domingo, 17 de março de 2013

Green goal contra?


Secretário nomeia ex-assessores para comando de parques

Ao menos 15 áreas, a maioria na zona leste, já tiveram seus administradores substituídos pela nova gestão
Ricardo Teixeira (PV), que deve ser candidato a deputado em 2014, nega o aparelhamento da secretaria do Verde
DE SÃO PAULO
Ao menos 15 parques de São Paulo, quase todos da zona leste da cidade, já tiveram seus administradores trocados pela atual gestão.
Alguns deles se queixam de terem sido retirados do cargo sem receberem explicações da prefeitura.
Segundo funcionários dos parques ouvidos pela Folha, novos "síndicos" não têm familiaridade com o tema. Seus currículos mostram que a maioria não possui experiência em gestão ambiental.
O responsável pelo troca-troca é o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Ricardo Teixeira.
Vereador licenciado pelo do PV, Teixeira nomeou para administrar os parques Santa Amélia e Benemérito Brás dois de seus ex-assessores parlamentares na Câmara.
Teixeira -que deve ser candidato a deputado estadual em 2014- nega o aparelhamento da secretaria.
"Muitos foram trocados porque não trabalhavam direito. Alguns deles nem era m encontrados com frequência em seus locais de trabalho", afirmou, sem citar nomes.
Teixeira era a segunda opção do prefeito Fernando Haddad (PT) para a pasta. O primeiro escolhido, o também vereador Roberto Trípoli (PV), desistiu antes da posse.
Teixeira e Trípoli são do mesmo partido de Eduardo Jorge, que comandou a pasta entre 2005 e 2012, nas gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD).
Entre os novos administradores dos parques, apenas um tem formação superior na área ambiental.
Os outros, apesar de terem curso superior, não possuem experiências no setor.
Cursos listados nos currículos dos administradores foram feitos pela internet, alguns deles com duração de cerca de 40 horas.
De acordo com a legislação em vigor, todos os administradores de parques precisam ter formação superior. Em alguns casos, dependendo do local, eles precisam ter formação específica na área ambiental.
A legislação, entretanto, é vaga, e não determina que tipo de curso na área é necessário. Os salários para o cargo variam entre R$ 2.800 a R$ 4.000. A região e o tamanho do parque é que influenciam no valor recebido.
"O nosso RH disse que são legais os cursos apresentados. Não precisa ser curso superior na área ambiental", diz Teixeira. "Vamos fazer uma boa gestão dos locais."
Até agora, Teixeira já exonerou mais de cem pessoas na Secretaria do Verde.(EDUARDO GERAQUE E EVANDRO SPINELLI)