quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Planejamento familiar ou instituição em concordata?


25/12/2012 - 05h09

Relatório global prevê era do 'pós-familismo'

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1205610-relatorio-global-preve-era-do-pos-familismo.shtml

JULIANA VINES
DE SÃO PAULO


 O "Admirável Mundo Novo" imaginado por Aldous Huxley está perto de virar realidade para o demógrafo americano Joel Kotkin, autor do relatório internacional "A Ascensão do Pós-Familismo".


Publicado em 1932, o livro de Huxley pintava uma era na qual laços de parentesco eram desencorajados e as palavras "pai" e "mãe", ditas com constrangimento.
Para Kotkin, as mudanças demográficas das últimas décadas não deixam dúvidas: "Já vejo semelhanças com a ficção: a paternidade está desaparecendo e as pessoas se identificam mais com a classe a que pertencem do que com a família", disse o demógrafo à Folha. Ele define pós-familismo como uma sociedade centrada no indivíduo.
Países ricos estão na dianteira desse fenômeno mundial de múltiplas causas: econômicas (o custo de ter filhos subiu), culturais (a mulher quer ter uma carreira antes de ser mãe) e políticas (falta de incentivos à maternidade). "O pós-familismo é crítico por resultar de muitas tendências. No Japão, o custo de vida é alto. No Irã, os filhos são um luxo", ilustra Kotkin.

Editoria de Arte/Folhapress
A maior parte do levantamento, que envolveu cinco pesquisadores, três centros de estudo e dados de todos os continentes, foi feita no leste asiático, região de culturas centradas na família. É bem lá que o pós-familismo cresce rápido. Segundo o relatório, um quarto das mulheres do leste asiático ficarão solteiras até os 50 anos e um terço delas não terão filhos.
A queda na fecundidade é uma tendência sem volta inclusive no Brasil. Hoje, as brasileiras têm, em média, 1,9 filho; em 1980, a média era 4,4.
Mas, para especialistas brasileiros, o termo "pós-familismo" é apocalíptico demais. Se a família margarina (aquela com apenas pai, mãe e filhos) já não é mais dominante, novos arranjos proliferam.
"Aumentaram as famílias monoparentais, com apenas pai ou mãe, e os casais sem filhos", diz José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.
A demógrafa Simone Wajnman, da UFMG, analisou dados do Censo 2010 recém-publicados e descobriu que a família estendida, a que inclui parentes além do núcleo principal, já corresponde a 26% dos domicílios.
A família está longe de morrer, diz a socióloga Maria Coleta de Oliveira, da Unicamp. O que há é mais chance de escolha. "Não há um nome para esse momento. A diversidade será cada vez maior."

VÍNCULO DE SANGUE

A futuróloga Rosa Alegria, pesquisadora de tendências da PUC-SP, acredita que se está no meio do caminho. "Ainda não há retrato revelado. Mas é certo que a família tradicional é passado", diz, arriscando sua definição: "Família foi vínculo sanguíneo; hoje é um grupo com interesses comuns. No futuro, pode ser um grupo de amigos".
Para o IBGE, família ainda designa pessoas sob o mesmo teto. A classificação não contabiliza casos de guarda compartilhada ou de casais que moram separados. "Já há uma recomendação da ONU para que os critérios de contagem mudem. Pensamos nisso, mas talvez para os próximos cinco anos", diz Gilson Matos, estatístico do IBGE.
Editoria de Arte/Folhapress
Se o pós-familismo não é consenso, o crescimento do individualismo é. "As pessoas preenchem suas vidas com bens de luxo e alta escolarização. Há uma pressão social pelo investimento pessoal", diz Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Ipea.
Esse individualismo é resultado do próprio modelo de família tradicional, segundo o antropólogo Luiz Fernando Dias Duarte. "A família moderna tem a função de criar 'indivíduos' autônomos", diz. "Todos esses fenômenos atestam não a superação da família, mas a individualização. A família, no sentido amplo de rede de parentesco, está forte e ativa como sempre."
Segundo a psicóloga Belinda Mandelbaum, professora da USP, as novas famílias são pressionadas a reproduzir práticas individualistas e ainda sofrem por não se encaixarem no modelo tradicional.
"Há no imaginário social a ideia de que a família tradicional seria melhor. Não há melhor ou pior, o que importa é a qualidade dos laços."
Para ela, muitas das novas famílias não têm nada de novo. "Diferem na composição, mas repetem o funcionamento tradicional. Em casais homossexuais pode haver violência como nos héteros. Nas famílias sem pai, um avô ou tio assume a função paterna."
Não sem consequências, analisa Nilde Parada Franch, presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise-SP. "O pai ausente pode deixar o registro de uma falta importante." Ela diz que o desafio, nesse quadro de diferentes agrupamentos, é tolerar as novidades, mas sem banalizá-las e sem ignorar traumas e perdas resultantes da revolução. 

25/12/2012 - 05h09

Análise: 'Da família do futuro ao futuro da família'

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1205619-analise-da-familia-do-futuro-ao-futuro-da-familia.shtml

DARIO CALDAS
ESPECIAL PARA A FOLHA


 Novos estudos colocam uma interrogação sobre o futuro da família. As tendências demográficas são inegáveis. Não é a primeira vez que ocorre nem será a última.
Relatório global prevê era do pós-familismo
Análise: 'Da família do futuro ao futuro da família'
No cerne das mudanças está a mulher e a evolução de seus papeis. Ficou difícil equilibrar tantos pratos, ainda mais diante das dificuldades econômicas. Do lado masculino, o discurso nos últimos anos foi o de que ser homem não é mais prover e procriar. Ao homem moderno cabem os cuidados de si, as experiências na urbe sensorial etc. Some-se o individualismo galopante de vertente hedonista-narcisista e o juvenismo, que nos vendeu a ideia de que é possível e desejável viver em sempiterna adolescência.
Embora o retrato atual seja esse, há um excesso de pessimismo nas previsões sobre o fim da família.
Multiplicam-se sinais de sua renovação. Os jovens seguem expressando o desejo de união (não necessariamente de casamento, mas que importa?) e a maioria das mulheres, se a condição permite, quer filhos.
O anseio por família e casamento dos casais homoafetivos é especialmente relevante, já que essa é uma fatia da população cujo comportamento é tido como precursor.
E se a preservação da espécie continua sendo a pedra de toque do comportamento evolutivo, resta-nos perguntar: o futuro será pós-familiar, como pretendem alguns, ou moderno mesmo será conjugar a família em novos tempos e modos?
DARIO CALDAS é sociólogo e dirige o Observatório de Sinais 




PROPOSTA ECOCONSTRUCT PARA CONDOMÍNIOS SUSTENTÁVEIS


Condomínios Sustentáveis

PROPOSTA ECOCONSTRUCT PARA CONDOMÍNIOS SUSTENTÁVEIS
Conforme cresce a consciência ecológica e os problemas e distúrbios climáticos se espalham pelo mundo, o conceito de condomínios sustentáveis vem se popularizando. Sinais de degradação ambiental já indicam que recursos naturais, tão comuns para nós, estão com sua disponibilidade ameaçada e isso faz crescer entre as pessoas um entendimento que poupar esses recursos é a única forma de assegurarmos que eles continuarão a alimentar e a abastecer os seres humanos que habitarão o nosso planeta no futuro.
Dessa forma, surgiu o conceito dos condomínios sustentáveis que são construções elaboradas para promover uma economia dos recursos naturais e, além disso, garantir que os materiais usados na construção sejam provenientes de áreas de extração ou de fabricação certificadas e que não agridam o meio ambiente, garantindo assim, toda a sustentabilidade da cadeia produtiva desses edifícios verdes.
Assim, cada vez mais presentes nas grandes cidades, os imóveis sustentáveis são a resposta da engenharia, da arquitetura e da engenhosidade humana para o dilema do uso mais racional de recursos como água e energia elétrica.
Algumas soluções existem para minimizar os transtornos causados ao meio ambiente:
§ Uso de painéis solares: instalação para a utilização de aquecimento de água para uso em chuveiros, piscinas, cozinhas, etc.;
§ Instalação de geradores eólicos: realizar o armazenamento da energia dos ventos em baterias, que poderá suprir parte da demanda do condomínio;
§ Disposição e tamanho das janelas: melhoria para que a luz do sol seja aproveitada na maior parte do dia e se elimine a necessidade de iluminação artificial durante o dia;
§ Instalação de sensores em escadas, corredores e áreas comuns: promove uma economia significativa nos gastos de energia elétrica;
§ Mudança no fluxo de água das descargas: instalação de novas válvulas econômicas e mais eficientes;
§ Uso do vento: garante um ganho com a ventilação e diminui o uso intenso de ar condicionado;
§ Reciclagem do lixo: criação de uma coleta seletiva para posterior entrega a uma cooperativa de reciclagem ou a venda para uma indústria;
§ Uso de telhados/lajes e jardins suspensos: impermeabilizados e adequadamente drenados possibilitam captação de água de chuva e melhoria do conforto térmico-acústico;
§ Instalação de medidores individuais de água e gás: proporciona economia à medida que os usuários serão responsáveis pelo pagamento exato do consumo próprio, além da troca de torneiras por modelos eletrônicos ou temporizador por pressão;
§ Ajardinar calçadas e terraços: aumenta a área permeável e reduz as ilhas de calor;
§ Captação da água de chuva: implantar sistemas de coleta da água para irrigação de jardins e para a higienização de áreas comuns;
§ Reuso da água: incorporação de empreendimentos do reuso da água proveniente dos lavatórios e dos chuveiros para passar por uma estação de tratamento de esgoto, e novamente armazenada, para uso exclusivo nos vasos sanitários;
§ Uso de materiais certificados: utilizar materiais de construção certificados e com garantia de terem sido produzidos com efeitos mitigadores de impacto ao meio ambiente;
§ Instalação de placas fotovoltaicas: podem substituir total ou parcialmente a energia elétrica usada no edifício;
§ Tratamento de efluentes / esgotos e águas cinza: usado para ter o adequado lançamento do esgoto no ambiente natural, evitando a contaminação do lençol freático e corpos dágua (rios, lagoas, mar, etc.);
§ Criação de pomar e herbário: possibilita a criação de postos de trabalhos para a comunidade local, permite aos moradores, principalmente as crianças, a ter contato com frutas e verduras diretamente da natureza;
§ Uso de acabamentos claros: adoção principalmente em áreas de grande incidência de luz solar;
§ Churrasqueira "ecológica": possui o sistema de aquecimento a gás em rochas vulcânicas, não produz fuligem e não consome carvão vegetal;
§ Lareira "ecológica": possui o sistema de aquecimento a biofluido à base de etanol, não produz fuligem e não consome carvão vegetal;
§ Pinturas reflexivas: para diminuir a absorção de calor para o edifício;
§ Pinturas com Tintas Ecológicas: Sem os compostos orgânicos voláteis e metais pesados. Tintas naturais ou orgânicas que utiliza como matéria prima extratos vegetais e minerais misturados com óleos e resinas naturais.
§ Criar e promover cursos de gestor ambiental: envolver todo o corpo de funcionários com treinamento adequado visando educação e criatividade.
Assim, com pequenas medidas e um investimento mais bem planejado, podemos atingir os fundamentos para tornar o condomínio mais sustentável, tendo como base a implantação de diferenciais sustentáveis que vão desde o processo construtivo até os procedimentos isolados.
REFERÊNCIA:
Por Camila Rodrigues Ferreira - Enga. Bioenergética - UNIVERSIDADE FUMEC - ECOCONSTRUCT BRAZIL - 10/02/2011.

TJ irá avaliar a criação de vara ambiental em São Paulo


http://www.observatorioeco.com.br/tj-ira-avaliar-a-criacao-de-vara-ambiental-em-sao-paulo/

em 12 dezembro, 2012  

O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em 2010 criou uma Comissão composta pelos desembargadores Gilberto Passos de Freitas, Antônio Celso Aguilar Cortez e o juiz de direito Álvaro Luiz Valery Mirra com a incumbência de realizar um estudo sobre a viabilidade de criação de uma vara ambiental na cidade de São Paulo e eventualmente em outras comarcas do Estado.
O parecer foi recentemente concluído e deve subsidiar a decisão da Corte sobre a provável criação e instalação de uma vara ambiental na capital. O documento ainda será analisado pelo Tribunal e a decisão final depende da apreciação da matéria por várias instâncias, como a Presidência, o Conselho Superior da Magistratura, a Corregedoria Geral da Justiça. Além disso, o tema provavelmente também deve ser debatido pelo Órgão Especial




Após minucioso estudo, que procurou consultar diversas instituições, juristas, professores e magistrados sobre o tema, a Comissão “conclui no sentido da oportunidade e conveniência, sob a ótica do interesse público na boa administração da justiça, da criação ou especialização de uma vara ambiental cível e de uma vara ambiental criminal na Comarca da Capital do Estado de São Paulo” (…) “com possibilidade de expansão da especialização para algumas Comarcas do Interior do Estado”.  



Etiqueta de Eficiência Energética de Edificação Multifamiliar/Unidade Habitacional Autônoma do INMETRO