sábado, 21 de dezembro de 2013

Ladrões furtam 29 bicicletas da CET usadas em curso para ciclistas em SP

20/12/2013 - 12h15

Ladrões furtam 29 bicicletas da CET usadas em curso para ciclistas em SP


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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

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Eram 14. Agora é apenas uma. O número de bikes usadas no Pedalar com Segurança, curso gratuito para ciclistas de São Paulo oferecido pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), caiu drasticamente há uma semana.
Por volta das 6h de terça-feira (10), um grupo de ladrões entrou no centro de treinamento do órgão na zona oeste de São Paulo, onde as aulas são ministradas, e furtou 29 bicicletas que tinham sido doadas pela Caloi. Desse total, 13 eram do curso, e o restante servia a outras atividades.
A única bike que escapou da ação dos bandidos foi a que estava trancada numa sala de aula e era usada para ilustrar as explicações teóricas dos instrutores. Continuará tendo essa finalidade.
A CET manterá o curso, mas, a partir de agora, o aluno terá de levar a própria magrela. As inscrições estão abertas desde junho e podem ser feitas por qualquer ciclista maior de 18 anos por telefone ou pela internet. O órgão diz que abriu uma apuração interna e não detalhou como o crime ocorreu.
O Pedalar com Segurança tem como objetivo lembrar a pequenos grupos de ciclistas as leis de sobrevivência nas ruas da capital paulista, onde, só em 2012, 52 pessoas morreram de bicicleta, segundo a CET.
Karime Xavier - 3.out.2013/Folhapress
Ladrões furtam 29 bicicletas da CET usadas em curso de sobrevivência para ciclistas no trânsito de SP
Ladrões furtam 29 bicicletas da CET usadas em curso de sobrevivência para ciclistas no trânsito de SP
Com outros seis alunos, a Folha fez a aula em outubro. Na turma, havia um consultor em mobilidade urbana que já desceu os Andes de bicicleta, um trabalhador da área da saúde que pedalou pela Rio-Santos quando moço e um ex-motoboy dono de uma loja que reforma e aluga bikes por R$ 10 a hora.
A primeira parte do treinamento é teórica, com direito a quadro-negro e giz, com os quais a educadora Ana Maria Kind conduz os alunos da história da bicicleta (a primeira estável é de 1880) ao Código de Trânsito Brasileiro (que só as incluiu em 1997, 117 anos após surgirem).
"Não pedalarás na contramão" e "lembra-te do capacete ao saíres de casa e segue o código de trânsito para que se prolonguem teus dias na Terra" são alguns dos mandamentos ensinados ali. A educadora dá ainda dicas, como ajustar a altura do selim na medida certa: quatro dedos abaixo da cintura.
E há puxões de orelha nos alunos. Alexandre Santos, o que já se aventurou pela Rio-Santos e que hoje usa as ciclofaixas com as filhas, admitiu não ter capacete. Saiu pensando em comprar um.
Sua diversão com as crianças não é indicada por Ilana Berezovsky, a responsável pelo departamento de educação de condutores da CET. Para ela, não se deve permitir crianças de bicicleta na rua, pois são incapazes de se proteger mesmo com os pais.
A segunda metade do curso é prática. Aprende-se a sinalizar para os carros com as mãos e a não manter os olhos no chão quando se pedala.
José Carlos Vieira, educador da CET, diz que a maioria das quedas acontecem na hora de subir e descer das bikes. Para montá-las, deve-se incliná-las na direção do corpo.
Ao final do curso, a turma é informada de que todos foram aprovados. O que não garante pedaladas seguras do portão da CET para fora.
Poucos dias após ir à aula, um aluno deu com a cara numa árvore e fraturou um osso do rosto. Ele usava o celular enquanto pedalava. A prática é altamente condenada pelos educadores do curso.