quarta-feira, 12 de junho de 2013

Cidades que transformaram suas vias expressas em espaço público

No último artigo da série Conversas urbanas, Luc Nadal escreve sobre cidades que transformaram suas vias expressas em espaço público

http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/230/conversas-urbanas-cidade-transformada-de-vias-expressas-a-parques-288445-1.asp

Por Luc Nadal


Luc Nadal
Em Lyon, França, o projeto de recuperação das margens do rio inclui uma arquibancada de limestone com vista para o curso d'água, para a cidade e para um parque linear com amenidades e playgrounds projetados por Françoise Jourda e por IN SITU
Nem o amargo frio das tardes do fim de dezembro afastam os madrilenos do Parque Madri Rio, uma impressionante linha de 10 km com parques, praças e caminhos que são um popular ímã desde sua inauguração em 2011. Há pouco tempo, as águas irregulares do Manzanares, o único e esquecido rio da cidade, corriam em um canal de concreto triste, ao meio de uma pista viária. Cerca de 200 mil carros e caminhões passavam por ali todos os dias, nas duas margens do rio, apertado entre fumaças e barulhos. Levou cinco anos de uma construção ambiciosa para enterrar as longas faixas viárias e deixá-las longe da visão - ainda que não longe da existência.

O Parque Madri Rio não é um retiro bucólico no meio da cidade, mas uma série de espaços públicos animados, como continuação e reconexão do tecido da cidade que, por tanto tempo, foi mantida longe. O parque, nesse sentido, é altamente urbano. Ainda que espaços silenciosos e para descanso sejam parte de seu mix, a intenção principal é, claramente, intensificar a esfera pública pela justaposição de usos e de funções, eventos e atividades de todas as naturezas, tanto de forma estruturada quanto espontânea.