domingo, 16 de setembro de 2012

Incêndios atingem 3 parques nacionais



Áreas da Chapada dos Guimarães, Xingu e da Serra da Canastra sofrem com fogo

15 de setembro de 2012 | 3h 03


ALINE RESKALLA, ESPECIAL PARA O ESTADO, BELO HORIZONTE, FÁTIMA LESSA, CORRESPONDENTE / CUIABÁ - O Estado de S.Paulo
Incêndios consomem os parques nacionais da Canastra, do Xingu e Chapada dos Guimarães e o Pantanal, em Mato Grosso. A situação é mais grave na Canastra, no sudoeste de Minas, onde o fogo já queimou cerca de 50 mil hectares - o equivalente a 50 mil campos de futebol - e está fora de controle, segundo o chefe do parque, Darlan de Pádua.
Incêndio atinge terra indígena em MT e destrói vegetação próxima ao Parque Nacional do Xingu - Sandro Vieira
Sandro Vieira
Incêndio atinge terra indígena em MT e destrói vegetação próxima ao Parque Nacional do Xingu
"As equipes estão exaustas. Tudo dificulta o combate ao incêndio, o vento, o relevo, o tempo seco", disse Pádua. Segundo ele, o fogo chegou ontem à região do Alto da Cascad'anta, onde está a primeira cachoeira do parque. A nascente de um dos principais rios brasileiros, o São Francisco, está preservada.
O parque tem área total de 70 mil hectares, onde estão cachoeiras com quedas d'água que variam de 100 a 300 metros de altura e uma rica fauna e espécies características da fauna brasileira, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, o veado campeiro, ema e pato-mergulhão.
Mato Grosso. O incêndio que atinge o Parque Nacional do Xingu começou em Querência, a 912 km de Cuiabá, e já consumiu 5 mil hectares de vegetação nativa da Terra Indígena Wawi, dentro do perímetro do parque. Segundo o coordenador do PrevFogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Cendi Ribas, há perigo do fogo se alastrar e atingir outras aldeias vizinhas.
No Parque Nacional Chapada de Guimarães já foram consumidos um total de 10 mil hectares. Segundo o coordenador de Proteção do parque, Sandro Benevides do Carmo, o fogo começou no dia 7 de setembro em uma área próxima e, por causa das altas temperaturas e a umidade baixa do ar, se alastrou. Ele acredita que o fogo está controlado.
Já no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, alguns pontos turísticos do Circuito das Cachoeiras foram fechados, segundo coordenador Cecílio Pinheiro. No local estão brigadistas e soldados do Corpo de Bombeiro, além de voluntários que combatem o fogo.
Uma extensa área na região do Pantanal entre os municípios de Santo Antonio do Leverger e Barão de Melgaço, ainda não dimensionada pelos bombeiros, arde em fogo há dois dias. Na tarde de ontem, policiais fizeram um voo na região para ter um diagnóstico mais preciso e estudar quais medidas adotar. O fogo consome áreas de pastagem e a mata nativa às margens do Rio Aricazinho, afluente do Rio Cuiabá.
Proibição. Em Mato Grosso foi prorrogado o período proibitivo de queimadas, que deveria acabar hoje. A decisão foi tomada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) após reunião com representantes do Comitê Gestão do Fogo, Bombeiros e Defesa Civil. Além da prorrogação, a reunião serviu para debater as direções no combate aos focos de incêndio que já atingiram o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, Pantanal, áreas indígenas no Parque Nacional do Xingu. A medida visa a diminuir os riscos provocados pelo fogo nesta época do ano.
Desde que começou o período proibitivo, Mato Grosso registrou 14.832 focos de calor, segundo o satélite Aqua, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2011 foram registrados no mesmo período 5.871 focos. Os cinco municípios com maiores índices de focos são: Feliz Natal, Paranatinga, Colniza, Ribeirão Cascalheira e São Félix do Araguaia.

Forças Armadas e meio ambiente


Quarta, 12 Setembro 2012 14:26 Última modificação em Quinta, 13 Setembro 2012 15:10|
Paulo de Araújo/MMA
Izabella, na ESG: elogios na defesa da Amazônia e das fronteiras do país

Izabella, na ESG: elogios na defesa da Amazônia e das fronteiras do país

Ministra destaca importância da área militar para o desenvolvimento sustentável e o crescimento do país

Lucas Tolentino

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu a importância das Forças Armadas nas ações de proteção dos recursos naturais do país. Durante palestra realizada nesta quarta-feira (12/09) para o Curso Superior de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra (ESG), a ministra ressaltou, ainda, a conciliação entre preservação ambiental e economia verde para o desenvolvimento sustentável e o crescimento do país. 

A cooperação entre as diversas esferas do governo federal é, segundo a ministra, uma das formas de garantir o sucesso das iniciativas voltadas para a proteção do meio ambiente. “Temos condições de construir uma política com a participação de todos”, disse. “O Ministério da Defesa é parte desse projeto e executa um trabalho essencial na Amazônia e nas fronteiras de país”. 

Os projetos coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), como o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), foram citados pela ministra como os principais mecanismos de preservação dos recursos naturais. “Somos o primeiro país em termos de políticas ambientais e temos de definir bem o papel do Brasil em relação ao restante do planeta”, afirmou.

ESTRATÉGIA

Entre as alternativas para fomentar a preservação dos recursos naturais do país, a ministra destacou a reciclagem do lixo como uma oportunidade de aliar consciência ambiental e movimentação financeira. “A gestão de resíduos sólidos no país tem um potencial importante para a economia”, explicou. 
“É preciso ter uma visão estratégica dessa política”. 

A integração da dimensão ambiental na estratégia de desenvolvimento, no entanto, é vista como um desafio. “O mais importante é conciliar proteção e crescimento com inclusão social”, ressaltou. “As relações geopolíticas e econômicas vão modelar a agenda ambiental do país e do mundo nos próximos anos.”


Virada "verde" do governo francês para enfrentar a crise! Ousadia?


França / Meio ambiente -
Artigo publicado em 15 de Setembro de 2012 - Atualizado em 15 de Setembro de 2012

Jornais comentam medidas ecológicas anunciadas por François Hollande


O presidente François Hollande é parabenizado pelo deputado europeu ecologista José Bové após seu discurso na conferência anual sobre o meio ambiente em Paris, nesta sexta-feira.
O presidente François Hollande é parabenizado pelo deputado europeu ecologista José Bové após seu discurso na conferência anual sobre o meio ambiente em Paris, nesta sexta-feira.
Reuters

RFI
Os jornais franceses deste sábado dedicam suas manchetes à nova política energética do governo de François Hollande, anunciada na sexta-feira. Entre outras medidas, a central nuclear de Fessenheim será fechada e a extração do gás de xisto não será permitida durante seu mandato.

Segundo Le Figaro, a postura do presidente é "ecologicamente correta", mas "economicamente incoerente". O jornal conservador afirma que Hollande adotou essas medidas para contentar seus aliados ecologistas, às vésperas de uma difícil negociação sobre a aprovação do pacto orçamentário europeu.
Em seu editorial, Le Figaro afirma que a energia nuclear e a exploração do gás de xisto favoreceriam a independência energética da França e garantiriam eletricidade a preços moderados. "François Hollande sacrifica o interesse geral em favor da coesão governamental", escreve o jornal.
Le Monde avalia que a conferência sobre o meio ambiente iniciada nesta sexta-feira em Paris marca uma virada "verde" do governo. O diário afirma que as ongs ambientalistas aplaudiram o discurso do presidente François Hollande sobre o tema, mas aponta que os sindicatos e as empresas estão preocupados com o impacto social e econômico das medidas anunciadas.
Além das decisões sobre a energia nuclear e o gás de xisto, François Hollande defendeu o projeto de um imposto ecológico sobre os produtos produzidos fora da União Europeia e lançou a ideia de criar uma Comunidade Europeia da energia, para favorecer a cooperação entre as empresas do bloco engajadas na transição energética.
"A cultura a pão seco", diz a manchete de Libération. O jornal de esquerda detalha os cortes no orçamento do ministério da cultura e os projetos que serão abandonados por serem julgados caros demais. Em editorial, Libération critica essas economias e lembra que a cultura é uma economia "potencialmente dinâmica" e um grande fator de atratividade para a França.

Sustentabilidade gera maiores lucros


15/09/2012 - 17:26
Gabeira: sustentabilidade gera maiores lucros


Por Cássia Santana

Jornalista elogia Bolsa Família e matriz energética brasileira

Gabeira em Aracaju: Brasil não é mais o vilão em questões ambientais (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)
Ex-deputado federal e ativista contra a ditadura militar e na defesa do meio ambiente, o jornalista e escritor Fernando Gabeira está em Aracaju participando de evento promovido pela Fundação Verde Herbert Daniel, que já percorreu oito cidades brasileiras em quatro Estados para defender um discurso único em torno de um projeto sustentável para os candidatos que disputam as eleições municipais pelo Partido Verde.

Em Aracaju, neste sábado, 15, Gabeira conversou com a reportagem do Portal Infonet, momento em que reconheceu avanços significativos na política ambiental e elogiou o programa Bolsa Família. Mas não deixou de ressaltar que ambientalistas brasileiros enfrentarão novos embates nas discussões em torno do novo Código Florestal a partir dos vetos da presidente Dilma Rousseff àquele projeto elaborado no Congresso Nacional.

Gabeira considera que não há mais espaço para “brigas” entre ambientalistas e capitalistas em se tratando de preservação do meio ambiente. Na ótica do jornalista, o desenvolvimento sustentável é também uma forma lucrativa. “Os consumidores internacionais estão cada vez mais exigentes e não vão consumir produtos fabricados em circunstâncias ecologicamente incorretas”, opina o ex-deputado federal.

Gabeira entende que, usando a madeira certificada, por exemplo, a lucratividade será maior em função da elevação do preço no mercado. “Se o produto é feito com todas as preocupações ambientais, ele também tem o certificado verde no mercado e os consumidores no mundo inteiro privilegiam e favorecem este tipo de produto”, analisa. “É mostrar a eles [os empreendedores] que, uma produção insustentável para quem, como o agro business brasileiro, tem o mundo como referência, não tem futuro, tem que ser uma produção sustentável”.

O jornalista encontra fatores positivos na produção nacional no que tange a sustentabilidade. “Do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, temos uma matriz hidroelétrica que é muito interessante, temos uma matriz energética que é muito menos destruidora que nos outros países e isto é muito positivo”, analisa. “Temos também nossas florestas, temos uma proteção relativamente grande ainda das nossas florestas tropicais e, no campo social, temos o Bolsa Família, que é uma experiência internacionalmente reconhecida”, avalia. “O Brasil, da década de 80 pra cá, deixou de ser o vilão ambiental para ser um dos países líderes no processo de preservação do meio ambiente”.


Legislação

Para Gabeira, o tema da legislação ambiental mais importante é a redação do novo Código Florestal e é justamente neste aspecto onde está o gargalo. “Estamos em um certo impasse”, considera o jornalista. “O Código Florestal foi aprovado, a presidente Dilma fez uma série de vetos e estes vetos estão sendo analisados pela Câmara dos Deputados e, certamente, haverá um novo confronto”, comenta.

Frnando Gabeira lembra de boatos que indicam acordo entre o Governo e ruralistas para a aprovação do novo Código Florestal. “Mas a própria presidente Dilma disse que não estava informada sobre este acordo, então a gente não está sabendo como o Governo está nesta história e a posição do PV sempre foi contrário a vários aspectos deste novo Código Florestal porque acha que vai abrir possibilidade de uma exploração mais intensa e, inclusive, de um processo de destruição ambiental mais rápido”, diz.

Os ambientalistas, segundo Gabeira, continuam atentos realizando movimentos de resistência, apesar de reconhecer conquistas interessantes ocorridas nos últimos anos em favor do meio ambiente. A maior conquista, na ótica do jornalista, está na Lei dos Resíduos Sólidos. “Esta lei obriga cada cidade a ter o seu aterro sanitário, a realizar uma logística reversa, ou seja, empresas que produzem materiais perigosos que elas recebam para a reciclagem e cuidem do destino final desse material”, explica. “Então, a lei dos resíduos sólidos, para as grandes cidades brasileiras, por tratar do destino do lixo, é o aspecto mais importante. E o Código Florestal, mais importante para o campo”.