sexta-feira, 24 de maio de 2013

Usina solar do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, é inaugurada

20/Maio/2013

Usina solar do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, é inaugurada


http://www.piniweb.com.br//construcao/sustentabilidade/usina-solar-do-estadio-do-mineirao-em-belo-horizonte-e-289468-1.asp

Sistema tem potência instalada de 1,42 MWp, com cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos. Energia gerada pode atender cerca de 900 residências de médio porte


Rodrigo Louzas

O Governo de Minas Gerais e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) promoveram na última sexta-feira (17) a cerimônia de entrega da Usina Solar Fotovoltaica (USF) do Mineirão. O projeto faz parte do Projeto Minas Solar 2014 e foi financiado em 80% com fundos do Banco de Desenvolvimento da Alemanha, Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW).
Renato Cobucci/Divulgação Governo de Minas Gerais
A USF Mineirão tem potência instalada de 1,42 MWp, com cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos. Toda a energia gerada será injetada na rede de distribuição da Cemig por meio da subestação de alimentação do estádio, sendo que 10% vai retornar à Minas Arena e será utilizada dentro do Mineirão. A energia produzida será capaz de atender, aproximadamente, 900 residências de médio porte.
A usina começou a ser montada em dezembro do ano passado, com os trabalhos de preparação e impermeabilização da cobertura para a montagem das estruturas metálicas de suporte das placas fotovoltaicas. A USF contribuirá para que o Mineirão seja reconhecido como uma edificação sustentável e obtenha a certificação de Green Building.
Além do Mineirão, o projeto também prevê a implantação da USF Mineirinho, que terá uma potência de 1,1 MWp e está em processo de elaboração de edital.
Renato Cobucci/Divulgação Governo de Minas Gerais
Renato Cobucci/Divulgação Governo de Minas Gerais
Leia Mais:Usina solar começa a ser instalada na cobertura do estádio do Mineirão Obras de reforma do estádio Mineirão são concluídas

Briga entre vizinhos por barulho


Briga entre vizinhos por barulho deixa três mortos em Santana de Parnaíba

Homem se irritou com barulho no andar de cima, invadiu apartamento e matou casal a tiros; ele se matou em seguida

24 de maio de 2013 | 7h 20


Clarice Cudischevitch - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Três pessoas morreram após uma briga entre vizinhos em Santana do Parnaíba, na noite de quinta-feira, 23. Vicente D'Alessio Neto se irritou com o barulho que um casal fazia no andar de cima, pegou um revólver de calibre 38 e entrou no apartamento dos vizinhos, por volta das 21h. O prédio fica na Avenida Marcos Penteado Uchôa Rodrigues.
Veja também:

Condomínio de luxo onde ocorreu o crime. Casal deixa um bebê de um ano e meio - Reprodução TV Globo/AE
Reprodução TV Globo/AE
Condomínio de luxo onde ocorreu o crime. Casal deixa um bebê de um ano e meio
Ele disparou seis tiros, matando Fabio de Rezende Rubim, que era subsíndico do prédio, e a mulher, Miriam Cecilia. Em seguida, Vicente se matou dentro do elevador. A filha de um ano e meio das vítimas também estava na casa, mas não ficou ferida. No momento, ela está com a avó.
Segundo a esposa de Vicente, o marido havia chegado em casa por volta das 20h e estava assistindo televisão quando se irritou com o barulho no 12º andar. Ele gritou com os vizinhos da sacada e decidiu pegar a arma e ir até o apartamento do casal.
Em depoimento, a mulher de Vicente afirmou que tentou impedir o marido de sair com a arma, mas não conseguiu. Vizinhos relatam que as brigas entre os vizinhos eram recorrentes. Vicente tinha permissão para porte de armas. Os corpos estão no Instituto Médico Legal aguardando liberação.

Made in Rio


Haddad quer cercar Cantareira para reduzir impacto do Rodoanel Norte

18 de maio de 2013 | 2h 04


CAIO DO VALLE - O Estado de S.Paulo
Para reduzir os impactos do Trecho Norte do Rodoanel, em construção desde março, a Prefeitura de São Paulo quer muros ou grades no entorno do Parque Estadual da Cantareira, criado em 1963 entre a zona norte da capital e outros municípios. A ideia para evitar ocupações irregulares foi anunciada ontem pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e recebeu a aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A intenção de Haddad é que a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), empresa estadual responsável pela construção do Rodoanel, possa cercar o perímetro de quase 40 quilômetros da área verde, uma das principais reservas de Mata Atlântica remanescentes em São Paulo. Segundo o petista, seria uma contrapartida da obra rodoviária, polêmica entre ambientalistas e defensores da floresta.
"É um investimento que, na minha opinião, seria de grande valia para a cidade de São Paulo e para a Região Metropolitana, em função do fato de que se trata de um patrimônio da humanidade", declarou ontem Haddad, ao lado de Alckmin, em um evento na sede da Prefeitura, onde foi confirmada a data para aumento das tarifas de ônibus, metrô e trens (leia mais na página A26).
Em seguida, o governador disse que "anotou" o objetivo do governo municipal e avaliará o gasto necessário para a implementação. "Anotei aqui porque acho que essa é uma boa proposta. Vamos avaliar o custo e verificar, mas acho que é a lógica da compensação ambiental: você sempre trazer um benefício a mais para a população."
Não ficou claro se a medida trará despesas extras à obra do Trecho Norte, que, de acordo com a Dersa, custará R$ 5,6 bilhões, entre construção, compensações ambientais, desapropriações e ações complementares. O percurso desse ramal do Rodoanel será de 44 km, com conclusão prevista para 2016.
Por enquanto, as compensações ambientais desse empreendimento giram em torno de ações como o plantio de 1,7 milhões de mudas de espécies nativas e o pagamento de R$ 24,3 milhões pela Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação. A Dersa informou que o Trecho Norte "passará ao sul da Serra da Cantareira e não cortará o Parque Estadual" e "as interseções com o parque serão feitas em dois túneis que somam 2,8 km".
Haddad disse que quer deixar o Parque da Cantareira cercado como os Parques Anhanguera, que é municipal e fica na zona norte, e o estadual Fontes do Ipiranga, na zona sul.
Reserva ameaçada. Com 7,9 mil hectares, o Parque Estadual da Cantareira fica entre São Paulo, Caieiras, Mairiporã e Guarulhos. Segundo a Secretaria Estadual do Verde, é tido como uma das maiores florestas urbanas do mundo.
Em 1994, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o classificou como parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo, onde está a maior porção do Cantareira. Nas últimas décadas, o parque tem sofrido com invasões que diminuíram a cobertura verde (veja ao lado).
Moradias humildes e até mansões foram sendo construídas sem autorização ao longo do tempo. Para o ambientalista Maurício Waldman, doutor em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a discussão sobre a instalação de grades ou muros no entorno do Cantareira é "inócua". "As pessoas precisam começar a pensar em um processo de ocupação do espaço mais decente e não ficar falando em paliativos, como colocar cerca."
A tese de Waldman foi sobre o Parque da Cantareira. Ele lembra que o cercamento de áreas por onde passam vias, sejam elas férreas ou rodoviárias, muitas vezes não funciona. "O processo de ocupação vai continuar ocorrendo."
Ainda na avaliação do especialista, o trânsito na cidade "não vai ser resolvido pelo Rodoanel", mas sim com planejamento da rede de transportes, principalmente pública.
Ontem, Alckmin disse que, quando os 178 km do anel viário estiverem prontos, 17 mil caminhões serão retirados por dia da capital, de vias como a Marginal do Tietê. Ele também diz que o Trecho Norte impactará fauna e flora da Serra da Cantareira. "Tem impacto de ruído, de material particulado emitido por veículos. E tem acidentes com transportes de cargas perigosas que podem derramar."

Flora nativa será repatriada na web


Flora nativa será repatriada na web

Espécies praticamente desapareceram das matas

23 de maio de 2013 | 2h 01


Sergio Torres / Rio - O Estado de S.Paulo
O repatriamento, mesmo que digital, de espécies da flora nativa levadas ao exterior nos últimos 300 anos permitirá a cientistas estudar vegetais praticamente desaparecidos das matas.
As amostras integram os acervos de instituições científicas de renome global, como o Museu Nacional de História Natural, de Paris, e o Kew Gardens, de Londres. Elas foram para a Europa na bagagem de integrantes de missões estrangeiras que percorreram o Brasil entre os séculos 17 e 20.
O cálculo de integrantes do programa Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira - Reflora é que, só nas coleções dos herbários dos museus parisienses e londrinos, há cerca de 540 mil amostras de exemplares da flora brasileira, cientificamente chamadas de exsicatas.
Criado em 2010 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa prevê investimentos de R$ 21 milhões. O dinheiro virá de agências de fomento federais e estaduais, do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e de empresas privadas, como a mineradora Vale e a Natura.
As informações dos acervos europeus serão incorporadas - em até três anos - ao herbário virtual do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que tem cerca de 44 mil registros de espécies. As primeiras já poderão ser consultadas a partir do meio deste ano.
Segundo o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, trazer as imagens ao Brasil, além de enriquecer e dinamizar o herbário do Jardim Botânico, estimulará a pesquisa, já que os estudiosos hoje não têm acesso a imagens de plantas que quase não são encontradas mais no País. "Outra ideia é conhecer como era nossa biodiversidade antes da perda de vegetação de áreas degradadas", disse Beirão. 

Passageiro clandestino...


23/05/2013 - 19h24

Novas pragas de países vizinhos ameaçam lavouras brasileiras


DA REUTERS

Pesquisadores brasileiros estão empenhados em detectar as pragas potenciais que podem atacar lavouras brasileiras nas próximas safras após um recente prejuízo bilionário provocado por um ataque inédito de um tipo de lagarta na última temporada.
A abertura de novas rotas rodoviárias para países vizinhos da América do Sul e o maior fluxo de turistas no Brasil em eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos podem elevar as chances de entradas de pragas exóticas, dizem especialistas.
"Estamos totalmente desorganizados contra as ameaças para o agronegócio e para a agricultura familiar. Nós somos muito vulneráveis. A partir do momento que entra uma praga, é um desarranjo total", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), Evaldo Vilela, no intervalo de um evento em São Paulo.
O pesquisador lembrou que, na mais recente safra de verão, lavouras de soja e algodão do oeste da Bahia sofreram com um inesperado ataque da lagarta helicoverpa, causando prejuízos estimados em R$ 2 bilhões, segundo estimativa do Ministério da Agricultura.
A helicoverpa é uma lagarta que historicamente atacava lavouras de milho, mas recentemente passou a ser encontrada em outras culturas.
Em março e abril, já no fim da safra, as autoridades federais autorizaram emergencialmente a comercialização de tipos adicionais de agrotóxicos para combater a praga.
Um estudo ainda inédito a que a Reuters teve acesso mostra que há 44 espécies de insetos e ácaros quarentenários ausentes no Brasil, mas presentes em pelo menos um país da América do Sul ou em Trinidade e Tobago.
O levantamento dos cientistas aponta que o recente aumento de trânsito de pessoas entre o Brasil e países vizinhos, inclusive devido a obras do governo federal para abrir melhores acessos rodoviários a países como o Peru, torna Estados como Acre e Roraima como os mais vulneráveis a novas pragas.
Das espécies que ocorrem atualmente apenas em países vizinhos, sete podem afetar a cadeia de citrus, cinco a cadeia da soja e do milho, três espécies podem atacar o algodão, uma espécie a cana e uma espécie o café.
"Mais trânsito de pessoas, mais entrada de pragas", disse a cientista Regina Suhayama, da consultoria Agropec, responsável pelo mapeamento.
Os pesquisadores afirmam que não há estudos sobre o impacto econômico causado pelas atuais infestações e nem sobre o prejuízo potencial do ataque de pragas ainda inexistentes no Brasil.
"Nem isso nós temos", afirmou Vilela, da SBDA.
Por outro lado, os especialistas são enfáticos em salientar que um controle antecipado é muito mais barato para o governo e para o setor privado do que combater quando o problema está instalado.
"Cada real investido na prevenção e no monitoramento se multiplica na casa das centenas", ressaltou a pesquisadora da Esalq/USP Silvia de Miranda, especializada em avaliar potenciais repercussões financeiras do ataque de pragas.
Os especialistas estiveram reunidos em um seminário técnico nesta quinta-feira, em São Paulo.

INDÚSTRIA
As indústrias de defensivos se preparam para um ano de maior demanda e também valores mais elevados em 2013, mas afirmam que este aumento é motivado principalmente por questões de mercado, com produtores se preparando para plantar mais uma grande safra de grãos, em meio a preços elevados no mercado internacional.
"O produtor capitalizado está fazendo um hedge (proteção) comprando defensivos, fertilizantes e sementes antecipadamente. Há uma predisposição ainda em 2013 para tentar obter uma produtividade maior", disse o diretor-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher.
O crescimento de vendas no setor de defensivos agrícolas deve ser de 7 a 8 por cento este ano, projetou Daher.
A demanda adicional em função de eventuais novas pragas não pode ser dimensionada, ressaltou o executivo.
Ao longo do desenvolvimento das lavouras em 2012/13 houve reclamação de produtores de falta de defensivos para combater ataques inesperados de pragas. Daher acredita que tenham sido "casos isolados" e garante que a indústria "está preparada" para ofertar maiores volumes.
A Bayer, importante indústria de agroquímicos do país, é um exemplo de empresa que se preparando para uma demanda crescente este ano, com ênfase no segundo semestre, ao otimizar a produção de sua unidade no Rio de Janeiro.
"Nós temos capacidade ociosa no comércio do ano e falta capacidade na segunda metade. Estamos tentando administrar isso da melhor forma possível", disse o presidente da empresa no Brasil, Theo van der Loo, em uma conversa com jornalistas na quarta-feira.

PREOCUPAÇÃO COM APROVAÇÕES
Além da capacidade industrial, as fabricantes do setor de defensivos se preocupam com a lentidão na aprovação de novos produtos pelas autoridades brasileiras para fazer frente a novas pragas.
"Você acha que a lagarta helicoverpa sabe qual é o calendário de reuniões do Ministério da Agricultura? O Brasil criou um marco regulatório federal e está hoje enroscado nele. A lagarta ganha da burocracia", disse Eduardo Daher.
"O que acontece hoje é que passa pelo Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa. Atualmente a Anvisa demora mais de 4 anos para analisar um processo, no caso dos agroquímicos", ressaltou van der Loo, da Bayer.

Eu acredito!


22/05/2013 - 14h35

Os céticos do clima já ganharam

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/martinwolf/2013/05/1282858-os-ceticos-do-clima-ja-ganharam.shtml

Martin Wolf
É comentarista chefe de Economia no jornal britânico "Financial Times". É membro honorário do Instituto de Política Econômica de Oxford e professor honorário da Universidade de Nottingham. Participa do Fórum de Davos desde 1999 e do Conselho Internacional de Mídia desde 2006. É doutor em letras pela Universidade de Nottingham e doutor em economia pela London School of Economics (LSE)


A humanidade decidiu bocejar e deixar que os perigos reais e imediatos das mudanças climáticas se acumulem. Foi esse o argumento que apresentei em minha coluna da semana passada. Nada que apareceu nas respostas à coluna enfraqueceu minha conclusão. Quando muito, as reações a reforçaram.
A julgar pela inação do mundo, os céticos climáticos já ganharam. Esse fato torna ainda mais surpreendente o sentimento que eles manifestam de terem queixas não atendidas. Para o restante de nós, a interrogação que fica é se ainda há algo que possa ser feito, e, se sim, o que é.
Ao analisar esta questão, uma pessoa racional certamente deve reconhecer o grau de consenso existente entre os cientistas climáticos quanto à hipótese do aquecimento provocado pelo homem.
Uma análise dos resumos de 11.944 artigos científicos revistos por pares, publicados entre 1991 e 2011 e redigidos por 29.083 autores, conclui que 98,4% dos autores que adotaram uma posição confirmaram o aquecimento global provocado pelo homem (antropogênico), 1,2% o rejeitaram e 0,4% se disseram incertos. Análises alternativas dos dados renderam proporções semelhantes.
Uma resposta possível consiste em insistir que todos esses cientistas se equivocaram. Isso é concebível, é claro. Cientistas já se equivocaram no passado. Mas rejeitar este ramo da ciência unicamente porque suas conclusões são tão incômodas é irracional, embora seja compreensível.
Isto nos conduz a uma segunda linha de ataque: insistir que esses cientistas foram corrompidos pelo dinheiro e a fama. A este argumento eu respondo: será mesmo? É plausível que uma geração inteira de cientistas tenha inventado e defendido um logro evidente para obter ganhos materiais (modestos), ciente de que a fraude será descoberta?
É mais plausível que os cientistas que rejeitam a visão mais comum o façam por justamente esses motivos, já que interesses poderosos se opõem ao consenso climático, e os acadêmicos do lado deles (os céticos) do debate são em número muito menor.
Infelizmente, por mais racional possa ser buscar reduzir o risco de resultados catastróficos, não é isso o que está acontecendo agora, nem parece provável que aconteça no futuro previsível.
Os dados sobre a queima de combustíveis fósseis desde meados do século 18 indicam um aumento regular nas emissões anuais de dióxido de carbono. É verdade que esses dados apontam para uma desaceleração no aumento das emissões anuais nas décadas de 1980 e 1990. Mas essa desaceleração foi invertida na década de 2000, quando a queima de carvão pela China aumentou (ver gráfico). Hoje, 30% do CO2 presente na atmosfera é diretamente devido à humanidade.
O que está por trás desse crescimento recente nas emissões está muito claro: o crescimento econômico de emparelhamento. A China foi responsável por 24% das emissões globais totais em 2009, contra 17% dos Estados Unidos e 8% da zona do euro. Mas cada chinês emite apenas um terço do volume emitido por um americano e menos de 4/5 do que é emitido por cada residente da zona do euro.
A China é uma economia emergente relativamente perdulária, em termos de suas emissões por unidade de produção. Mesmo assim, ela emite menos per capita que os países de alta renda, porque sua população ainda é relativamente pobre. Seus líderes consideram, justificadamente, que não existe razão moral para aceitarem um teto de emissões para cada indivíduo chinês que seja muito mais baixo que o nível ao qual os americanos consideram que têm direito.
À medida que os países emergentes se desenvolvem, as emissões per capita vão tender a subir em direção aos níveis presentes nos países de alta renda, com isso elevando a média global. É por essa razão que as emissões globais per capita subiram 16% entre 2000 e 2009, período marcado por crescimento acelerado nas economias emergentes.
Portanto, esqueça o discurso: não apenas os estoques de CO2 na atmosfera, mas até mesmo os fluxos de CO2 estão piorando. Os céticos convencidos de que o melhor a fazer é não fazer nada podem parar de reclamar: eles já ganharam.
E como ficamos nós, os outros? As chances de que a humanidade alcance a redução de emissões necessária para manter as concentrações de CO2 abaixo de 450 partes por milhão, com isso reduzindo em muito os riscos de uma elevação superior a 2ºC na temperatura global, são de quase zero. A redução de 25%-40% nas emissões dos países de alta renda até 2020, que seria necessária para conduzir o mundo a esse caminho, não vai acontecer.
Mas isso não quer dizer, de maneira alguma, que a inação deva continuar. A não ser que se concretize o cenário mais apocalíptico, a humanidade ainda pode reduzir as emissões e comprar tempo para sua sobrevivência. O que fazer, então, nesta situação tenebrosa? Seguem oito possibilidades.
Primeira: implementar impostos de carbono. Cobrar impostos sobre coisas negativas é sempre um bom começo. No contexto atual, as emissões de CO2 constituem uma coisa negativa.
Impostos são a maneira mais simples de deslocar incentivos. Como a receita tributária beneficiaria cada governo, ela poderia ser utilizada de modo pontual para reduzir outros impostos --sobre o emprego, por exemplo. As complexas questões de distribuição global poderiam ser ignoradas. Seria melhor se fosse possível os governos se comprometerem com uma tabela tributária crescente de longo prazo, proporcionando a investidores algum grau de previsibilidade do custo do carbono.
Segunda: optar pela energia nuclear. É graças a ela que a França é uma economia que gera tão pouco carbono. É um modelo ao qual outros países deveriam aderir, e não do qual deveriam fugir.
Terceira: impor padrões realmente rígidos de emissões a automóveis, eletrodomésticos e outros tipos de máquinas. A inovação cresceria em resposta a um misto de padrões de preços e regulamentação, como já aconteceu tantas vezes no passado. Se não nos atrevermos a perguntar, não saberemos do que as empresas são capazes em termos de inovação.
Quarta possibilidade: criar um regime global seguro de comércio de combustíveis de carbono mais baixo. Essa seria uma maneira de persuadir a China a afastar-se do consumo do carvão.
Quinta: desenvolver maneiras de financiar a transferência das melhores tecnologias possível para a criação e, ainda mais importante, a economia de energia em todo o planeta.
Sexta: deixar que os governos invistam em pesquisas e inovações em estágio inicial, adotando um misto de financiamento de pesquisas universitárias e apoio a parcerias público-privadas.
Sétima: investir na adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Este ponto certamente terá que ser foco de assistência ao desenvolvimento no futuro. Essa adaptação pode incluir deslocamentos populacionais em grande escala.
Finalmente: estudar a geoengenharia --a manipulação em grande escala do planeta para reverter as mudanças climáticas--, por mais tenebrosa essa ideia possa ser.
Nada disso será o suficiente para eliminar os riscos de mudanças climáticas gravemente adversas. Mas parece ser o melhor que podemos fazer agora, em vista das pressões econômicas.
A tentativa de afastar nossas escolhas daquelas que agora estão alimentando o crescimento constante das emissões fracassou. E vai continuar a fracassar, por enquanto. As razões disso são profundamente enraizadas. É provável que isso só mude diante da ameaça de mais desastres iminentes, e, até isso acontecer, é muito possível que já seja tarde demais. Trata-se de uma verdade deprimente, e é muito possível que seja um fracasso que condene a todos nós.
Tradução de CLARA ALLAIN