRI.

"Nos últimos dez anos, o esforço de elaboração dos relatórios de sustentabilidade teve um crescimento expressivo no Brasil, principalmente pelas empresas listadas em bolsa. Mas a qualidade ainda está aquém da quantidade", afirma Clarissa Lins, diretora-executiva da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). As diretrizes do Global Reporting Initiative, segundo ela, tiveram papel fundamental, mas as empresas se perderam na aplicação. A expectativa é que o processo de amadurecimento leve as organizações a produzir relatórios focados no que realmente interessa.

A experiência ensina que uma boa peça não precisa ser um calhamaço interminável e pode incorporar recursos de mídia, principalmente na versão online, que ajudam o interessado a se aprofundar no trabalho. A Shell internacional, por exemplo, definiu um limite de 60 páginas para seus relatórios. Um documento que traga depoimento de atores ou cria um link para estudo acadêmico pode criar um relato mais crível e equilibrado ao mostrar que a empresa está preparada para os desafios. "Hoje ainda persiste a cultura de que o que é ruim não é para ser dito. Quem destaca só impactos positivos acaba gerando desconfiança. Relatório não é peça de propaganda", afirma Clarissa Lins, da FBDS.

Relatórios que revelam competência são importantes não apenas para melhorar a imagem das companhias. Eles podem representar também uma conquista de uma fatia maior do mercado, além de aumentar a fidelização do consumidor. Esses documentos, quando bem preparados, também produzem impactos na melhoria de gestão e processos. Como muitas agências de fomento costumam premia a melhor gestão ambiental, também são importantes para garantir crédito facilitado.

"Muitas empresas estacionaram no nível das melhores práticas, outras querem aprender o que há de melhor. O foco na relevância e na cadeia de valor, além de uma definição melhor do papel da liderança, são importantes na concepção de um relatório corporativo. Outro movimento é o do relatório integrado, que aproxima as áreas financeiras e de sustentabilidade das empresas. A agenda nem sempre é fácil. É um desafio que as algumas companhias já começam a encarar com maior maturidade", acrescenta Clarissa.

Fonte: Valor Econômico/ Paulo Vasconcellos | Para o Valor, do Rio

União Europeia pede "ações concretas" de Obama sobre aquecimento global



MEIO AMBIENTE - 
Artigo publicado em 26 de Junho de 2013 - Atualizado em 26 de Junho de 2013

União Europeia pede "ações concretas" de Obama sobre aquecimento global

A comissária Connie Hedegaard, responsável pelas ações contra as mudanças climáticas na Comissão Europeia.
A comissária Connie Hedegaard, responsável pelas ações contra as mudanças climáticas na Comissão Europeia.
Reuters/B Mathur

http://www.portugues.rfi.fr/geral/20130626-uniao-europeia-pede-acoes-concretas-de-obama-sobre-aquecimento-global
RFI
A União Europeia saudou hoje o plano do presidente americano, Barack Obama, para combater as mudanças climáticas, anunciado ontem, mas disse esperar que o comprometimento se transforme em ações. A organização Greenpeace também pediu o mesmo.

“O plano de ação divulgado pela Casa Branca anuncia um certo número de boas intenções que devem agora ser traduzidas em ações concretas”, declarou a comissária europeia para o Clima, Connie Hadegaard, por comunicado. “Nós esperamos, em 2015, um comprometimento firme dos Estados Unidos para reduzir as suas emissões nacionais de gases de efeito estufa.”
Hadegaard ainda pediu que a colaboração do governo americano para um acordo na Organização da Aviação Civil Internacional a fim de reduzir as emissões de gases feitas pelos aviões. A UE espera que Washington permita a assinatura de um acordo de diminuição de gases na próxima cúpula da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Paris, em 2015. A recusa dos Estados Unidos em 2009 contribuiu para o fracasso da cúpula de Copenhague.
Extraoficialmente, membros da Comissão Europeia comentaram hoje que “por enquanto, as posições americanas não mudaram”. Os Estados Unidos renovaram o comprometimento de reduzir as emissões em 17% em relação aos níveis de 2005, o que é “insuficiente” em comparação ao que os europeus têm realizado e “longe” do esforço pedido por cientistas para limitar o aquecimento do planeta. Os europeus se engajaram na redução de 20% da poluição em relação aos níveis de 1990. De acordo com a Agência Internacional de Energia, os Estados Unidos foram responsáveis por 16% das emissões de gases poluentes em 2012, contra 11% para a União Europeia.

Plano mira oleoduto
Obama lançou, na terça-feira, um novo plano de combate à mudança climática, propondo limitar as emissões de carbono em todas as usinas energéticas norte-americanas, e sinalizando que irá impedir a construção do oleoduto Keystone XL se ficar provado que ele contribuirá para o efeito estufa. O plano presidencial, há tempos aguardado, foi detalhado num discurso na Universidade Georgetown.
A organização ambiental Greenpeace pediu a Obama para “cumprir as promessas”, sobretudo em relação ao oleoduto. “Sabendo que o oleoduto Keystone XL levará a um forte aumento das emissões de gases de efeito estufa, é claro que o presidente Obama deve rejeitar este projeto”, declarou a ONG, por comunicado.
O setor do carvão, fortemente atingido pelos limites nas emissões, criticou o projeto, assim como a oposição republicana, que acusou o democrata Obama de promover políticas nocivas à economia. No primeiro mandato de Obama, uma tentativa de reduzir as emissões com um sistema de limites e créditos de carbono esbarrou na resistência do Congresso. Além disso, a demora do governo em autorizar a construção do oleoduto Keystone XL, ligando o Canadá ao sul dos EUA, irritou grupos empresariais e políticos republicanos.
"Nosso interesse nacional só será atendido se esse projeto não exacerbar significativamente o problema da poluição por carbono", disse Obama, sobre o oleoduto. "Os efeitos líquidos do impacto do oleoduto sobre o nosso clima serão absolutamente críticos para determinar se esse projeto será autorizado a seguirá adiante", acrescentou.
O governo deve anunciar sua decisão no final de 2013 ou no começo de 2014. Obama disse também que usará seus poderes executivos para orientar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) a redigir novas regras sobre emissões, aplicáveis a milhares de usinas elétricas dos EUA, a maioria das quais queimam carvão, e que respondem por cerca de um terço das emissões de gases do efeito estufa dos EUA. O presidente ironizou críticos que questionam a ocorrência da mudança climática, descrevendo-os como a "sociedade da terra plana".

Queimadas na Indonésia provocam poluição recorde em Cingapura

CINGAPURA - 
Artigo publicado em 22 de Junho de 2013 - Atualizado em 22 de Junho de 2013

Queimadas na Indonésia provocam poluição recorde em Cingapura


Fachada do ArtScience Museum em Cingapura coberta por uma névoa de poluição.
Fachada do ArtScience Museum em Cingapura coberta por uma névoa de poluição.
REUTERS/Edgar Su

RFI
Uma forte névoa causada por incêndios florestais na  Indonésia provocou níveis recordes de poluição na vizinha Cingapura. O governo pediu que as pessoas permaneçam em ambientes fechados e evitem sair nas ruas enquanto a qualidade do ar não melhorar.

A organização ambiental Greenpeace afirmou neste sábado que queimadas nas plantações para extração de óleo de palma na ilha de Sumatra são as responsáveis pela densa névoa que cobre a cidade-estado de Cingapura. A nuvem de poluição também atinge partes da Malásia.
"Uma análise do Greenpeace baseada em dados da NASA em Sumatra colhidos entre os dias 11 e 21 de junho mostram que centenas de focos do incêndio se situam no interior das plantações de óleo de palma cujos proprietários são empresas da Indonésia, da Malásia ou de Cingapura”, diz comunicado divulgado pelo grupo. Os ambientalistas pedem ainda que os “produtores de óleo de palma enviem imediatamente bombeiros para apagar o fogo”.
A ONG  "Eyes of the Forest" (os olhos da floresta), que é parceira do WWF, também acusou produtores de celulose da Indonésia de provocarem queimadas que são a causa da nuvem de poluição. Um alto conselheiro da presidência da Indonésia, Kuntoro Mangkusubroto, afirmou que há fortes evidências de focos de incêndio nas áreas das empresas de celulose  APP e April, gigantes mundiais do setor. A APP negou a acusação e disse que pratica uma política de tolerância zero com queimadas. Já a April não quis fazer comentários.
Há uma semana, a cidade-estado de Cingapura está coberta por uma névoa de poluição que atingiu níveis alarmantes ontem. As autoridades locais informaram que a fumaça pode “representar uma ameaça para a vida de pessoas idosas e com a saúde fragilizada”. Neste sábado de manhã, o índice de poluição continua considerado “perigoso”.